Mensagem apresentada ao congresso legislativo do Pará em sessão solenne de abertura
INDUSTRIA PECUANtÃ-A indu tria pecuaria do Pará ha de consti – tuir no fu'turo a mais solida columna de su·1 economi a. No presente momen– to devemos affirmar que 5o inadi eis os problenrns que dizem respeito á p~cu ari a paraen e. Descurámos durante um longo período de annos es- s probl ema v isceraes e ómente de algum tempo a esta parte, vamo, , embora tardi amente, bu cando uma nova orientação para as soluções das que tões pertinentes á industria pastoril. O Estado possue vastíssimos campos naturaes ferteis e excellente rica collecção de plantas forrageiras, um clima apropriado e uma infiniçiade de condições favoraveis á criação de animaes bovinos, não exaggerando a possibilidade de v ir a ter, uma vez incorporados ao nosso património econo– mico , por uma intensiva exploração desta industria os chamados «campos geraes » da nossa Guyana, um rebanho bovino de 10.C00.000 de cabeças , além de outra& especies. Houve quem dissesse, com muito acerto, que « o regirnen pastori l, quer do sul , quer do norte do Brasil, se con:;tituiu como industri a e modo de conquista e povoamento ». Oissemol-o já, em outras palavras. no se• guinte trecho da nos~a plataforma de governo: Sou um grnnde enthusiasta pelas perspectivas da nossa industria pas– toril, que deve ser attendi<la com o maximo de considernçâo, perseverança e apoio, pois nell:.l teremos, de futuro, a meu parecer, a -noss~ fund ámenta! riqueza. · Urge exte11der a criação de gado vaccum da ilha d€ Marnjó , opti mo centro cujas maravilhas tanto têm empolgado os sabias naturalistas, e do s baixos inund avei s do Rio Amazonas, para os immensos G\t;11JlOS _da noss,1 Guyaoa, c,1m pos altos e excellentes, onde, conforme o tc~tcmunho de inve~– tigadon:s dig nos de toda fé, as nossas manad.,s bovinas poderão attingir a um elevadissimo oumc.ro . · A estrad a de rodagem que o Governo da União, sob a inspiração do General Camiiilo Ron<lon e do Ministro Lyra Castro, pretende a breve trecho construi r, ligando Maca pá á C levelandia, obra merecedo1,1 de todo nosso apoio, virá muitis~ imo facilitar a execuç,i o deste objectivo. Preciso é, porém, transformar a nossa empírica criação na ver<ladeir.1 industria agro -pecuaria, arte de cria ção e tratamento d.:> gado, alliad.t ás i1:– dustrias de lactic1 nios, a proveitamento de residuos e sub-productos, e . fin al– m~ntc.:, :\s l.1vou rn s cc rrelat:is. Quem conhece o trab:.ilho do nosso economista sr. Luiz Cord ei ro ~obre.: a mortand ade an nual de bezerros nas nossas fa zend.1s e sobre os damnos disso dc.:correntt s não pód<:: esquecer a dol orosa impress::lo Jesse des fa lque na .nossa economia. Esta mom1ndadc.: I! calculada por ellc, J nnu:i lm nl , c)n 16 ,t 32%, eu mais, qu:111do ha rigoro~o verão. Tomando-se uma média de 2-1 %, póde – se ava liar .1 perda em cerca de 48.000 bezerros, ou st". jam 5.800 contos, esti– n,ada a u11 idade em 120$000. Se mdhorarmos o gaJo e devarmos o s u peso, por bom e abundante cruzamento, teremos, affirma o mesmo escriptor, uma m édia tres ou quatro vezes F!.1.tior, ou sejam 22.200 contos de producçào ,,nnual, que dob rn rá em c,tda qu,ttro annos,-se cessar aqut lla mortali d.idc, ou sejam duas vezes e meia mais cm cada dez :tni;ios, a õó .000 cont os de réi s. A i-nd'ustria pecuaria soffre no mundo inteiro uma cris , pel v in tenso vulto que toma o commercio de carnes frigorificadas , ao me mo tempv que, por ·phenomenos diversos, taes como o augmento dn popul ação no - 83
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