Diario Oficial 1894-Dezembro

402 Domingo, 2 r no. ,,judado d e :,lg-ups homens, que para esse hw havia c,,nvidado. D epois, gra ç a!'> :1 bencfica influencia que ex– ntia sobre todos os ;:eus. parochi~nos, vieram !1:n•6s· trabalhadorei>, lavradore;a e commc rcian– tc, : r1ue e<lifiooram. éxccllcnt e,; .predirn,, uma eq uena Ermida sobre o cume de um outeiro, â wa r~em do· rio, e elevárauf a ' ridva povoa<;:io :w :,.:r:í o <l e pro. pcrida<le, em qul! actualmente se ach a. • Da porta <la Ermida vê-se perfeitamente a marg<>m opposta , a corrente de agua frei;ca e ristallina que o rio Jamund[~ traz cm tributo 21.0 npuleuto Trombeta8. F oi :í, mariem do ,fomundá, na Villa de F :.'tro 11.ne , em humilde cabana, n ascera José Nicolino iie Souza , ew 1O dP. Agosto de 183G. F ez é.COs estudos primarias no modesto colle– ~o S. J osé, qu e o \·enerando Bispo n. José Afft,n!,O de i'.\Iora es Torres ha,· ia fundado em (;)bidos para dar ensino a~s mcniáos pobres destas regiões. • Outro nllo menos v enernnJo B~po, D. An– r.io de Ma cedo Cost.1, que tão h eroicos esfor– ~os fez pa ra levant,,r .o nivel mora!-.e intellectual do clero d e sua diocese, t endo occasião <le co– nh ecer o bom cora <;iio de José Nicolino, o ma ndou para a França estudar as matcrias oe– ce.,;~a rias para um ministro do -alta r. · Seguiu em 1862, cootar:rdo j{L vinte e nove annos de idade; fez todm1 os prcparatorios no seminario de Serig ueux , e d epois passou para o de Aire, onde concluio o curso theolo~ico. R egressa ndo ao P.ará. j á com ordem de Prcs– bytcro, fui lo~o encarregado d e leccionar no Seminario Menor da capital. O Padre N iéoli1to ci-a filho de uma indi~, e pois dcscu,ndente dessas puj antes tribus q ue em i:cmotas éras dominaram como soLera nas o rico , alie do Trombetas U ma forva occul ta e irre ,.isti.Ycl attca.hi: 1- sua alma contemplutiva pa ra 1quellas explcnd idas reg iões. A' seo pedido foi pt>lo ~eo prelado _<lis~msado <lo magisterio q ue exercia no Scmmano da capital , e nomeado vi~ario de Monte-Alegre, P. depois de Obido8 cm l 875. Então te ve occa,iao opport una de rea li– :;11r um pen'!llmcnto q ue desde longo t<>mpo o :,reoccupava; era o de penetra r n'aquelles vas– tíssimos a esertoRdo Trombetas. Quando, no Sco,imnio de A ire, em Frt1 nüa iizia seoH c,.tudos ~hcolo~ico11, <liri~ido p -Í~ J'udrea da Comp11nh1a d e ,Jcia;us, o velho Pad re ll(•itor do E st.1bclecimento lh e mostrou u ru • wnu!<cripto, redigido em l:nim pelos missiona- 1ios da Companhia, o <iua l continh~ o itinera– rio de uma ex ped~~-no ftlita desde d' Orenoco até o Pra ta. Nl!Sfle rua 01,1,1crivto cncoot r1Ju o ~adre Nicolino notas prcdosas, e,peciôilmente u noticia da ex iatcocia <l.i ext ensos campos uo sul dal:' cordilhcims de Tumn Oumac. Ora nas rcg.iões encachoeiradae do alto Trom– lictas, e do seu afflucnte Curuio á. ex istiam gra ndes mocambos, onde \'iviam h 1 loo"'os iooos escravos fugidos do A lto e Baixo A1~a – w11as. O Padre Nicol ir n, almn verdud eiramente •hrii,ta, se havia feito cspontaneameute um ru iR- iuo.1rio, um opostolo d11q11ella pobre "Cnt . l1nn– inc-flf! com <J tJRnto ulvorot-O R(piclles infclizCfl rcceLiam o ministro do fü!dcmptor, que Íll pro- 11urul-os nos des(•rtos, bupti1mr-lhf'!! os filholi, cele, rat nii. Fa, caimmcntoi,, e levar-lhes pt1lavras de 4onforto e coasolaçáo. Ao11 velhos h11bit:intet1 doR mocnmho,, inter– rw•11va o Pudro . 'icolino 1<0hro II t•x.iHteuoia ,.., o . des!•eH c~umpos. 