O Guia do guarda - civil

• 55 das arbitrariamente, sentimento que não deixa de ser na– tural, mas que o Guarda-Civil deve esforçar-se por anu– lar, agindo, em cada ocorrencia, com polidez e cordura e atribuindo ás suas armas o carater de supremo re– curso. Atenha -se o Guarda-Civil muito á idei a de que urna violencia cometida e sofrida por um particul ar provoca apenas no animo publico o reparo de que a policia não o póde evitar. Seja, porém, seu autor um Guarda-Civil e a situação é muito outra . O povo excita- se e pelos seus orgãos-a imprensa - cl ama pelo acatamento aos seus direitos. con– culcados exatamente pela Corporação que por eles tem estrita obrigação de vel ar com carinho e abnegação, res– ponsabilisando, assim, toda urna coletividade pela falta píaticada por um seu uni co membro, sobre o qual é justo recaia severa punição. Cornurnente se verifica o fáto de Guardas-Civis per– seguirem criminosos e mesmo simples infratores dos bons costumes, a tiros. M al sabem, entretanto, que , si, por infelicidade, acon– tecer ferir o perseguido, estão sujeitos á sanção penal corno qualquer criminoso comum. Além disso, é perigosa esta pratica, porque os pro– jetis lançados a esmo podem atingir a pessôas extranhas ao fáto e produzir outras consequencias ori girrndas pelo panice que, nestas ocasi ões, sempre se estabelece. Mes– mo, os tiros disparados a esmo constituem contravenção, de cuja responsabilidade o Guarda -Civil não está isento. Desobediencia • Sempre que algum individuo, ao receber voz de pri– são, não obedecer e procurar evadir se , o Guarda-Civil tem o direi to de emprega r a força necessaria para efetuar a prisão : si obedecer, porém, é expressamente proíbido que se lhe faça qualquer v iol encia pessoal. A desobedi encia póde manifestar-se sem agressão á pessôa do Guarda-Ci vil. Assim , q:..:ando o preso se limita a gritar que se não submete á prisão, para a qual, entretanto, se deixa con– duzir sem outra manifes tação de revolta. Assim, quando o preso se agarra a um poste ou gradil ou se estende a fio cumprido no chão. No primeiro caso, o remedia está em se ouvir com paciencia os protestos do preso palavroso.

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