Diario Oficial 1894 - Novembro
M uzeu- Paraense In tn1c~ões praticas sobre omodo de colligir productos da nrtturcza pal'a f Muzeu Parne11 ede Ili ·toria N atum[ eEtlrnogrnpbia -Corrtinuar:iio- ÇA PI'.l'ULO SEGUNDO ~\ V E S Os mesmos trc~ m?dos mencionadoi- no principio do capitulo aute– cedcote sobre os ma111?11fcros s~~ tambcm applicavcis ae aves. Quando ha os _dous fa ct ?r es combmado , raridad e e fac:ilid:11le de alimentação, apro. i:nada e r~c10na l, acon~clho <;le recorrer ao primeiro modu. D e facto quem 11ver ?ccasH1o ele _obter p ca~ms, mutnns, pato~, marreca:·, papagaio raros e~-~- v1v~s, e ,as c1r~urn 8t:1o cia~ exteriores permi ttindo a conservação 2 t1,1n_1,po1te n es~c E_stadu, fana mal de matar emelb antes aves. Não d_uv1do, q ue ha.1 a ai?da cert:1s aves amazonica~, qu e talrnz nunca tenham si_ io observad:1s de_nrlam eute o com o descj:wel cúidado cm seu e;;tado de vida ': que f~rman am um ornamento de qual'lner -Janlim ~oologico. U_ terceiro motlo--a C0D·crva çft0 i,i totum no a lcool-oão 6 mujto co~he~1do,_ porem mer ece toda a consideração erú certos c.1sos. Conto eru p11me1rn lmha e ntre elles a e veutualidadc oode o t OILJ)O mater·1·1I drocr•1~ f . 1 b ' ' ' ' "' ·-, . etc., .a tam a so luta mente pa ra e occupar c•>rn trabalhos taxielerruicos, cm vrng?os apressada~ por e-xcmplo, de programma diario inalteravel e ~xo, ooae porem ~rPs1da sclll pr c u fervoroso desejo de não voltar de uma rnteressante exped1çi"w, ex curs,10, com as mãos vasias. Quantas vezes não s~ d ii a con~t cllação, que ..ilg ucrn encoJ1tra um pas~aro que lhe pJ réce dig no de _coDserva ção, sem . abcr como pode realisar tal dcsiderutum-Ou outro aimgo da na tureza desco nh ece inteiramente os ehm1 eutos ta xid er. mie?~, oão , abe corn o ha de fa zf' r , exis tindo poretn dccídida vontade de auxiliar o i\l uzeu e a i:eicncia ? Pois bem, eis ahi o caso de recorrer a este terceiro modo. P 0de-se adopt.ar sern s usto, que o ::i lcool Dão seoao de todo de mt'L _q11a!idrtdc e a a vú j t'Lde ante m:io, podre, nu1 preparad c,r ca paz de i\luzeu a1mla sabcr:í ruc,o tar seruelhaote obj ecto de l:llodo bem satis– f'a ctorio, ~cm que y e5:9oa alg uma atl •1iDh c que clle tinlrn primeiramente per?-1aocmdo em liquido dou~, tres ou mais mezes. R ecomrn endamo, a m c1Mo uo lado a bdorniual, da <]uai fo liamos atraz. Presta este mcthodo pn í'l'it'.1we utc pór cxcinplo, pa ra a maioria das avc1:1 ribeirinhas-das q tla es Just.am: Dtu o ,\I uzc u Paracn. e está ainda tão pobre-, aves de plumagem ?nlh:1ntc, de lu~Lro mctallico, etc., defeito que não quero pas.5ar cm sil cnc.1 c, e q ue vai ganhando em iotco idad e com a pcrmaueueia p_rnlou1:-,rada no al_co~)I. _U n pou?os dias, uma s_cmana finalmente, porem arnda -scr:1o adm1es1vcL<:; uo ultimo caso até mais. Chegamos a tra ta r do seg undo modo-de tirar a pellc conforme a arte taxid ~rmica. ~ ão h n. ➔Cfredo n'isto, P. , i1uplesmeote questão de ai ~urn a_prauca e sei por expcri cocia taota s vezes f'ci'.a, que urna pe. oa mtclhge11te e nflO ~fo todo le rda em trabal h os mauuaes, aprende em pou– caR b u1_as o e. sc ncial, o conh ecimento preci ·o para tir:ir- ·e uma poli e a proveita vcl. . A primeira talvez ainila nil.o aia muito boa, ·a . cg uada e a terceira J~ serão ru lhor ·. E x ponho ~ucc iutnmeote o c ·seorial. T apando -se priwciramcntc com um pouco d e aigodão as frri Ll:i s , n.og rentas ca nsadas pelo chumbo, a bocca e as narion fl, como o anus ( c~Dtrn o vnsamc nfo d e sang ue, de cxcrctn cntos e r estos alimentícios), 1le1taudo-se a ave de costíta obre. tlm papel lim po, a fa ·tando se próvia– ru