Homenagem a Graciliano Ramos

.I I pega um jornal onde não se · tenha notícia de um, dois, três bánquetes. "Ao, champanhe ... " é um começo de período que se tornou a locu– ção mais repet_ida no noticiário de cada dia. Gasta-se menos gasolina, menos carne, me~os querosene: qualquer dia ter-se-á de fazer o ra– cionamento do champanhe . • Estas divagações sobre a banquetomania no Brasil, que me foram escapando um pouco à vontade da fantasia, são, reparo-o agora, um prólogo algo contraditório para o aplauso a uma festa dessa natureza realizada no Rio de J aneiro. O banquete de que ia falar era um daqueles que não condenam a instituição. Não foi para celebrar uma falsa glória, ou habilitar-se a munifi1cências de qualquer espé– cie, ou inscrever-se no livro das simpatias de alguma vaidade pbderosa, que se reuniram os oitenta convivas daquele jantar do Lido. Mas l para solenizar a vitória de um literato pobre, homenagear um homem de condição modesta, sem cargos bri lh~ntes e sem projeção muncj.a– na, e que nem mesmo como escritor dispõe de ' 112

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