Homenagem a Graciliano Ramos

homem p·rovavelmente suava. E provavelmen– te confessava no íntimo: - Que diabo! Não fi'z nada. E se tives– se querido fazer qualquer coisa, isto seria im– possível. Não sei nada. .i Nias como atirar semelhante franqueza aos camaradas que lhe sorriam, qÜe o eleva– vam, hiperbolicamente? Aceitou, portanto, os elogios, declarou-se digno deles, considerou justos os foguetes, os dobrados da filarmôni– ca, as lanternas de papel e as hipérboles. ' J Como esse indivíduo, meus senhores e amigos, deixei o meu povoado cambembe, me– tí-me em cavalarias altas. Enchí-me de fuma– ças, vim morar perto da rua do Catete, s imu– lei autoridade e, perigando em conversas ina– cessiveis ao meu entendimento, encerrei-me g rave num silêncio razoavel. Escondí uma re– les tragédi'a, cuidadoso, envelhecí, afastei-me. E , neste fim de vida melancólico, vejo-me com muitas das pessoas que, em momentos difíceis, me ampara'fam e disseram a palavra conveni– ente. Sem esse amparo e sem essa palavra, f não estaríamos hoje aquí. 28

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0