Homenagem a Graciliano Ramos

I mais vazias, , aparentemente equilibradas, as mais envoltas em preconceitos, se despem e miram a sua miséria íntima, sua miséria mais secreta.) Contentam-se com pequenos ins– tantâneos, um gesto aquí, um olhar alí, uma lágrima acolá, a estandartização dos desejos, as mesmas tentações, os mesmos escrúpulos , os mesmos entusiasmos sem grandeza, o mes– mo heroísmo miudo, os mesmos problemas de pouca impor-tância. , Pequenas vidas anôni– mas, r isonhas, bisonhas , seguras de si, pois que estão seguras de uma séri'e de coisas que se es– crevem e se imaginam com letra maiúscul a • Nem pranto, nem esperança, ne1n dúvida, nem alegria em excesso. O desfi~r nulo dos dias e elas noites. Nenhum desses ângulos sedi1ziu jamais a Graciliano Ramos. II , Machado de Assiz adapta os seus perso– nagens à realidade com fios de cinismo, de humqur, de amargura. Parece-lhe a única condi'ção viavel. Não vê outra maneira de torná-los reais. Desabusados e vencidos de 76 I

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