Homenagem a Graciliano Ramos

/ poesi:i oculta. Ninguem penetra na humildade maior de uma história como a da Baleia sem ter , piedade, sem ter o coração aberto para a doçura . Para que você tivesse podido nos dar, com a e..-xa– tidão com que o fez, a morte da Baleia, se torn' ;u claro, Graciliano Ramos, que a criança que você foi não morreu de todo. E' preciso que o meni– no esquivo, sentido e solitário, que você foi, não se tenha perdido na terra árida, para que o drama sem nome possa ter sido surpreendido e fixado. Cinquenta anos, Graciliano, e você é um grande escritor! Que nos importa que a literatu– ra oficial não tenha reparado bem na sua f isio– nomia, não conheça você direito, e não saiba se– quer que você é um escritor correto, caprichoso, escrevendo as suas histórias torcidas numa Ií n– gua ordenada, clara e perfeita? Que importa não saibam qúe você é um mestre na arte do romance e na do estilo? Que importa isso tudo - se você é admirado por nós todos que aquí estamos, se você é considerado por nós uma grande figura, um grande escritor, uma força. um homem significativo? Quando os que se julgam poderosos das le– tra s nada mais forem, quando esses a quem nin- 16 /

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