Diario Oficial 1894-Dezembro

D omingo, 16 do iga rapé, elevav,1se á altura de 30 a ,10 me– tros mais ou meuo~; nm,t massa da brancura de nc,e cxhalando de si fuma ça, impedia que se lhe podesse vêr o abyamo. suas bvrdati de alcan– tilados e medonhos rocherl<is, foziam -nos expe– rimentar um nilo sei que de prazer e de terr~r ! O que é aquillo, bradam todos!! Ma - o que ~? A'fuillo ,1ue vêdes, responde o piloto: é a .1choeira f)Ue se chama inferno, pois at6 não se ídc passa r por causa da violenta força das ;ua. € rle insonrlaveis aby~mos, que ahi se " ·ham. Foi quasi junto d'cst,e sublime medo– nh o, que abordamo;; á..; 6 horas da tarde e ahi pernoitamos ~ o dia 3, domingo, pelas i horas da manhã , fonlOs visitados pelo , ubdi~o francez mon ieur .J ule Caillat, que acompanhado sówcute de uina pes~ôa, o brazileiro J o,10 Felippe, já. tinham va– rado a sua pe<]ueoa ca nôa. Foi no abarranca– mento d'ella que celebramos o Santo Sacrificio da Missa. Oh que doce consolaçµo ! Obser– vou-se toda a extensilo da ca<:hoeira, que com põe-se de trcz bancos horrí veis 1 O abarracamento de monsieur J ul e achav:i se . tambem já. além dus bnncoR, tendo um delicioso porto, onde tomamos aprazível banho. 8co-11nda feira, dia -1: do mez, continuamos a nossa°derrota pelas l l horas do dia , tendo pPla manh:l varado no.;sas canô~s e pernoitamos u'uma ilhinlrn á din•it,1 e abaixo da cachoeira no Cajual. N'este dia passamo' trez bancos de cachoeira. No dia 5, terça-feira, pas:;ando algum_as cor - • rcnt , · pouco importante;;, viemos pernoitar em 11111:1 ilhinha de areia, defronte da scrrn do Ma– caco. No dia(:,, <]Uarta-feira, pelas 6 1/2 da manh:1, partimos e á 10 horas chegamos em casa do creoulo Lauterio, ,J'onde sa himos á 1 hora, en- • tramos pelo Penecoro, igarapé que se acha log-o acima d' esta situac;ft0 e forno, pern oitar no port,, da tapérn de J oM1uim Rant' A nna. Quinta-f'drn, dia 7, con tinuamos a nossa ta– refa. não podendo che~ar {t t.1p~ra dcno1uirw<la H. Antonio , fi camos em lugar acima de umu ta– péra pertencente ao mcs1?10 Laute_rio, que ser– vi u-n o · dP. pil oto e haviamos deixado na ca a tio mc.·mo para fozer-oo~ fo rinlrn , visto termo~ nr.c-e- ·idade e ter cll e ruça. Ficando na barraca o meu compadre A.. comecei as minhas 1,csqui– zn.~ de. m:ilocas. As ,irn . poi, , u'e~tc me mo dia, pela ~ horas <la tarde, acompan hado da gcnti:i Annn, de Maria de J esus. do filh o tio meu com– padre Franci~co. tlc J uão Garcia de Scnna, de Arrostinho "1.(li~in ho, ele ,Joaquim Tcll es, J o é p,; ulo, tio indio ou gcutio Pedro, de .José Gar– r ia dü 8 ouzu e ,José da Motta, p~rno1tamo. so– hrr um rochedo no mei,) do igarapé, ainda dista nte da tapéra Santo .\. nton io. X o dia 8, sexta-f'cira, vinjnu -s~ e chegou se pelas 1 tl hora em Santo A nton10, onde p•ir fa lta de rnantimcnto parou se. X o din. !) sabbado, vi,1J·ou se daE 7 hora da ' . ' nrnn hCI {t➔ G Ja tarde, c pernoitou se a m:ir~em do peq ucno iµ;arupé clrnmado pelo gcntia-Ari– minúia cun'1 (i.,nrapú J c barro) . l>ia 10, J~mi11go, sahiu-sc ús fl hom da manhã; :l~:·: horas ela tard e, encontrou se e-oro uma choup>1na <los iudios _e abar'.