Homenagem a Graciliano Ramos
pediu ao funcionário um romance, que foi im– presso, comentado, e ficou meio inédito, graças a Deus, pois é um desastre. Por aí notamos aon– de vai a imaginação de Schmidt. Só ele acharia proveito numa composição burocrática, minucio– sa e coberta de cifrões. Com certeza se desenga– nou, mas insistiu em publicar o livro - e o resul– tado é o que se vê. Fui eu, meus senhores e amigos, esse nove– fi _ta pescado no sertão de Alagoas por umas car– tas que Rômulo de Castro me enviou, de 1930 a 1931, em nome de Schmidt. Desde então ocor– rências de vulto me atrapalharam. Seria melhor que eu tivesse continuado a envelhecer na cida– dezinha poeirenta, jogando o xadrez e o gamão, tratando dos meus negócios miudos, ouvindo as interminaveis arengas das calç~das, refugiando– -me à tarde na igreja matriz, enorme, onde fiz dezenove capítulos. de São Bernardo. Seria me– lhor. Infelizmente não me foi possível oriehtar– -me. Os acontecimentos forçaram-me a deslo– caçõe imprevistas. Julgo que se dá isso com toda a gente. Há. d ez anos, na Europa central, Oto l\,íaria Car– peaux e Paulo Rónai andavam pelas universida- 21
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