Falla com que o excellentíssimo senhor doutor José Coelho da Gama e Abreu

•• IV augmenta r o pl'imciro anda r uo ed ificio, que não tem accornmodação alguma; abl'ir novas ofücinas, como a de funúido r, &, e wmprar pouco a pouco ma chioa s para aju– darem os traba lho· jornaleiros, &. Tendo encoutrado o estabe lecimen to sem um sú lugar de despejo, mandei fazer quatro, as quaes custaram 3.-'750 rs. aos co fres publicos, por serem feitas debaixo das min!Jas vis tas e por ed ucanúo ; ma::; o cs tabelecimeuto necessita de nma sentina central, não só para os empregados, como para os educanuos . ~ão obs tante a mora l dos ed ucandos melhorar cada dia, pelos meios que tenho empregado, como sejam: diridi r o qu intal em dois para que a vigilancia se estenda em um perímetro menor; manuar fazer as scntinas communi cando com as oillcina s sómente pela par te in terior, não fozeuclo communi cação com a exteri or senão por meio de pequenas janell as servindo de ven tiladores; sep 1rar os dormitorios dos edu– candos m:iiores dos médios e e tes dos menores; mandar fazer ronda s con tinuas de noite no estabelecimento, &; acho de toda necessidade, que os educandos que têm mais de 18 aonos de ixem de se r inte rnos . Não marcando o regulamento em vigor até que idade el evem o educanuos nca t· no es tabelecimeuto, e tendo já alguns com rn e 20 annos, que se acham apenas na segunda cla sse da aula de primeiras letra s, acho que não terminarão o curso de rnecbani ca antes de 6 ou 7 annos . O trabalho feito lwje por este educandos homens, que só desejam sahir, é de pouco prornito para o estabelecimento, en tret:rnto que, sendo os mesmos conside~·ados meio-pensio– ni stas e s11j eitos no estahe lecimenlo ao mesmo regu lamento dos mternos, acho que o tl'abalho se fará com m:1is vantagem e mais aproveitamento para o instituto; mas acho que os paes, pa rentes ou tutores devem assignar 11111 termo no qual declarem, que se ob ri gam à conservai-os trabalha ndo no instituto durante um praso marcado por v. exc . Ass im, pois, não só contamos já com esses oillciaes, como lambem nas vagás d'estes póuem entrar novos, que desde o começo, sendo obrigados á fazer o que ordena o regu lamen to em vigor, e acostumados a obediencia, moralidade e trabalho, em breve farã o ma is do qu e os actuaes, aos quaes me tem sido bem difficil ensi nar es tes pred icados. Pedi á presidencia em officío n. 3G de 1 í de fevereiro, permiltisse á esta clire– ctoria receber aprend izes ex ternos, porfJue julguei de grande utilídade para o estabe– lecimento e para as pessoas menos fa\'o recidas da fortuna, que pódem assim garan– tir á seus filhos, tutellarlos ou parentes, para o futuro, um meio de sulJs!s~encia hon– rado, guardando-os assim da miseria, qn e muitas vezes "s arrasta aos v1c10s. Tambem facilitei aos mesmos a ap rendisagem das ~ulas de primei~as letras , desenho, francez, geometria e mechani ca, reconhecendo a grande necessidade que tem n'esta província os ope rari as de se instruírem. Se fosse mesmo possível-e se– ria um grande beneficio para toda província estabelecer-se no instituto aulas publi cas nocturnas, como se faz no grande estabelecimento-des arts et métiers– em Paris, ~stou certo, exm. sr., que seriamos coadjuvados por muitas pessoas intel– ti_gentes e .1 lluslrada s, que temos 11:í provín cia, que sem duvida algu~a .se presta– riam gratmtamente para prnfessores das aulas publicas nocturnas do mst1tuto para– ense. Fallando na utilidade do estabelecimento, quanto aos educ_andos externos, acho que eJla se acha provada desde (JllC o estabelecimento nada forneça aos externos senão o tempo gasto pelos mestres á expli car-lhes e ensinar-lhes; mas esse trabalho é compensado pelo ganho qne ~e_ri"t o instituto, de ·de que elles comcç·arem ~ traba– lhar, e é tambem de grande utthdade, porque as expli cações dadas á uns sao apro– veitadas por todos. O_que acho mgente é que os paes, parentes ou tutores assi– ,gnem um contracto obrigando-se a r.onserval-os no es tabelecimento logo que tenham recebido o diploma de 2.º official, durante um tempo, como acima dtsse, marcado ·po~ v. exc., porque sem esse contrac~o, apenas promptos, clles deixarão o estabe– Iec1mento para trabalharem onde mais lhes convier. Outra necessidade de que se resentem os educandos do instituto é da falta de uma aula de_rudimentos d'arithmetica ~ de algebra, visto dispôr o art. '2. 0 do regula– mento em ~•gor, 'lºº os educandos saibam mechanica; como poderão elles reso!vm· uma e_q11aç.ao, se não sal~em mesmo o que é equação ? Notei i.;to desde quo servi de l~ote 111_termo. de mecha~rca, porque desde o começo vi que os educandos não sa– ~1am anthmet1caJ e se nao a sabem para chegar cm mecbanica, tendo obrigatoria- . 1 I!

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