Diario Oficial 1894-Dezembro

496 T(:rça feira, r8 DIARIO OFFICIAL = Jas agur..., que abrindo-ee passagens por entre 1 t:'-:t., r0cbas immoveis, lançavão-~e em borbu- 1 lbõe. n'esses inrnndaveis porões e;heios de e-cu- 1 ma• Hanão mais dous outros cam inhos ainda ra, encontra-se a ilha do Brêo, aonde chegamos ás 2 horas da tarde. D'ali a pouca dista ncia tudo muda , alarga-se o rio, "Tê-se pelas ruai-geos mongubeiras, toromazeiros, tachizeiros e outras ~ is tcrri ,eis. Dia 5, sexta-feira, tendo pas ado a no sa ca– ll ·,1 no dia precedente, continuamos a no .sa por– fiada di,puta com as aguas e pedra ; apenas J odemos pa r á- 5 h oras da tarde tre.;, alto barrane;os da exten i · ima cachoeira do Pirará.ra, pernoitamo,, em uma ilhinha, que fi cou . endo d.amada ilha do Lauterio, que querendo matar um enxame de cabas com a camiza, derão lhe a~ caba~ tantas ferroadas, qu e o ohripráo a c~hir n'agua. Esta ilhioLa é a terceira junto ao <·anal por onde pas.,amo . Dia 7, sabbado, pela" 7 horas da manhã, co– me<·amos o no o trabalho; até ás 10 chegamos .í ilha da Gall inha, tendo pas ado dous grandes l,:rncos de cae;hoeira. D'ali seguimo·; Pª""amos ,t~ <·ac:hoeira da Torre e da Casiuha das P edras, a violenta correnteza do Quebra ou do Bate C'•1nella, d'onde já. se avista a grande ilha do T1acuá; do principio d'ella, tiou estirõe , acha– •L- a c~c:hoeira do me mo nome. que nào, obstante ,( r alta ntl.o tão cliffi cil é pa.! sa1 a, e pernoitamos ••111 uma ilha pouco distante da cachoeira. l~ram :-i , meia horas da tar de. quando ali chegamos. Xo dia e~uinte, domingo, e 8 do ruez, Rli J 1. ,;amo-. tendo ou vido o sa nto sacrificio da IL i ,,a ás 9 horas. Dia 9, ~eguoda-feira, pelas 8 h oras partimos. O rio estende-se por entre erras cobertas de ca.,tirnhaes e outras arvores, umas cobertas de r pl)~.-a, folhagens, outras de fl ores aromaticas, vi,t,.~a,, e variadas, conforme a natureza da · tau,a~, que as produzem. Al:l aguas cristalina& representam cm seu seio tudo o que borda as nrnr,,ens do cu leito. O viajante nào tem um rnomt•nto Je tédio, as maravilhas variadas, q ue e;outerupla o entretem e o an ima a levar ao fim ,tw \·iageru, esquecendo-se das penas e pcri– .!"~· que arrosta. A,~iru, pois, por entre ei,tas magnificas pai- :,é_ens pro~e~uiodo a no..~a jornad:J., ao meio dia 111, .. 101os ti cachoeira dita do Severino ( e ta d,-nominaçft11 Ja<la é pon1uc ali se quiz situar u u preto d'<!~tc nome), no fim do estirão i direita ncha-~c um igarapé, pouco acima outro, c:uja emlioca<lurn é uma grande enseada. .\tra\'tPmmos varias correnteza ; á 3 e meia d,, tarde abordamos a cachoeira das pedras Lr·,ncas: é a~siin chamada por causa da côr de u1ua l,!l'and(' la~c .:í. wargcm, que 8e eleva a lt urn ele :Jo metros ruais ou menos· mas em dtclive, nave e Jiouco sensivel. ~a p~rte mais < 't•v,1da da !age, eutrc lindos pcqueuoi; arrnrc– do.~. v,, se o jarawae;urú e cliver. ª" parasitas c·t1Jni< fi 11 refi r('prescotam palmas as mais dclie;a. dn e <:~1b11l ~JUaru o ar de <h·lic:io. o perfumes. 1 lh ! wml1a 1dulatraua p:itrfa, como és rie;a e 1,dla e eu não tr Y(\jo nc1n te amo! D 'este l111!ar ,fous CHtirücs U!Jpois, <:hcgamo~ ú cach0:i- rn ,fo T,1.·rino (é af!."im chamad;.. por ter ali adv L'i,lo u111 homctu <l'<•'!tc nu1ue, 'o ,pial cotu o d, !iri,,, c111 que o poz a fi•Lre, dizia , 1 ue uma 1u •J<J~a m<iça o chamav~ <jU<' o a~ornpaohassr). l \ r111o1t 1unH cr11 uma pnoresc:a 1lhinha junto <l 1 , .. 