Homenagem a Graciliano Ramos

é a grande anônima, a dissolvente por excelên– cia; os homens somen'te são, somente podem s er e vive r porque e enquanto sofrem. Quando a desgr a ça principia a roê-l os é que emergem, é que tomam relevo e cor. Levando-os a des– tru ição, rea liza ndo-lhes o destino íntimo, foca– Ezando a sua m isér ia, o irrea liza do ou o frus– trado de qua lquer situaçã o, é que lhes dá mo– v imen t o . Melhor: só então começam a viver. Sem sofrimento nada seri'éim , n ã o ex isti– riam. Os person agens d os romances de Graci– li a no t r a zem, assim, p a ra a vida 11m sentünen– t o doloroso maciço, que os cobre e r ecobre· Tendência irres is tiv el, que es tá dentro de ca– d a u m, criada pelo ambien te, pelas circunstân– cias , domin a o drama; é como que fatalidade que só h averia de ser vencidá com fórmulas mágicas , que o a utor d esconhece e _que a vida mesma talvez não t enha . Nenhum deles sabe com o t r an sforma r a amea ça de dor em certeza ( ou p rom essa ) d e al egr,ia,: I-~á uma como que cegueira n os s ei1s processo~, emocionais, alg o que lh es imped e verem os fat os sempre / que a verdade d esses seja ca pa z d e a•lt erar-lhes 78

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