Homenagem a Graciliano Ramos
] no ao mundo burguês, que conseguiu a estabi– lidade relativa do comércio de secos e molha• dos. Esta vagabundagem é o aspecto socio– lógico do egoísmo do sonhq quando se choca colJ.n a realidade. E' o desejo violento do va– gabundo de restabelecer-se na terra: "Como a cidade me afastara de meus avós!" 11as é apenas uma explicação em primeira a-proxima– ção: pois Paulo Honório consegue o seu fim, e-, contudo, é uma yida malograda. Porquê? Por– que o seu criador quer mais do que terra, casa,-– dinheiro, mulher. Quer realmente voltar aos avós. Voltar à imobilidade, à estabilidade do mundo primitivo. E para atingir este fim, deve antes destruir o mundo da agitação an– gustiada, na qual está preso. Os romances de Graciliano Ramos são ex· perimentos para acabar com o sonho de an· gústia que é a nossa vida. Uma lenda budista ~onta dum homem que éorreu, ao sol do meio– -dia, para fugir à sua sombra, que o angustia– va; correu, correu, sempre perseguido pelo companheiro sinistro, até que encontrou o grande Sábio, que lhe disse: "Nãio continues a fugir! Assenta-te sob esta árvore!" E como 71
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