·ac~u-sr. (~ ma;• l,!Clll du br;1 ço direito do 1~a rapc ac11ua dito, as (i homM da tarde. Dia 1l , ~eg-uucln-fciro , pomo no. em Cltminho {1 ~ (i horas da lliauhã cm busca J e uma serra, Yi,tu (1s :1 horas tio dia precedente, que indi– ,tv:1 c~tar ror,ada. Ah ! (Jlll' lisün~l'Írn espr nrn c;a raiou eiu nos– ~ns rorai;-lics; j (t nos parecia coroadas as nn. as 1wna.-, os no~ os & f',ll'~ Od e ~t1crificios, poi j {i se • DIARIO OFFICIAL nos tinha ncabado a farinh a ! Quanto, pois, u:J.o nos al egrou a<] uella serra, que illu oriamente nos moFtra va esta r ali o obj ecto d~ no.::sas fadi– -gas ! Cheg,1mos ít serra ás 11 horn e achamos montões de medonhos rochedos que quasi nilo permittiam vegetaçào al~uma , por i,so de louge mostrava apparencia de roçados. Que decepção! Que tristeza! Seru farinha por espaço de dias?! Volt:unos com os c,,raçi'1cs cerrados, o, nossos gu ias gPmiam apenas entre dentes. Ao chega r na choupana encontrada, seguimos subindo o ri o e encontraruos 5 velhas choupanas, que in– diciw:un se terem os índio · retirados para mais longe, 8nbindo o C1uuiná . A. falta de farinha, muitos dos companheiros adoentados, decidiram -nos (L voltar e ,·iemos ·pernoitar na margem do mesmo igarapé Ari– min áiacuri'1. Eram 6 horas da tard e quando abarracamo~. No dia, tcrc;a feir3, sahimos {ts 6 hora s da manh~ e chegàmos na tnpéra Santo Antonio ús 3 da tard e. Extenuados como estavamo~ pela fome ,paramos e buscamos nas ca poeiras bananas e cnnas, que encontramos Pm quantidade. Ah I minha ca ra patri a, és um par:rizo e oor isso desgraçadamente vegetilo os teus filh os e 11;\0 vi Velll 1 No seguinte dia, quarta feira, 13 do mez, partimos, ás i ht>ras da manhil, ,e ás 2 da tarde, abra çavamos :ilcgres os nossos companh eiros, ']Ue ú, cxcepç,10 de um que j á deixa mos doente, todos gosavão saúde, especialmente o teneute Leonel. O unico pesar ']Ue nos acompanhava er,\ não termos encontrado os indios, objl•ctos certos do nosso amar. No dia 14, quiuta-fcira, ás 9 horas da manhã sahimos do l'enecúro em 2 ca nôaR, cheguei com os meus eompanh~iroR em casa do ereoulo Lau – terio {t 1 hora da tard e e o tenente Lcond Js 3 e ahi fi xamos a nosFa rc, idcncia, euco rrtran<lo de novo mon~ieur J ule, q uc nos wostrou a hediondez do seu egoísmo. Dia 15, sexta-feira, alli passou-se por ser chuvoso. Dia 16, sabbado, ficando na bar~aca o ten ente Leonel e outros occupaclo em fazer farinhn, partí para o matto em bu,sca de uma ~erra ju □ to da qual se uos disse achar-se uma rualu;a. Os companheiros fo rào Francisco, filh o do tenente, a gcntia Anna e gentio ru enor João Pedro, Ago~tinho Moisi nho, J osé Agostinho L eaDdro, Joa'luim Tcllcs, José Garcia de Souza, Jm1<]uim P orfirio dos Sa otos e o creoulo Lautcrio. Te1Jdo sa hido dn barraca ás 7 horas da rll.lnhil, fomos pernoitar em uma ~a i:s:a, bem distaute da se rrn. Domingo, di:t 17 1 alt passoi, indo sómente ..1, pessoas plH pass~io explorar os luga re vii:iinhos. Dia 18, segu nda-feira, pelas 8 horas da ma– nh ã, sn himo~ em dire9ção qaasi no sul; vimos al,>?;umas caluí pépéno, nilo antiira~, indícios que por alli a11daviio irentio , o que muito nvs ani– mava e perooitaiuos sobre a margem de um igarnp6 com pouca agua , por ser ainda vcrü n, e a que chamamo igarapé dos corvos pela im– mensidBd•i do Urubútingus, que alli vimos e nfw ter ainda denominação alg uma . , ( l'ontinúu) ------~------ ALFANDEGA DO PARA' RE:'(DA ARRr:C'ADAD.