Diario Oficial 1894 - Novembro

M uzeu Paraense J1drueçõe · pratica" sobre o modo de colligir productos da natureza para o Muzeu Paraen e de Hi toria Nat111·aI eEthnographia CAPITULO PRil\1EIRO ;)IA)I)IIFEftOS Ha tres modo de toro ai - os aproveitaveis para 1VJ uzeus de historia :iiatural: . 1) R emettel -os vivos para o ~eu de tioo, o que decididamente em --m_mtos casos $er:i o melhor, logo que h ouver po, sibiliuadP; . '.?~ Con crvar a prlle e o esqu eleto-o· ·ada-segundo as r egras ta- . :x1de'.m1cas. toman_d o rrmito a peito evitar confusões quaoto as indicações r elatJ.,•a;, :.í proveornocia , o nome trivia l, o sexo etc.- . 3) ( 'on~Prval o. em alcool in totuniqu er_dizer tal qual,em ostado fresco p rat1,'andc, 1-1ruple. ruente uma incisão· profunda sem lesar os intestinos no_lado abdoruíoal com ulll ·canivete de modo a' facilitar u~a rapida ~ d licaz 1mpref!n:1ção do liquido conservador. R ecomrn eflda-se e ·te morlo prirrcipalwente para man,miferp;-; pequenos do ta manho d e uma rata_ana ou de um_quatipnrú para baixo. A ioda a iro é bom dar a cada obj ecto o seu lettruru, que pode ser amarrado com uru barba ote o'uma perna, no J · coço e traz as r espectivas indicações escripta. á. la pis,-que não se ap~'!.;ª ao alcool. Em p0ucas palavras direi co rno eu costumo collecciooar ern via"'CD e c<•mo ,1ualquer natura li,sta procederia que tem perfeita conscicncia O das nece~•iclade.; cientificas : .\.)-Conservo em alcool, parn não perder tempo .e para· não privar-– me na pre:, ,, que ta nta. vezes prejudica investigações aprofo odadaP, do exau~e das p~rtci< múl ie. <lcpois da volta· ao ocego do meu laboratorio, c,s a •~til nte:-s obJ<'ctôs : .\) o,, fptoi1 de todos o n ' u1.Trn fcmc::a JJrnuhe. ( 1) n,ammiferos que rasuali:nente -encontro 1) Tudos os 1D<,l'CC"'08. (2) '}) ,., d "' .J 1° os os roedores rn eooreP, ratos do matto ratos de e: pioho & J) T<>das as ruucura e xixieaB ruenoreR. ' ' · B)-Tirúo c:ourn e o csqul'leto do rnarumifcrns maiores d~ t aru aobo d d' · ' •' uu1 coan II para <;m1a, qu e a caça com a cspio~arda me foro cco ou -que uu tr~; cai,:adr,_r(•,i me trazt>m morto, . En contram.lo um objecto iote– r'.-',,amc Ju. cu1 aJrnntado cstildo de ?Utrefüçao, sempre procuro salvar aiuua pelo men0s o craneo. Animal' ' vivos, nu etita ~o de manifesta saúde, tento levar em gaio– laR toda ar; veze, que a c~p<'Cte me parece valer a pena e os encommodos quu 1>e;.rn odo a loc,_ilid.idc om serão muiurl's ora rncnores. A~sim, poi: eirntuplo, pro~edcn a . com os 01;,cacos, os ca roivc,ros menure e os 7eado<1. fer til para verdadeiras e numerosas descobertas S'}icotifi cas ! Um rato do mato pode val er mais que uma onça-bem entendido aos olhos dq ge- nuíno naturalista ! · _ Estas rat,oairas, muodeos, laços, etc., devem ser frequentcmfmte r evistados, -duas ou tres vezes por dia, se assir;o for possivel, jú. pam evitar a fuga dos captivos, j{L