Homenagem a Graciliano Ramos

espírito• Explica-se assim O extremo ego~smo dos heróis de Graciliano .Ramos: é o ego1smo . daquele que sonha e para O qual, prisioneiro dum mundo irreail, só ele mesmo existe real– mente. A mentalidade inteiramente amoral do ~onho exclue, decerto, toda "generosida– d e" ; mas a substitue por um sen,timento mais va sto de identificação q'uase mística com as cr ia turas da própria imagina çã o, até a cachor– ri nh a Baleia: "Tat t wam asi " • O extremo egoismo do sonho engendra o motivo principal do romancista: cobiça de pro– priedade. Propriedade de terra, de mulher, em São Bernar do; aquí e em Angústia a forma extrema desta cobiça, 0 ciume. Por isso, nos romances de Graciliano Ramos , esses afetos ultrapassam toda medida; sugerem, ao lado dos afetos análogos na vida real, a impressão d e s entimentos patológ icos. E quando o au– tor cons idera os monstros da sua ano-ústia de 1 ~ ' sonho, lança o ~eu grito mais elementar: "Di- nheiro e propriedade dão-me sempre desejos violentos de mortandade e outras destrui- ções." 69

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