Homenagem a Graciliano Ramos

\ Apanhava muito. E a mãe, segundo o próprio Graci1iano, chamava-lhe "meu besta". Na escola, os maus tratos continuaram os de casa. Aprendeu a ler com muita dificulda– de . Não foi com a professora que tomou gos– to aos es tudos, mas com uma prima, Emília, "um verdadeiro anjo", que contava histórias para ele ouvir. Emília era doentinha e mor– r eu cedo. Gracili'ano não se esqueceu de que a prima lhe di'sse uma vez, explicando o signifi– cado da pa lavra " astrônomo", que a pobr ez i– nha pronunciava " a stronômo": - São homens que conhecem o céu. S a– bem tudo o que existe lá em cima. S ab em o nome de t odas as estrelas ... A infância tort urada torceu o destino do m enino ser t a nej o , n as cido com a vocaçã o das letra s, cria do como s e fo sse conti nu ar a vida dos s eus p a r a faz endeiro ou comerciante. P a ra Graciliano Ramos o tema da meninice é per– manente, uma espécie de obsessão. E' como se explica, de resto, a ibcÜrsão do r omancista nos mundos da literatura infantil, com a pu– blicação de A terra dos meninos pelados e das Histórias de Alexandre, estas colhidas na tra• 38

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