Mensagem apresentada a ALEPA

• .MALARIA - O problema da malar ia continúa e deve conti– nuar a ser a maior preoccupação do governo. Disseminada em· todo o Estado, é incontestavelmente o problema maximo do Pará, por ser a maior ameaça á nossa economia. O Estado não póde arcar sózi– nho com todo o onus da campanha a emprehender . Estados pros– peros como o de S. Paulo, em situação identica á nossa, isto mesmo confessam, procuran:lo ligações com o Serviço Federal, orientação que tambem venho adoptando, folgando em poder afürmar que nos seus dirigentes nesta capital tenho encontrado a maior solicitude em a:ttender-nos nesse sentido. A creação, que de inicio fizemos, da engenharia sanitaria, inexistente até então, modificou em muito o problema na capital, mas o mal no interior, embora attenuado, permanece ainda como um flagello em quasi todas as zonas ruraes. sofirendo as populações a sua acção impiedosa. Em ofücio de 14 de Outubro do anno findo, verificado um surto epidemico da mala– ria na villa do Mosqueiro e seus arrabaldes, solicitei a intervenç~o do Dr. Antonio Peryassú, nosso conterraneo e competente especia– lista, que exerce as funcções de Delegado Federal da Saúde na Região do Norte. Acceitou elle a incumbencia e com verdadeiro des– velo atacou o mal, o qual, tenho a satisfacção de informar-vos, fi– cou extincto. Transcrevo o ofücio em que o competente profissional nos transmittiu a grata nova, que certo muito alegrará a população da– quella villa e a da capital, que no verão procura avidamente a bella estação balnearia. O departamento do Estado collaborou efficaz– mente nesse serviço pelos auxiliares destacados para elle, tendo sido tambem valiosíssimo o auxilio prestado pela Prefeitura de Belém com o fornecimento de turmas de trabalhadores. Transcrevo a communicação do illustre Dr. Peryassú e o bo– letim dos trabalhos totaes executados até 31 de Maio findo. Directoria dos Serviços Sanitarios nos Estados - Delegacia da Região do Norte. - Belém, 16 de Junho de 1937. Exmo. sr. dr. Governador do Estado. Attendendo á solicitação de v. exc., constante do .officio n. 4.974, de 14 ~e Outubro .de 19~H, para tomar a cargo desta Delegacia os servi9os de P!ophylaxia da malaria, na VJlla do Mosqueiro e seus arrabaldes, onde a malarm occorrUI. em surto epidemico, venho hoje, com prazer, communicar A v. exc. que foram empregadas medidas icloneas ele prophylaxia da mal.aria, as quaes deram resulta dos brilhantes , podendo-se considerar o Mosqueiro livre de malarin. · Os exames do baço e do sangue de 85 % da população mostraram os s e– guintes indices : esplenico: Areiúo e Bitar , 37,58 %; Chapéo-Vira do 69 9 · Cajueiro Granja, São Francisco e Arirarnba, 17,2 % ; Carananduba au 3 0, 0 . indice 'p1'asmodico : ~8¼ ' . fi As medidas consistiram, depois de completa inspecção sanitaria de toda a região, de exames de baço ~ sangue, no ti:a~~mento de todos os doentes e game– toforos; capturas de anofelmeos, nos clom1cihos ; policia de criadouros, drenagem, e aterro dos pantanos. Os doentes estão curados e os pantanos enx utos e drenados mas é preciso continuar os serviços de vigi]ancia medi~~ _domiciliar e policia de fócos, para o saneamento tornar-se permanente e de[1rutivo. E' o que a Delegacia está man– dando fazer. Annexo v. exc. encontrará um boletim dos totaes dos trabalhos executadoi; até 31 de Maio findo. Aproveito a occasião .para apresentar á v. exc. meus protestos de estima " elevada consideração. Saudações a tlenciosas. - Dr. .tntonlo I'eryassú, delegado federal de s aú<.lt · - Região do Norte. 80

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