Homenagem a Graciliano Ramos

O poeta Carlos D ,rummond de Andrade, que é quase meu vizinho (sirva essa declara– ção como mais um argumento para a tese do si-. Gilberto Freire), me advertira, quando aca– bávamos de desembarcar do mesmo ônibus, que o sr. Gracilia·no Ramos deveria se sentir I muito incomodado com ·o peso daquela de- monstração pública quase solene, toda concen– trada na sua pessoa. Graciliano Ramos não é homem para essas coisas - deixava concluir o autor de José. E na verdade de acordo com a observa- ' , ção do poeta, tivemos dois Graciliano Ra- mos: um, ant~s e depois, e oÚtro, durante o jantar : Cordi'al, satisfeito, conversando nüm pequeno grupo com alguns amigos, na pe– numbra de algumas lâmpadas bastante foscas - enquanto pelo terraço outros muitos gru– pos se isolavam, c~da qual assimilando um cer– to núm~ro de convivas - ele parecia esqueci– do de que era o homenageado. Ou até, int_i– mamente, talvez duvidasse de Útdo, inclusive da ;ealização da homenagem: última esperan– ça de um tímido. Depois do jantar, meia-noi– te, pôde outra vez se recolher a outro li'mitado 98 -

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