Responsabilidade Criminal

62 O furlo produz-se em condições inteiramente diHeren– tes, conforme se trata de tal ou qual especie de doentes : as circumstancias que o acompanham refleclem de alguma sorte a mentalidade do sujeito. E' assim que, no inicio ou no curso da paralysia geral e em lodos os alienados que offerecem como symptoma predominante o enfraquecimento das faculdades intellectuaes, o furto é realizado co:n impru– dencia e sem a menor precauçllo para assegurar a impuni– dade , em uma palavra, reveste o caracter peculiar á de– mencia. A maneira de proceder é quasi sempre identica: um individuo tira da frent e de um armazem, de um bazar, aos olhos dos empregados prepostos á vigilancia, objectos ás vezes de va lor mínimo e que lhe não será de nenhuma uti– lidade; depois afasta-se sem procurar esconder o proclucto cl e seu lalrocinio e sem se preoccupar de saber se foi visto ou vae ser preso. Assim comporlam--se os indivíduos cujas faculdades slío congenitamente rudimentares, como os idiotas, ou em vra de desintegração por causa de uma mole!>lia cerebral desen– volvida no decurso da existencia, taes os dementes. Podem-se approximar dos furtos referidos em razão ' das circ umstancias em que se produzem, os dos epilepticos no curso de accessos ve1·tiginosos ou durante a phase de obscurecimento intellectual que segue ás vezes os acces~os convulsivos. Existe toda via uma difrerença, que consiste no estado de inconsciencia em que se acha o epileptico no momento de pra ticar o acto, emquanto o itliota ou o de– ment e, cujas manifestações psychicas se assemelham ás das cria nças nos pri meiros armos de ex istenc ia, sabe que sub– trahiu um objecto, porque a posse d'elle lhe era no momen-

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