Diario Oficial 1894-Dezembro

\J .1 Sexta-feira, 2 r ~~~~~- º oaf é brazilei.ro Do relatorio do consul do Brazil em Mar- elha tiramos o seguinte treeho, que se re– fere aos processos porque pa -•a o café para a sua transformação em varias qualidades distin– ctas: "E' de suppôr que as mais respeita veis firmas d'e ta praça uão fa çam taes misturas. O café que ella. recebem fica riuasi na totalidade ar!lla– zenado no Interpostos Gerae , onde operações <!'essa naturnza-quc não seria dema iado ca– pitular de delictuo as-clifficilmentc poderiam ter logar e acabariam por despertar n attenção do publico, que certamente a~ julgaria in petto. Só em armazcns particulares s-.lo ella~ feitas, além de que os intermediarios que cowpram ás granded firmas têm todo intcre ·se em beneficiar directa e exclusivamente dos rc ultados da ope– ração clandesti na. ·Possuindo grandes quantidades de café, elles pódem, com a maior egurnnça e libenlade, ma– nipulai-as e tranformal-as em varias gualidades distincta , apenas applicando o systema que passo a descrever, e sobrn o gual consegui obter esclarecimentos completos e fid edignos. , P rimeiramente, todo o caf6, qualquer que .seja utt proveniencia, é desempcdrado á. rna – china, peneirado, joeirado e estremado. Da mesma procedencia , de um só sacco, fa. zeru-se tres categorias; a primeira sem pedra, poeir:i , grãos mirrados ou casca adherente. A terceira, mercadoria natural, n!io tendo pa~ ado por outros processos além do da adj uncçil.o de g rãos mirrados e com casca. O café d~nomiuado Santos é objecto de maiore cuidad, is (1 ). Desprendem-o, peneiram-o e separam-o. As pedras 1: o pó são postos a parte e mi turados <:om outros cafés de qualidade inferior e deixa– <l os cm logar apropTiado tité 7ao lrnrem um aroma apparente, si bem gue de pouca du1a9ão. Os ~rão sem pedra, poeira ou casca, são em se,gnida joeirados cuiJadosamente; o eõmagados quebrados, irregulares, mirrados e COl.ll casca, sr10 separados -e vendidos COlllO Ja~mel 011 ou– tra q_ualidi:ules de S . Domingos, café nmi apre-· eiado pelos consumidores e que cert..imente deve a ua foma á mistura, cm grande e. cala, com o de Rantos. ~ Os grãos de bella apparcncia, sem pedra nem poeira, pa sam por differente. peneiras e srto (;hu,silicados segundo o respectivo tamanho. Ü..: grandee, os médios, os pc'Juenos, os ver de. ou o expre, . amonte v0rdl'jarlos o tornados lustrosos, e bem a sim os brancos e rcdondo3 i,l\o t?dos metteulos11rucntq separado e formam qua– lidoJes diver as e ele faci l venda. Ü mai ores e redonelos servem para duas <4ua]idaeles de Jfol·a; os m-édios, para o ,lly'5ore e outras; os pequenos pa;sam a classificação de P o11rl1()11; os verdes a de Guaienia1a. ou Porto Rico; os brancos ~cdondos constituem ainda Ull\tl '<:AU\:,""Oria de Bmtrbon. Finalml'nte, tambem e1\.o feitas outras mi tu – :rn. de -ord m eeundarin, ma numerosas, e nas 'ilhles ptedomina sempre o nOIISo eafé, sobretudo 0 dcnolllinado S(lntos, cujas differente qualida– des Rervem parn confccçliO de _outr~s que, sob denominu~óes arbit.J'!lria., síto oflernmdas ao con– Htllt n'esta e ern -varins-prnr,pts ifa li'moç11 . O . ystetna u<lopt:ado pelo <1ue d'~llc URU· fruem 'V(lntag-em é a~s.'t reprovavel, J!Olil can a o <lesapparecimento fic:tie;io de uma mcrcadorià <'m proveito de outra similares, orinndàs de ( 1) O consul r.cf\ ,re-~e •specialmente oo café n:1.0 :w:iriado durante a Yiag~m. DIAR IO OFFJCIAL Dez embro- r894. S '.! I p::iizes que apP.na~ as exportam ern porções r ela- 1 tivamcnte insignificantes, conforme resalta das j estatistica officiaesn. A;'.