Homenagem a Graciliano Ramos
/ Ramos não tem nada que fazer, vou colher es· ses pedaços, entregando-me 1 ao jogo livre das associações. "Gastei meses construindo esta Marina que vive dentro de mim, que é diferen– te da outra, mas que se confunde com ela. " Vou construir o meu Graciliano Ramos. " iVI eu pai, reduzido a Camilo Pereira da Silva, ficava ~as inteiros manzanzando numa rede a rmada nos estei'os do copiar, cort ando palhas de milho para cigarros, lendo o Carlos Mag no, sonhando ... " Logo me lembro do pintor incomparavel da vida estática, imovel, inconciente, nos " engenhos " escravocratas çla Rússia tzarista, daquele Gontcharov de quem me lembrei quando li a comparação do Brasil escravocrata com a Rússia servil, em Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freire. Os romances de Gontcharov pi'ntam classicamen– te um mundo primitivo, amoral, "a-trabalha– dor", preguiçoso de mais para trabalhar, amar, vi'ver. Parecem idílios de pura "art pour l'art " ; são acusações terriveis contra o regi– me, contra o Estado russo, que quis movimen– tar esse mundo imovel por pretensas reformas econômicas e sociais. O pririiei'ro romance de 59 ,.
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