Homenagem a Graciliano Ramos
. ., ele parou, . a sombra desapareceu. A sombra s obre o mundo de Graciliano Ramos não é a sombra da árvore da salvação, mas do edifí– cio da nossa civilização artificial ,,_ cultura e anal fabeti smo letrados , sociedade, cidade, Es– t ado, t odas as autoridades temporais e espiri.!. t ua is, que ele convida ironicamente -·- no co– m eço de São Bernardo - a colaborar na sua obra de destrui ção. Mas el es mostram- se in– capazes de cometer o suicídio proposto. En– t ri ncheiram-s e n a "dura r ea lida de" , imp.0sta a todas as criaturas do D emiurg o, e que se arro– ga t odos os a tributos da eter:nidade. O ro– manci'sta, porem, n ão se conforlrrla. Transfor– ma esta vida r eal em sonho - pois do sonho, afinal, se a corda . Então, as disposições fu– nestas do D emiurg o seriam r evogadas, e o des– t ruidor poderia dizer, com o Gide das Nouvel– les n ourritures: " T able r a se. J'ai tout balayé. C 'en est fait. .Je me dresse nu sur la terre vierge, derri-ere le ciel à r epeup ler. " O fim é o estado pri'mitivo do mundo - – o céu repovoaâo. Então, a angústia já não a ssusta. / 72
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