para imped ir os assaltos de ce,·tas forooi1;a , q ue de modo verdadeirameote iofame procuram fazt>r u papel de junta de hygicne ad h oc, dissecand o :is vezes cm lapso de tempo in crivelmeote breve um an imal raro ou interes. aot:e. /::lJr ú. outrn~iru prudootc oiio enfiar a mão em q ual411 er ôco de páo, buraco no chão, l;iLa entcrrada,--sem pri– meiramen te verifi ca r o que ahi lia, por causa das cr,bras. O conheçimento do modo de tirar - e uma pello aproveita vel de um an imal ma ior para fins soientificos niio apreseota, na venlade, difficuJda– des sérias, do contrario, qu,dquer pe EOa leiga po,l e rnpidameote assenho– r ea r -se d' elle. E' de prc. umir •1ue todo o mundo j .í. ·tenlrn v1 <t11 emu o se tira o couro de um boi. P ois bem, faz- se tal qual, 1:000 a uDi ca d iffercoça que se toma especia l euidado em retereooia (í cabeça-região Jus ol)1os, das orelh as, do nariz, booca e-ás extremidade , onde se costnma dmx:al' os o:,só , as u nhru;, porem oão sem as s uj eitar · á nma JJrévia limpa do. ru usoulos. Evite se de fazer buracos com a faca, co nviod o purom do oulru lado não d~ixar quaotidade demasiada de gordura, de fa ci:11:1 e .de ruuso:1!0s cutarteos_ na pell e. Co nvem tamberu d.:ixar o craneo dentro, esvasiado todavia a cavidade cerebral e as orbitas. O os o byoide deve se g uardar separnd:-rmente. o ultimo ca•o e oa falta de recu rsos taxidermicos pode-se salva r provi oriawcnte e por pou co tempo mas nunca de nnn eira definitiva , tnu f · · , ' ·u vent) é cru l1war couro resco, su1e1ta ado o a um de ·s,-camento I ar• <J ao ' ' e alto, eguro contra os cachorros de ca a , dos qnat's al!!_uns rno;~r,tlJ~ · 0 vicio a!tameote dcsagradavel de roer durante a noite taes pt'llcs. ' n -1 . ca . · O . 0 •corre e 1·cr bem cntcnd1do quc ' niio recommendo crte modo. rnc~mu '-' · d sal<rar ul! nto. A a r espeito da conservação de um couro frc. co pelo nJeIO O " ·: 1 , · J,'-fJt·• td-a <·ou · agna-sa monra-oão custa apoJrecer, e sera prec1~11 · J tantemrmtc. l 'l 11 . 11.u J)in ce no seu 1• e 1or, porem será sempre prntar o couro, com 1 ' l d • ' ' · m 1Jr110,•s;o que a o rnterno, com sabão arseoical, ou NaLron ars<'nwos 11 , ! . C[' • d · · · d , ,t·, r a putrefaçao. teu, o e ueito e curtir por ass110 dizer o couro o •J oo. ··• l E gua l resultado obte1~-se, til cttebdo o' couro frebco, dobrado em ro º: n'uma tina _ou a lg uida~ com uma solução saturada ue peJra -hu~~,-~ qual e pod e juntar uUJ pouco de sal commuw - -p,Jr cspayo de · 1 ,, uos dias ou m elhor ainda pinta11d0-o, da maoei ra j :í. m r,nc1ooa da, com a mesma so lução, porem em estado quente. ScrCL bom não csq ~ec !1' que 0 emprego do_s prcpárados ar.,eolcacs acarreta alg um peri ~o, poi~ eS t ªª. dro– gu sno veneoos violeotos e onde h a crian çaF, animae_s <lomestwos, cnada– gew incauta, etc. ser:í, preciso maxima cautela ! N:'.o é impossivel aproveitar e do mesmo an imal taJJtO