Homenagem a Graciliano Ramos

r é, dum homem que sabe que esta vida n- . d , . · ao presta . E' uma teoria e estetica pessimista. Toda li teratura pessimista encontra urna r esistência fanática; leitores e críticos não gostam dis so. Sentem vagamente que arte e pessimismo se contradizem. Mas em vez de estuda rem esteticamente a possivel contradi– ção, en t rincheiram-se em r egiões fora da arte . ' na fi1osofi'a, na étiça, para bombardear o ro- manci sta com as censuras de "pouca gcnerc. sidade" ou de niilismo insaudavel. Não ad– mito preconceitos. O pessimismo não é uma mora l nem uma filosofia. E' um estado de al ma. E' preciso esboçar uma psicologia do pessimi smo. Penso em Schopenhauer. Não é um sis– t ema fi losófico. E' um caso psicológico. Pre– tendeu ser filó sofo, ensin~r uma filosofia da salvação do mundo d.q sofrimento universal. Mas a sua personalidade o desmentiu. Ao despr ezo fil osófico do mundo uniu um ;nc;tin– to arden t e de propriedade e de prazer. Di'– nheiro e mulheres sig nificavam-lhe al guma coisa . Qui s ut ilizar os homen s grofundamen– te desdenhados como meros in strumentos dos 64

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