\ Até o diu 14 do corrente mez . Hontem 'fotll. 620:983 706 32:089 '787 6s3:o73S493 Dezembro- r 89-1-. -+ J 1 D -=r: Thezouro do Estado EXPEDIENTE Du DIA 14 PETl ÇÕE~ .Jo. é An tonio d' Almeida Olirnira e outro,. – Remetta-se este requt:rimeuto á Recebcdorir, para os devidos fins. -Phileto Ant-0nio de Oli1·eir.i. e outro. - fo. forme com urgcncia a Contadoria. Benevenuto de Oliveira Cor rêa. - ,-.-oito () presente processo ao sr. In tendente de Chal't:.>' afim · de ser preecchidn a fo rmalidade de tpte trata a in formação da t?Cret~1ria. -Lilia Cnndid:t. àe Rezende Lirua.-Di!!a o dr. Procurador Fis0;1l. ~ -Theophilo Felix da Sill•a.-Rcmctta se (} presente processo ao er. dr. Governador do ~,– tado, vi~to estarem preenchidas a formalidad~ legaes. -Fileto Borges da Fonseca.-Sendo _impres– cindí vel a prova de que tr:.ita a secretaria de.,,u repartiçilo, voltem o pre5entes autos a,) sr. lll– tendente de Macapl. para o indicado fim . -Ilaymrmdo Rodrirrues Picanço-.- r olte a sr. In tendente de Maca pá, para que faça cum– prir o prnccito exigido pelo art. 5. 0 do rcguhi– mento vigent e RECEBEDO RI A DO ESTADO ESCAL\ DO SERVIÇO NA SEMA1'A DE 17 Á 23 nl: DEZDIIIRO Dli: 1894 Pontos Co11ft rt nle, Reduclo H. Santos T. da Gerencia Abraham Israel T. Red-Cross " T. Gram- Pará T. Belém T. do Commercio T. Cenlml R. Cardozo " Alves da Cunha Vigias Lino da Cru J uliano Regis Brito Meirelles C. MachadG F erreira Br:iga 1.. MorJe;; F. Orestes Jo110 \Vallace T. E. o . Publicas T. da Recebedoria T. Auxiliar Ver-o-pezo L . Guimarãe Innocencio e Arcenio T· L. Brazileiro Porto do Sal u M. Ra)·mund Dias Guerreiro Joaquim C'nu. Cavalléro e Maranh~o Repartiçi o Pnuta Alvarengns Amazona, e Cunha Braga e i\f eir<"lles EDITAES Uouselho de co1111>ras tia mariuba Concnrr, 1tcin para os 1:rupos 11s. 10, 12, 13 , 14, I.fw 16, 17, 18, ao, 21, 23, 25, 26, :q, :18, 30, 31, 3a, JJ,34, 35 , 36 e 37· De novo achn-se aberta, por espaço de de1. dias, a inscripç,\o de candidatos no forn ecimento dos arti– gos referente aos grupos acima mencionados (pape– laria, tnno:iria , funilaria , louçnrin, lnmpist:i., drogaria (inclu ivc vnsillrnme), medicumenlos e drof(a-, mnte– rines, tintns, vidrnrius, illuminnç.lo e lnbriricnç:tn, fe rro e onlros metaes, in trumentos nnuti cos, 111ndeim;;, luvnnderin, carvlo, mnssame , fe rramenta~, bnmhn, e artign;, para mnchinn!>, forragens, lx1ln11çe1, e hltrin,i,:, fogõc , etc., precisos pnra supprimcnto d,, nhnc,).,lt'I• fado, navios dn armada surtos n'esle puno, etc. , ,\u mnte o exercício d e r '95. Os candidato; deven\o compnréCcr nn secret,1ria ela inspectoria do Arsenal de M~rinhn e m todos o, d i.,, uteis ntim de obterem os csclnrccimnntos indispen, t· \'eis e os exemplares <los grupos ljlle prctcncler,•111 fornecer. !-,uln <la~ se soe do const lho dt> compras cb m,,..:;. nha, no l'.,rá. 14 de I k'.emhro de 1S9+.-0 sc,re1an,,, 1/o,wr:'o B . do ,\,'n.srimtnf,1. z-j

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0