Homenagem a Graciliano Ramos

li ' 1 1 grandes, cuidados e melancó~icos, jardins que ninguem usa, onde crianças não brincam, não brigam, não correm, não gritam, não vivem• Outros pegam o futuro herói onde o encon– trem - em meio a livros, ou 11-um quarto n1..1, num atelier, ou misturado a máqui'nas de fá– brica, perdido na multidão dos trens elétricos, num banco de jardim público ou de faculdade, e, desdenhando as suas reações quotidianas, vêem-lhe apenas os grandes traços, as ambi– ções que o distinguem dos outros homens, a rara coragem, a tenacidade, a energia, o gran– dioso egoísmo idealista, tudo, enfim, que o preparará para a tragédia em que se há-de rea– lizar, mesmo quando essa o destrua. (Des– truído, ou não, o homem excepcional se so– brep.orá à trao-édia · o clima tráe.·ico favorece-o 1:, ' ~ e torna realizavel a sua existência interior.) Outros auto1•es, ainda, vão para as portas dos cinemas, sentam-se às mesas das casas de chá, demoram-se nas igrejas ou nas praias, e estu– dam, de relance, a vida e as pessoas que por aH passam. (Digo " de relance", porqúe •i,; estudam s'em esperar o instante propício ine– vitãvel, - aquele em que as almas mais vãs, 75

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