uate com os de<los afl pennas ao lcJn~o rh linha mediana . pratica f'e uma iudsão lougi turlinal, in tores~a nr:lo só a pell e e nilo a mn. culatura desde a g~ r~ant.a ~tó e abdomco, acompanhando ruais ·ou nieaos a carin:i , quer dizer a quilh a tio osso do pcilo. L e vanta se a pelle tonto de um como de out ro lado com a pin ça, i mpedimio tjuc as penna g rudem se aovameDtc contra a ca rne com fr cqueott!s pita das de qualqu er pó que diminua esta adh ':1o, polvil ho, ·errngt!m, ~esso, füriob a t!c mandiocn, etc. 1)csagrcg11- se 11ssim a pcll c ao redor de todo o t ronco e a parte proximal t)a extre– midades e do pescoço, cvila nclo q ualquer rupt ura da pelle. Ch egando Re u raii tla c:rmla, i:;q 111r:1-sc o tronco das v rtcb ras cnndacs om nm golpe cuidad . o de tczourn , cvitan lo q ue o corte seja muito r c1Dte a ra iz tlas re poctiva~ p('DD1t:l 1 a. . im vemos livre Já a p:1rtc posterior do cor po, pcr– m ittindo a pdle :i lier dobratla n'esta região qual lu va . P ro~cguiorlo n'csta tlcsag rega çáo, ch ega e ::i!i pernas. q ui i ntcrce- pta -~c com urn golpe <lc t .zoura a articuln çâo tio fcmu r com a tibin , de modo que a coxa tique cm ·cntacto com o tronco. L ivr e as pernas ch c~a– mos a azas, onde se prntica ,'l. intercepção com a tezoura, ela articulação do hnmeruQ, Feito i, to, o tronco se conserrn aiotla cm commu nicaçi\o com a pello pelo pescvço e 1L cubc•ça. Dobrando a pclle, á rnaneirn de dedo de luva . drs:ig ru.2:,1 se ,\quolb ató a raiz do b ico. B pccial cuidado carece a r .::;i·í o do ouvido e t1o:; olh 0s ond" é p reci•o roc:orrcr a tezoum, porem ~unca sem ter bem calculado o eff,,ito e as coo. eq uencia. tlt) golp{'. s ~o• tido com as palpebras ! In terrompe-se ao-ora a fü!'.Jt;.lo do trr,ucu I or um 001:te r eate á abertura oce;ipita l d,1 i.:abaç~ , puxa1~do r uid,1d'-' ' :1mc"ote fo ra a }m1sua e o apparelho hyC>i,le. E svaêia-se a c:nid:1de t ereí,rnl cum um p~os111bo em forr?a de colher peq neDn. e l,ew " ·iw ,1:-, orhil:i-. ~ub,t i– t~rndo o ~ue s~ tirou com bolas dtl al ,, .oel.io imprc;madas de _11,ão a rse– nical, de 1dcDt1co_ \"olmu e. B em lilll po o cr,!neo enYen e1wr!,1 ... cnmbem c•s cotos das e xtremidade:: ·que ôca r:im na pell c. t\té onde hou\·er 1-'i;-~ibilidade de ch egar, bem como tódrt a s u perfi cie iurerua dn peUe, introd uz :-e a lz o • dão no pescoço_~ no cor.po· ~•pp roximadameotc cm propor~âtl :10 rnl u~lle do tron co, º:"ª J,L complétame~tc separndo..\ pe!le a~sim fm•p.irada pe n– ªº;ª?º medrnn te um barba nte tl m lngar alto e a r jatlo, ;1fim <le , ecca r pr~l'lamente. Soe , aco ll(licciom1-· e em ca rtucho de pa pel dentro do ca1xil.o ele transr rte, aifa,;ta ntlo Yi-i ta , malq u.istas d e J.,1rata;;. fo rmiga:· tra ças, com carnph ora, naphtalioa. ~ Eis o e!' eDciul. Coo vem porém lo!!O advertir, qtH' r,iea p(w•. p;i t-•·, m~rrecas e cru µ;era! a 1·cs de c:ibeça muito e, tirada e Jl" r:oço fino e e rn – _pndo: n~o per,u1 ~tc1:11. que se d?brn a pclle por cima elo cra ucg. Exi~cm uma rne1são IOD)!I!uchnal ex ten nr ao longo do \'crtice e da nuca, inci :io que se esco nde depois coru a custura . ' 'farubeu, nilo q uero e r1uecer de a visa r, qu e a v•..; d e ava nt.ij , Jo tamanho e musculosas pernas e az& · c::m.!l:Crn itlenti c;t.S inci;;õ1: r x teri,,re · afirn de tirar os maiores mu.. culos e itnpreguar a· respectiva~ part .:.-; co ' sabão arseuical ou aatron ar,euico· u:n . . Ac~resccotamos ainda as corujas na~ q uacs couvew tirar todo o c,!ho fora , abnl-o por traz e depoi;; de CDl'eoenado e oh cio de algotiào rccolloeal o outra vez. Bmfim longo me levaria citar aq ui toda~ as c'omplicaçih::; que se pode ru a presentar na prepara ção de merubros das div r:;a · f'a ro iiia.