8 ruo<:nmbc1ros tin ham rell\ções d<• ami:r.a<le coro OB indimi Pfanocotó~, que ~ind11. ,,jo hnhit11m 110 \'nllc do CmnintÍ, ().~ waii; untigo. do.· n"gro~ fugi,lcs haviaw DIARIO. OFFICIAL · feito éow os Pianocut ús largas excursões . pelas flor..:,ta ;,; ha\·iam at_ravcs~ado os campof', che– ~audo até a vertente meridional rio Curnuc _H u– ruaÇ!, onde os holl:mdez•.!S de Suriuam_ vinbll!11 com elles commerc'iar. . Os necrros, interrog ado. pelo: Padre Nicolino, responde~am 'l•e tacs campo. existiam r.!)almen– te, e que por ell es vag uvam iodios rnaoso_s e qn:i si brancos.- E prest,1ram-se da mclhor \'Ontade para acom– p:111har ao Padre na. e xcur.sãP. que :lesde logo rc– s, ,lveu fazer :1: essas remotas reg iões. Em sua primeira viagem o Padre ~icolino, apcls penosos trabalhos, chegou até oR campos. Da narr.itiva do seu Roteiro, se depl'chencle que a. sua seµ;1mda viagem teve por (iro estudar o tcrn, n,,, e tra c.,ar uma picada desde o Baixo– Cumin á. até os mesmo)l campos. Proccd1.:u a ~ ste trabalho com muito critcrio. N aturai mente ob ·errnndo Pip. sua primeira via– gem , ']Ue o Oumio.~, de! de a foz do Urucuryanà; até a do Samuhoma , ambos a!Hucntes {L mar)!em e~querda , descreve para o poente uma extensa cun·a . . A ' n.10 ser na secção da curv,i, o rio corre no rumo g eral de norte á s ul, que é oxact,lUJC_ntc a linha mais curta entre os campos e o Baixo– CuJUio.í.. Part:ce, pois, que proj ectara traçar a pi cada em parallclo ap Cutuio,t, e p1:oxima .'t margem esquerda. Para remediar ao iocoovcni cutc da curva do rio, teot.o u tra9ar UIDil linha a mais rccta que Ih~ fo:;se possível entre a foz <lo Sa11Juh11111a e o do U rucurya oa. E ste t roj ecto procurou fazer por terra, atra vcz d e immensas e seculares florestas. J<:ncontrou muitas serrai;; difficcis d e transpc,r– tar; e, poAto q ue não mcnciune em ~cu H.oteiro, u.ever ter- t1Un bem encontrado enormes covõ-es ou p rofun das depreFsõcs de terrenos. Alg-um1 faze ndeiro ele OLido~, e al:!uo,< cida– d:LOS importantes d 'csta ca rital a uxiliavari1 a expediçãO, e tinham interesse eru abrir um tri– lho, por onde podessern passnr )!a do d e cl'iaçao para essee campos,· onde a industria pastoril pódc tomar incalculavel de envolvimento. Nao de outro modo foram fund adas, ~rn fin s d o sc– culo pas. ado, a.a fw1.cn las do/l fu mosos campos do Itio flranco, no ,E1,tado rio Amazonas. . Começaram com poucas nov ilh as e ganotcs, ficaram qua:-;1 aba odouadus tlu,;ante lon~os a o– no , sem communicação com a ca pita l ,l'cssc Estado; ma,i hoj e contam manad.ts calculadas em vinte mil cabeças de ~1Jo vuccum e cinco mil d e ~ado cavallar. Entretanto, que uma est rada <1ue com granrle dispcndio fôra em outro teuJpo aúnta á ma r– µ;em do Toca ntins pa rn tra zer i;ado de Goyaz e ~laraahão para o Pará, foi peh v~eta çào tro– pical f,,c /wclri logo o pós a so,L ahe,·turci, para uunca mais ser 1·cal,erta. . Em su:L ~Cl-{unda expedi ção sahiu o Padre N iculino da foz <lo Samuhuma, a pé, atra vez de mattas vir~ens; mas nno lh e foi pos.'!ivel alcan – çar a foz do Urn ouryuna . P or isso voltou o anuo seguinte, e d e novo emb renhou se _pcb tlorcst.1, proscguiu<lo 11 CX• plornçllo q ue hav ia emprch endido. l!'ui cntno <1uc 111 urto t raiçoeira lunçou por terra o arr~ja o • pi ,lur. Com tal <le~astre <.'Srnoreoeu a gnindiosa idéa de aproveitar pam II ind u~t ria pastoril os cam– pos da cabeceira cio rio Cumin:'t. Ain<la um d istincto cn~cnhcirn pnaenf!O, n1\o nH•nns rl'H(•l uto r1ue o Puclre N icolino-o Sr . l>r. Viccutc Chcriuont de '.