Mensagem apresentada ao congresso legislativo do Pará em sessão solenne de abertura

Dirigi -me immediatamente á sua eventual residencia, com o intuito de parlamentar sobre o assumpto de que esta\ amos incumbidos, ficando com– binado, em con fere ncia, que seguiriamos ambos pelo vapor «l\Ioacyr», ainda no porto de Obidos, até a cidade de Fáro, theatro e séde dos acontecimentos que estavam em f6co e constituiam objecto de nossas investigações, para alli, de 1:im, synd icarmos, com serenidaJ e e imp.ircialidade, dos factos occorridos, c.1bendo-me o mi~tér de, conforme os termos do officio de v. exc. «instruir a auctoridaúe~ paraenses dos intu itos conciliatorios do Governo do Pará, no tocante á questão de limites com o Estado do Amazonas>. Entrementes, faziamos uma ligeira estaçã.:: em frente á ilha das Cotias, onde seria igu.1l111 _n te ouvida, naquell e dt:pJrtamento fiscal, ora occupad_o pelo Estado do Amazonas, a pal~vra do governo amazonense, pelo orgão de seu Jigno emissario , no se1~tido de, syndicando do occorrido, ser ainda ma ntida a aspiração de concord ia <Jlle é a condição de exito para o progresso dese1l\·olvimento d:i Amazonia actua l. AIli chegados, em as primeiras horas da noite de 17 do corrente, e poucos minutos dep::is :\ cid::ide de Fáro , ouvimos, em conjuncto, v.1rias pes– soa· de de taque na locali !ade, verificando-s- que, de facto, nos primeiros <lia do mez corrente, um gru po numeroso de homens, duze nws e cincoent<t mais ou menos, h avia pen etrado a cidade de Fáro em attitude hostil a indi– \'iduo que se diziam co:1ccssionarios de castanhaes obtidos do governo ama– zonens , «cm terrenos já occupados por velhos posseiros e proprietarios an– tiquíssimos,>. D a:-r.eaças aos all udidos co ocessionarios, «para que effectiva não tor• 1 em a occupação que pretendem», n:io passou a hostil idade do grupo a que n 1 e refi ro, o qua l por fim dissol•,eu, na ordem precisa, sem que houvesse dahi dt:corrido qualquer damno aos habitantes da cidade e circumvizinhanças . Este t>, en tretanto, «o ponto culm inant~ da questãO>>. Na zon a litigiosa que o Estado do Amnonas contende com o do Para e stão collo ados velhos posseiros e antiquissimos proprietarios de terras, cujos dirt:itos sempre foram res peitados pelo Go verno do Pará . A questão de limites, porém, tem servido de pretexto para uma ten– t.uiva de usurpação que fl:!lizmente não se tem realizado, ou por interferenci;i o pportuna do Governo parJense, junto ao governo amazonense, ou pela reac– ç:io immcdiata do~ prejudicados que não estão dispostos a se deixar usurpar. De qualquer maneira, a questão de limites é releg.ida no caso a um plano secundari o; o tumulto ·que, de subito, temou proporçõ .:!, na zona liti– g iosa, teria iguaes consequ n : ias em qualquer das cidJdes do P<trá ou do Ama zonas situadas na · zona cas tanheira, m,tximé na época da safra, onde e túo accesas as ambições do ganho. \ liás, alg un s Jos re feridos prop rietarios, v. g. o de nome Joaquim Paes de AndraJe, irmão do actual intendent~ de F:tro, já fizeram o seu protesto judicial perante o juiz federal da secção deste Estado. O protesto do cidadão Paes de ndrad e «dau dt: 6 de outubro de 192 5 »; e, nad.t obstante , em o fev ereito de 1926» surgiu um incidente, cal– c.1do na mesma tonalid ,1de do actua l, que obrigou o então governador dr. Dionysio Bentes a explicar ao presid ente, dr. E 1 higenio de Salles, nos ter– mos que seguem: «Dr. Eph ige nio de Salte. Presidente. Manáo . Regresso m'nha v;sita interior Estado, recebi telegramma vossencia sobre ca50 P,te Andrade. Devo informar vosse ncia trata r-se velhas proprie j ades meus p,1ren– tes e amigos com titules defi nitivos « mo.lo que que t:io limites n:io p6de 3ffecur seu direito em face leis civis Republica» . Conhec ida e_ a circum– stanciJ tenho plena certeza esp iri t0 justo vosse ncia modificará impress:io ·obre occorrencias se teriam dado territerio contestalo. Saudações muito cordiaes. Dionysio Ben/es». Oiante da explicaç.'io c,1bal então da.ia pelo governador p.1rae:ise ficou o incidente soluc ionado até que, «de novo surge», com mais intensidade t: p~ovoc:rndo graves conseqt:encias, se não fossem tomadas as mt:did.1s que o 97

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