Homenagem a Graciliano Ramos

plano, nas criações de Graciliano. Mesmo as duas cenas em Vidas secas, entre Fabiano e ' o soldado amarelo, que aparentemente contra- dizem tal afirmação, não · fazem mais do que confirmá-la. Toda a miséria biológica do re– tirante focaliza-se na primeira cena: m,eio bê– bado, é insultado e agredido pelo soldado ama– relo, símbolo da autoridade que tem a força e dela abusa. Alem de insultado e a~redido, preso e espancado. Tudo sem explicação, sem nenhum ato seu que justificasse a brutalida– de• Assim, pois, aparecem, de um lado o ódio ela vítima recalcado, 0 desejo de vingança, do outro a grosseria, a violência sem razão, a mal– dade estúpida, com a consequente satisfação na vitória do princípio da autoridade armada. Fa– biano aceita o castigo como castigo, pois que desbarc,ttara as suas economias, gastara o di– nheiro tão duro de ganhar. Tempos depois, novo encontro numa picada de mata, já agora sozinhos os dois: o soldado, sem o pres tígi o, perdido o sentido evidentemente falso da sua força e autoridade, aterrado, à mércê do serta– nejo· Nesse, a lembrança instintiva dos p-l.2.– nos de vingança; 11 3:quele, o medo terrífico. 84 ✓

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0