Homenagem a Graciliano Ramos

! ~ador, e mesmo depois continuou sempre a ex– perimentar. O nosso amigo com"urn Aurélio Buarque de Holanda chamou-me a atenção para a circunstância · de repres~ntar cad·a uma das obras de Graciliano Ramos um tipo diferente de roma nce. Com efeito: Caetés é dum Anatole ou Eça brasileiro; São Bernardo é digno de Balzac; Angústia t em alg o de Marcel J ouhan– deau, e Vidas secas a lg o dos r ecentes conti s– ta s norte-americanos . Gra<:iliano Ramos faz experimentos com a sua arte ; e como o "mes– tre sing ul ar " não pr eci sa dis so, t emos a í um indício certo de que está buscando a solução dum problema vital : Eu não dis se nada para comparar. Com– parações são facei s e inuteis, produzem ape– nas apreciações de clichê, como ·o "sertanejo culto " , sempre repetido. Não chegam a pe– netrar no coração da criação pessoal; e justa– mente isto é a minha muito modesta ambi– çã o . Para consegui-lo, vou escolher um pro– cesso es tranho, estranho como o meu assunto. Vou construir uma teoria para apanhar a mi– nha vítima, vou construí-la de pedaços de ou– tras criações, alheias, co~ a s quais Graciliano 58 / 1

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