1,:ho:i111. u1n11h. c:!11:garoos Íls 5 r meia. l>ia 111, lerça,fcira, (LS 7 horns da manh!l, 1i1irtim,, ; passamos a caehocira, que, com •11· nto 111!0 HC e"l<·ja <Jlirii.mdo a varar c:anóa, é 11L II da mais viuleuta8; as agua11 r •pellida~ J'l'l r•.dr,1 dn!l lados vn,, 011co11tmr RC! no m,•io, tu l • , v:,11ta111 no pro<ligio.sa11wnt1J c:omn mctliu – dt \ln '! foi ~as lÍ 1iorfia; clla cumpiic se <l1i dous J, I N•S. .. 'o fiu1 !lt• t••rcciro c~tirfio, :i1epois dt1 cae;hoei arvores das margens do soberbo Amazonas. Que delicia quanto ao aspecto ! Cinco serras mostr:im-se ao longe e soberbas mostram as verdes côres das toufadas ramagens das secu– lares ar<:ore. que as ornam. E' pouco distante dos pés d'ellas, que passa o rio, cuj as aguas mais transparentes que o mais puro vidro, re– presentam fielmente cm seu seio toda s as belle– zas de suas margens. De ;ip-arapés os mais im– portantes são, á direita, o da terra preta, que passa por traz da pou ta; onde tiveram o pretos casas e '.chamaram o lugar-Li vramento-e outro pouco acima, que vae junto d'uma SE:rra, o chamam igarapé do R emedio . Chegamos no Livramento ás -! hor-as da tarde e ás 5 e meia em uma bella ilhinha da praia, onde dormimos, pouco acima do igarapé do R emedio. Dia 11, ffUarta -feira, pelas 9 h oras do dia, continuamos a no a porfiada luta contra as violentas corretite da aurêas a~a do ameno Cumin á . No fim do primeiro estirão existe uma cach oeira dos mocambeiros denomin ada Sant'– Anna; ao meio do terceiro vê-se a elegante ilha das Saúbas, adiante a ilha do Can al; encontra– se mais duas, uma á direita dita ilha do lnaj á, outra á. esq uerda denominada Sucu rij ú, cada qual a mais ri ·onha pela situação, pela _robu.s'tez ne &uas arvores e aurêa côr de suas praias. A's 5 e meia da tarde ch e~amos á cach oeira das Lages, que pa~~amos sem muita difli culdade e ás 6 e meia chegamos á, ilha das Barreiras e pernoitamo~ na extensa praia dos tracnj ús na ponta de cima da ilha. Cousa notavel, a inda tirou-se ovos d e tracaj (,s frescos n'e ta. praia! Dia 12, q uinta-feira, pelas 7 h oras começa– mos á nossa viagem; o estirão que loµ:o per cor– remos, chama-rn «p:rande)) por sua lono-a exten– ao; de facto depoi.9 de 3 horas de u"rn;.., viau;cm r egular é que ch egamos no fim, onde se acha a cachoeira do Trapiá. oom uma ilha do mesmo nome: é assim chamada por terem a.li os mo– cambeiros Cflcontrado ca1ms d'cstas cabr1s. Ao meio dia pa. sarno a c.ichoeir3 da Sereia; é assim chamada por ter ali .ficado uma canita d'<'ste nome. Vê-se tambem ali um /:!l'upo de pequenas linhas, entre as quacs vê-se cascatas. A's 2 horas da tar<lc passou-se a violenta correnteza da 1Jonta do Tucumil, onrlP acha-se uma pedra escoltada de fi~ras grotescas. re– presentando quasi fig ura humona. P elo que pa– rece Dllo é obra do homem. Disse me o piloto que os gentios julrram santos essas figuras o lh e rendem culto. N'c~te Jugar vimos japás velhos que tinham deixado os gentioi,, EDITAES Proclan1as (J Doutor Joilo Gonçalves de Medeiros, Jniz Substi– tuto cln 2a vara civel e de casamentos da Comarca de llelem" du Pará, etc. Faço snber ']Ue pretendem casar-se José Alves Cn• hral e Cntharinn :\foria du Conceição. O nube,nte é ~oltciro, de 23 annos de idade, praça do 1 . 0 Corpo de 1nfontcria <lo Estado, /ilho de Anto– nio Al\'e:, Cabral e de Maria Mng<bleoa da Concci– i;,,o, já follcci<lu, natural do F lado do Ceará e resi– dente n,•sta Capital. A nuh~nlt> é solteira, de 16 annos de ioade, filha de lu ~ l{a}l11uorlo Cnrr~n e de _Joaquina Maria da C uucciçdo. a•1uellc jú fallt:eiJ.o, 1111turnl do E,t.ado do l'cnr!i e resiclcnle ne,tn Capital. Dezembro- 1894 Os nubentes _apresentaram os documentos ne– cessarios. Quem souber de algum impedimento venha declarar em juiw. E para constar, mandei passar o presente, que será affixado no Jogar do estylo e publicado pela im– prensa. Belem, 3 de Dezembro de 1894.