Homenagem a Graciliano Ramos

preensivo lhe aconselhou· Certamente, a al– ma deste romanci st a: seco não é seca; é cheia de misericórdia e de simpatia para com todas as criaturas, é muito mais vasta do que um mestre-escola filantrópico pode imao-inar ~ o , abrange até o mudo assassino Casimiro Lo- pes, até a cachorrinha Baleia, cuja morte me comoveu intensamente: "Tat twam asi". A misericórdia ' do pessimi st ª para consigo mes– mo é tão compreensiva que medita todos os meios de salvação, para deter-se apenas na úl– tima: a destrúição deste mundo, para libertar todas as criaturas• "Un mundo, Ilamado a desaparecer". E' preciso destruir o mundo ex– terior para salvar a alma. A realidade, nos romances de Graciliano Ramos, não é deste mundo. E' uma realicia· de diferente. Após ter lido Angústia até" o fim, é preciso reler as primeiras páginas, para compreendê-las. E ' um mundo fechado em si mesmo. Que mundo é? "Há nas minhas recordações estranhos hiatos. Fixara'm-se coisas i'nsignificantes. De– pois um esquecimento quase completo" - con– fessa Luiz da Silva em Angústia. E depois: 67

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