- <lo aves.. Mas a:Him mes rno o amigo da natm·cza não b.} dci xe J ' a nimar pda des npç.10 exagerada, que co,.tumam fazt:r certos cspe~uladores aos incau . tos acer ca d:1 s tlifficuldades. ~ ús, uo :.'11 uzeu, ti aremos ao.- printi!Jiaot- s de bom g ra do, os co n elhos e instru cçõe , de que puderi\o carcc r. Aves que são de tinad a para collecções de hi<ttJria n~t urnl tl<J \' em ser mortas com_ chumbo ~ao, e vitando a perda de pernrns, (se i,to aeou – tecr r com r ectrizcs e ren11ges é p-reeiso bu. cal -as e amorr..il-·c1~ cu idarlu~a– mcntc n' um pó c~c.) lesão ou e. 1;1.1:igamcnto completo do cranco. "Ctn tiro na cabe~:a não deixa de ser uma ev1:ntualid,ulc desagra clnvel; !:ia ce rtos passaros, ,cº°:º. os bcllos surucu :ís, certo" bacudu• , po·r exemplo, que M de uma frag1lhdade desesper adora . A a ve mor ta deve. er l,1go iiru pa das mauchn, de sa ngue c,, m o ma vimo cuitdado co ntra o grud:11ueuto d• ~ peDm1s; eoa\'em iDtroduzir no bice;o u wa rolha de al ~odii.o, e- n,lbinb .,s adequada. na~ f'er idas para o. ;t.rn ca r o a n.!u c. Quanto 'm:iis peqm•nn a a ve, ta n!·º menor de ve ser o chumbo crn pn·gadt,; p:Ha tam:1 uh o ,fo s:i l,i(1 não rnais gro. o qn c num ero 9, e para tarua nh os ain da w coo rcs o tll (,lhor ~'t!rá, sempre a esc0ruilha amai, fina que ·e posrn obt.er ( m1mero 1~.) J~· be, m lemb ra1:-sc <l 'is to sempre, para e vitar frequentes à L•cepçücs. ~ mhos o ovos . /lo t.1o d ~cj avcis para a scic ucia, q •1:.rnd1, são nc,,n1- pnnhad08 d o.· ~cus ar chitcctos e inq uilin os a utheutico,, e-o rn o, não h c~: t o em declarai-os dcstituitlos absolut:t meate de valor, qutr odo lhe~ falta ·c– rn clhante rcqui ito. Porta nto auímo de um lado :H"Jucll c~, q ue t ern ucr' a, i,10 el e foz .' r observaçõr continuncfa s em permanoncia prolono-aJa c rn reiriües in tC'res– santcs debai xo do po nto de ,i ta oroitholorrico ; c1uc 110:. u~1 o ..-eito· e · • O ) F r:- pa(;!~l1Cltl prce; iso.; ac:o o olh o do out ro la,lo, de ,lc~i,t ir de cnlliµ: ir " rc ru t>t• t er seru ulha ntc obj ·to·, quando não houYcr meios de obter d:1do:; Ili'O• vas in tl'ira1u utc fidc<l ig oai!. L ettr cin1s com indira~• f,o da data da luc,d ida • cladc, do nome ti·ivial s,10 indi peo~nvci,;. • Su j :'L acc nselh,ú o emprrgo de la ços, rnun~o , etc. parn a caç:i do mnmmiferos vivo~, tlnphnn r nte o recommc ndo en1 rcltrç,10 ús a vrs. Coru la ços o alçap,ies pode-se apn ohar muita cousa boa e ntre o:; ml'ni nos qua~i eru toda a part e oncuntra - ·c pr estimosos a ux ilia rt•~ \-oln ntarir,!o. • O Jl nzru P ar::i eo~e recebe com e. pecial ngrado n maioria da~ :'IY('lel nmMo uica~. Bem Yiodos sobr tud scr:10 :, mprc to•los ().'l r11l'io, iros d iurnoa (ga \-iüc) e noctu rno , do, primeiro obrl'tud,) a:i L' QPl't·i,•~ n1·nn– tajnda. ( gav i,io renl tlc penacho Ptc.) ai! nrá rns p:1p:w;aiu, e tur·trno~, 08 urut{ws, n pomba~ o;; g;11li uacco em csccpr,:ã , as ,\Vt!>i pcr11·1lta-i <' rih1 i– r inba . Tla alg ucm que co uheç n om l't' r in o mnu,1 1hl Yicb , ninh,1 o OVOH do urubú de cabeça. onrnrella (Ca thmte u rubtítin~·1)? Quo.n l' qu o sabe inforllla r cornplctame ntc sobre a repr,1d11c<;fto dos t11c:111u: ~rnnd . ., ( lt hamph ust us toro, Rham , eryth rorhy n ·lt u, , etc.) ll Jo i anfln\h(-, ( :\1ll· pclioni dae.) '? Bolem do P,m'\, N ovembro de l 'lfH . Dr. F,,1 II,co .1. Gm:r,DI, Dfrector do Historia ~·atura] e }<]th uoµ: ra ['l ia. ( Cuntiníia) .Mll'.eu l ',11-. en " ' ,lo ..
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