-E eu, Juvencio– T avares Sarmento e Silva, escrivão o subscrevi– / oão Gonçalves de Jl/ede.iros. 3 O D r. João Gonçalves de Medeiros, Juiz Substituto da 2a vara de casamentos da Coma, ca de Belern. do Pará, etc., etc. Faço saber que pretendem habilitar-se para conlra– hirem matrimonio Joaqui m Maria Gomes Pereira e d. Aona Ernestina Ruivo. Elle é solteiro, filho legitimo de Antonio José Pe– reira, fallecido em Paços de Ferreira, no Remo de Portugal e de Maria Barbosa, alli residente e de onde é natural, de 30 annos de idade, empregado. no com– mercio e residente n'esta capital, á rua da Trmdade n . 7L . Elia é solteira. filh a legitima de Paulino Dom111gues– Ruivo e de d. Laura Gui lhermina TmTeS Ruivo, de 20 annos de idade, e re idente em companhia de seus pais á rua Lauro 'oclré, antiga das Flôres. Ambos os contrahentes apresentaram os documentos necessnnos, não havendo, purtanto, entre elles impe– dimento algum que possa ser oppost_o ex -of!icio. E para que chegue ao conhec1me?to de todos ma ndei pas ar o presente, que será publi cado pela im– prensa e affixado no lugar cio costume. Belem do Pará 7 de Dezembro de 1894.-Eu, Ju– vencio Tavares Sarmento e Sil va, -escri vão o su bs– cri vi.-(Assignado) J oao Conralves de illedeü·o.<. 2i<r Tbeat.i•o da Paz ARRJ,;~1ATAÇÃO DO BOTEQUIM D e confonnidade com o dispo to em os . arts. 39 a. 42 do Regulamento do Theatro e bases ~b_aixo tran;– cri ptas, proceder-se-á perante a achmn~strnção do mesmo thealro, a arrematação do comparume,llo des– tinado ao botequim do referido theatro. Os srs. proponentes podem apresen~ar_snas propos • tas, devidamente legalisaclas, em o retendo 1 heatro, em o dia 21do flueme mez, ás 9 horas da manhã. BASES . ' l!--Versará a proposta sobre cada especlaculo, que se realisar. 2a-Para garanti R da execução do contracto o pro– ponente preferido deposi1ará em o Thezouro do E,– tado, immediatamente, após a arremataç,,o, a quan– tia de trezentos mil reis. 3~-Tal importancia (300 •ooo) !>6 será retirada pelo arrematante, depois de findo o p_raso de seu contracto, mediant~ attcstado do Administrador do thenlro. 4a-O arrematnnte apresentará fiador idoneo que se rêsponsabilisará por todas as obrigações do arre– matante que resultarem do contracto, in clusi_ve a boa conservação de todos os moveis do compartimento e lampadas, que serão entregues por i,wen~nrio: 51),-0 pagamento do dito aluguel sera feito, me diante guia do Administrador do theatro, referente a cada espectacuio. . _ 6a-Começari em O din r de Janeiro e findara em o dia 31 de Dezembro elo anno proximo de 1895 o praso para o contracto que finnar,;e com a admini, – traçâo do theatro, nas condições .-cima. Theatro da Paz. 11 de Dezembro de 1894 4-5 Instrueção Publica C.oncurso da aa uco!a do sexo mascttlino do 49 dis– . trido dá Capital De ordem do sr. Dircctor Geral da Instrucç:\o Pu. blica, rleclaro que, nn forma do art. 1!3 do Reg. Geral de 13 de J ulho de 1891, fira aberta n'e,ta Secretaria, pelo praw de 60 dins contados d'esta data, a inscrip– çâo dos candicluto, no concurso <jUC se ha de proceder para o provinll'nto effectivo da 2~ escola. do sexo masculino do 40 districto cl'e,ta capital, reg1dn interi– namente pelo profes~or Josephino R?sa Corren Lobato. Os c,inclicbtos, na forma do art. 84, elevem aprestn– tar pcssonlm1.'flte ou por proc~rndor ~•. seus requeri mentos que provem os re'luc,1tos cx1g,Jos pelo ~rt. 73 do citado Reg . Secretaria da JJirectoria Geral da instrucçâo pu– blica do l'ará, em 1 de JJezemhro de t894.-0 Se– cretario Geral, 11/rn:oel A. F. de .Uora,,. 6 J

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