\IETHI TA E TURQ'CEZA e. A COD, titui ção de certos mioeme1 é por vt– ze; difficil de ser determinada cc.ru esactidão. ----------«•.....------- ASTRO~O.\IL\ A «.Academia de Sciencias de Pari u confe– ri n e~te anno a medalhfl. A.ra.70 ao profe sor Asaph Hall, que de,cobriu o. sat!'llitcs de Mart,e, e ao professor Barnard, que achou um guinto satcllite uo .,ystema de J upiter. Por occasião da solemnidade, a «Acadcmian chamou a attençilo dos astronômos para a lei empírica de Gaussi u, pela qual as distancias dos planetas do sol e do~ satellites ao planetas são comprebendidas por urna fórmul a em que certos factore variam em cada syst0ma, mas que se tornam eon~tantES uma vez detcrminaJo . Com os meios de investigação sempre cre - cent.es , n,lo é impm;sivel que se de. cubram novos satcllitcs. Segundo a lei Gau--•in eleve existir um sexto satellitc dentro da orbita do systema de Jupi ter. ROUA.S DE PAPEL · Todo os wao-õcs de I.• cla~se que a celebre º d . ca a Pullmau constróc por conta e vanas com- pauhias de e tradas de fprro, nos Eatados- Uni– dos, são montados sobre rodas de papel compri- mido. · A' casa Pullman tem a8 suas officinas perto de Chicago P. foruece annuahnente 12.000 rodas d'e sa cspecie. Segundo escreve a rc,ista The f!J,igineer, a roda é constitui,la poT uma bobina centra l de papel, npeTtada entre dous diRco de aço de 6 millimctros de g,.·oRsura, r eunidos por dnas or– dens circu1ares de cavilhas de ferro. A cavilha de ordem mais proxima do cent ro atrave saro os orificios n'uma lamina que faz conti_nuaçllo com o cubo das rodas; as da ord em extcn or atraveR– sam os c,rific:ios feitos n'uma especie de gottcira, que foz continnaç:lo com as <"hapa das rodas. O papel empr~gado é o papelr1o palha, sob a fórma de folhas circulaTes de pequena espessura, grudada por meio ele uma colla bem forte . As– sim di postas, a. folha vão para uma estufa -afim de ficarem sêccas, e depois pa1;sam por uma prensa hydraulica que red uz o se u volume primitivo a menos rla metade. ma vez bem sêcco, o di co vai para o toroo, tal qual como si fos~c uma ptça mctallica, e é introrlnzida rt força , por meio da prensa hydrauliea, nas cha pas dn rodas. Ji~rn se!!'llid;i. e tambem por prP.i!· sl!o aju ta- e o cubo, 11ue tcm um dia metro _um ponco upcrior ~o orificio que e faz uo disco para a ~ua pas. a<>cm. , Ji}ntr,e outra; vanta<'ens, a r-0das d'esta especie, que pódom pe;~orrer ae 00.000 a 1.:-300.000 kilomettoa antes de serem postas for. de uso, supprimem as vibra9ões e por isso oào cstra~a m t:mto a partes principaes elo eixo. -------·- PEOR L{1'HOOR PIU()A." A poucas milhas de .Numé.a, 11a ilb11 de l\1n– tho. l,e.m pelito do cl>l.reito \V odin, foi dcsco– bl'lta ha pouoo terupo uma juzid11 de poünis li – thogropbic:u de umn riqueia inauaita. f ~s.sa ~ peJras tla .'Jov11.-CaJcdooi.a, muito upo– rforcs .