\Iir:iu la , no!'::10 ill m1- Dezembro-- 1894 trc co nsociu, pr~i,arou {L su_a custa ':'rua _cxp~i– çll.o e _luu ço1,1 -sc pc!as cachoeil'us do Trombetas cm procura· J,Js f amosos ci1rnpos.. Nno e,;la va ai111.la _em meio da viagem, quau . do li1mcnta,, -1 n:\ufrag io cm unia · mbt.lenha càchõeira cortou-ll1 c os · pa!jSuS, salvando c\le á custo as vitlas stü e dü. eos companheirns, e · tendo perdido totaliucote bag agens, provisões e armamcotof'. J•:ncootl'aorlo se baldo d e n•cui·sus nõ . meio d,, ,te: crto, forçoso foi lho rctroccücr. A ciqad u c!H Ul1itlos, :'t margem do Amazouas, perto da foz do Tro,ubetas, está sit1rnda qu.111i _no· mesmo meridiano -f[Ue Puramaribo, que está á. foz do rio S urinaa, bem perto do O ceano Atlaotico. 1) mcr~<liano d e Obidos é .í. l:.! 0 1 ti' 40" Ü c:5te do Rio ,!e .Janeiro. Si conS<'/!Ui1:simos montar fazeod.is de ga<lo nos é,ampos á cabeceira de,> CuuúD:í-estariamo.::l nus fronteira;9 <la Guyan:1 Hollandeza. Tran<'pondo a.-; cordilheiras de Turnu-Cumac che.-•a-se (ui <;-ertcotes do rio Surioau, o <l'ahi .í. Pa~~maribo, populoioa e rica capital da Colonia Hollandeza~cmo seo ftorescéntfe comrn crcio, sumptuoso:> predios, palucio do Governador, fortalezas e deli ciosos jardins, emfirl} uma ci– dade cdific11cia pelo primeiro povo civilisador Jo mundo. Da cach oeira t1o Cuminí~ é mais facil a cow – muoica<'áo roru os Hollaode~es" d e Surinao Jo que co1~ os bn bitante.5 de Obidos. Os in<lios que vivem · no va llo do C:urniná. possuem ferraUicn– tas de procedcnci:i hollandeza, assim co rno a po_s uiam o, an ti~os -escravos do. mocambos do 'frombetas . O Cumin.í, que<' o mais importante a ftlu eo,– te do Tromhetas, d esde a foz do U rucu ryana até a ultima cuchocira em baixo - a Cach oeira do Tronco, tem a largura qnc em certoR pontos attin crc ír qua trocentos metroi\l. E ; tre e~t c~ doi11 ponto , o declive do rio é bem Rim ivel, for mando :rng ulo mai or do qu e convém para um rio <le regimen regula r. Na c:~ta <;:ir, el a" c huvas :l desca rg a •] est e enorme \'nlu1111) tl 'a,;ui\ <leve ser consideravcl e violenta. Os 11rct.u. do an tigo i\l oca mbn me rlizi1un cm 1-1,u li n~ua~em cnerg ica: 1, No inverno Cumioá. rone:1 <1uo1 wctte medo." Quan<lo, purém, ~'l' s:uu as chu.a s, o 1io cs- ' gota- se r!if1idamen te. A pouca agua que re:,ta corre por e ·tr ito~ canac~. T odo o leito do rio, de utn e ou tro lado do:1 ca nn,,es, fi ca íntcirnmco– te á f!ecco, <' o Cum iná se tru usforma verd adei– ramente eu! h rl,!a estrada, ca lçada de g ran ito , por oodc se tl'ãuzitu fa ci lmente :t p6. *** ]◄]m aiasu1upto J i,,,,ta ordem, bem Ó sei,é uüSSô imperiusu de~·er cooter os v_õos da imag ioat;ao e do enthuRiaRtnO ~ara <le1xar folia r a razâO, só 11 rozilo c.ilma e frrn . .Mas qucw pcíclo 'tJoter o e nthusiasmo uiaotc desta nunca II ae admirnda natureza, tão opu– lenta e tão pujso te, do valia (lo nosso Amazo– nas ! F orça é C1111f' . I', fir1uai dei,;lumbrado <1u autlo contempl ei ,. vRBtitlAo dos campo da Guyi1 na B ruzil eir11 . 1'1~t,reVt'Odo, n gssa oc:cabiüo, a,> ·r. dr. J u&to Chennoot, cntllo U ovcrnndor <lo Bs– ta dv, lhe di,-,m : « l<Jmfi w, 11lc.:u n9a.rnos os c~mpm; que ~o,u ta n~o afim procur1<v1uuo:,. No cimo clr uwa belli. irua eollia u <lc ,100 metros <le oll u •·JI, q ne se <'rgu no meio d<;>s carnpo1-1, ú. mt1r~c•111 úo Cuminií, desrhla Je ar-

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