ís tia A llemru:ih, se diz que sli.o o que ha de mai ' fino e mais deli -a.d.o pam os tr,.ba, lhos de litho~raphia. A ilha de Matho. ciuu ewer~ cí\rc·n de 40 metros no meio Ju otllh , é um euonue mono– litho que -póJo nrtir tW'Os Ol! wcrcnao~ do mun,fo; e é cercada d0 agua · bast,rnte profun– da~. d,, maucirn 11uc o:i na\'iu:; JJóJcm utracar rcnrinho á pedrdm~. Ad. Caroot, que a ignafon a pre.sença d, fluor nos os. o fo ·•ilizados dedicou-se ultima– mente ao estudo da composição chimica da · amethy tos e tuqueza , tendo 3fina] verificado que tod>1s as ametbysta encerram fluor. Quanto ,í turquezas, cumpre ante de tudo, fazer dil,tincçõcs entre as orientaes e occiden– taes. As primeira ~ão Ycrdadeira minera e nilo contém um 6 w tiirio de fluor. A , outra . o– r ém encerram flu01· na m ma proporç:lo que os o ~os do terreno terciario. Esta coDdu&1o a que Camot foi leYado pelo:: seus.trabalho coD ciPacio vem confirmar so– lidamente a hypothe-e emittida sobre a oriirem das turquezas occideutaes. a aber. <1ue ellus nflo passam de simplPs proJucto da fos ilizaç-:lo de dentes de animaes. A FER~mNTAÇlO GA TRICA Os ph'.momeno da digestão transform>1m a materias albuminoid1r e amylaceas em peptona,, e glucose, debaixo da influencia de fermento,: soluveL':!. Os chimicos j(~ chegaram a fabricar pcptonil.•. aquecendo mat<'1ias albuminoides com acido su\– furico dila.ido. ~Ias esta- co ndições são mui ditferentes da , condiçõ natural. Dastre a ignalou recente– mente um novo facto muito importante sub o ponto de vista da theoria ; e vem a ser o e– guinte: . -~ fibrin.1 e a caseína frescas podem ser di– geridas em a interven ção de neD hum fe_nnent,o soluvel. Basta deixai as duraote algun dias coru uma dose <le certas sr.luçõ,·s sa linas (chlorutr ta de sodio, por exemplo), conservanJo-ás cm ua temperatw·a normal. Berzelins e outros chimieos de notn j.í tinh am observado este facto, attribuindo, porém o de.ap • parecimento da fibrina 1 sua di ·solu_çilo. Propriamente falando, nfttJ ha <li,soluçilo. O que Re <l,~ é o . cgu.inte :---;-a libriua se de.,dobra em dous prodncto s albullllnosos que ~e co'.1gu• latn a 5-! e 75 ;nau , transforurnnJo- e final- mente em pept0na. . Ora, a tnn ·formaçií.O que se opcrn deba!so da acç:10 do suuco ga. trioo passa P"la~_ me~nm,– simns pha. es c1ue acabam do ,·t•r a.;-;1~o_nlu1h. 0 0 0 ecruintemcnte o phonomenos da d1~està? artificfit Sl!o ab ·olutamcote identicos ao <la d1• gestão naturo.l. ·-· O PHONOGH.APHO O en!!enho~o invento ele Edi ou quf' tama– nho nu~:ncro de curio os tem attrnhid uu r<'clor de s'i dei crnpPnhou reccnt1imcntl' um JlªPcl ba ta~te original 011m proce ·o instaurado ê'LU Londrc . B' o c:1co que os m'>rarlores de uma Cilfi:t ~e 'JU ixav.am do barulho o vibrn~•O_c~ tln 11m11 fa . 'brica vizinha, barull10 tiue Tilc:, w.:om ul odt\\'a dia inteiro. lncumbimm no nclvogado S.- P. 'l'homp,, 1 0 de acabar com ilqu illu. e o hnm llo h01nr 1u l:ve a feliz idéia do lcvnr nm phonngrnpho t•oui.,1~u puni o fostaHar no <liver. u~ µnvimL'Jlllll'l_ da ra,:t Dépo.i dit,t.o, repruJuzindo de nto tllJ tnlH1n~ u· ,·nido , 1 u re:.xi:-t.1:°1" ,oom t_«li. n fidl'l.iil d~.• for– neceu a ,im 110 JlUE o dcpo1m,•1ltt1 da tL•,tcuin– ul 11. mai:; imp1m.•isl que nté ho,i11 falou Uà ,111. elas ses•Ocs <lv jury,-o phunogmpl111.

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