o ?Olu~,coru o 0 e11queleto; porem não 6 facil. Semelhante proced imento exige _ P cei:t.a pralica ,e erá executado es pecialmente só~por p essoas du proprJO pffi cio. . ~os am igos da uatur<>za e do ;\J uzeu do E stado, 4 ue tem occasillo de viapr! Pº" 8 º ca lorosau,ente recõmmeod11r e emprego de toda a espccie Querendo-se o e. queleto de um an imal é mister tirar -se primeira– de rntoc-,ras, de arapneaA. mundem1 e la 11os, postas ao mato, nos bebedoll- meotc o couro e depois J escarnear a ornada o melh or possivt,I. Para não ro•, ••te., sc·p,undo o c:ir:i?ter e os cost.urucs rlos aoimaes que se pretende occupar muito es pa~o, coovem scpart,r a ca beça do tronco com ~od~ o 3 J•ttnl!ar, e lf'<':lllo;; _e~UJ friu ,taH, ca rn e, pa;:~a ros vivos, siris, etc., conforme ouidado afim de oA.o offl'odcr nem a região occipital oc,m a~ JJrti nc,ras ~, r P~unen ahm,•ntH•Je1 <laH e,JH"!.!Ícs'o lmejados. Em falta de co u a melh or verte bra ; de~ar~icala se i~ualmente as extr emirladüs e :rnmrrn-sc tudo Ja R!•rv!.!t1! latn,i de kPro1<1•nc cutt<rrHdai; no ma to com fflcrnma carne fru o- junto, expondo a o sada assim preparpda-.-o csqu el1::tn bruto, como se t:i'-f.!' 'lllfH1íH 1, goinba~-ou ruilho no fundr,'. Ou a,:~Hl se um simples chama-em - l11gar alto, bem arej ado (purém ao abri~o do:q cacbor_n,s, dos :: n1<·o. dc C:!.!rt? i''''º• <· 0111 0 ~e cni;tumu encontr:ir nos luo-a rL'S oud e e urub1í:,, etc.) a um dc:seccamento rapido. O traLulho da hrupl.'za final ,1[0 i,dTH•JJa . mi'.d<•Jra df' t-nn~lrur-i;:ão, iniprovism,rln as,iini uma ';at.ocira, < ue é taref"a <ln co llecciou udor; deixe-se semelhante cou9a ao~ preparador es de ll<": 1 \ti.<;., u,, 'llll·da lH·l 1: 1ta _un, ni to, l'<·mprr• dar(L ni1vfa u111a pelle II Iro- M•1~enH. )l°ilo é preciso neohum veneno nem qualquer outro cuidado es– v, '! iv,\ l•:u:a ~(: .ª •·x1,,• 1 w•w 11 ! SPi P"r propria e long,t pmtic:u ue e'.tes pcr:ial L~e conser var,:!l.o, porém oo ovelll ac0ndiccio11ar e tes esq ncl, tos ao.· 11.,,.,, 8 <lu,, 1ll IJ!lll(H,,,H r,•,ult-id,,1:1. 1; lfJf'riore~ í1 t<•rla <'º!J'•r·t·itiºva eqm 1 · d 1 l l b 4111 ,,r r ,,·- . , . ti " r ~• , , 1ua c,nxõ" rle transporte, e modo que nüo h:1j,1 po~sibiliu, 1 e r e que nu, . . '. ,.;wo quu Ja uilo ,·,tiv,•r " , jdo esg•)tad,1 qu,111to tL su11. f- 1 rolar e <le ror,:a r un cç,ntra os outruH. Euell<'-so os v/los r embrulha-. e Jil"IIIIJI" "· l'r 8 " g-:iru,,tir .'1. 11 r ns és1.·: ''Ps n:< 111,ii~ iutcrc:-:~111;tc~ r u 8 •11~1;;~ tanto o crnaro e 111 todaA as partcll mais dclicad;1,; 1•1u pulha, algmlào, etc., :rai,i •u• f1<••111 •n 11rnwm1h•ros-1,:-:p r 111 lu11'nl'e ratos (l/J 01 t · · fi l · 1 ;n,e 11 0 .- • 1 J, , :, o e x1x1e·is em ru, qn_a •1uer _nrnt~rta qu e po~8a Sl'rvir o que est•:ja a mno. . ' -,.<Jl! 1' orna ui :u; rumhaa col ' ç i'.ie~ foit<1. · no , '11! do Br·1zil · t~ J lep1to nr1 dt 1n.11s uma vez, é indi~prn 8 a vel not·q•-~, no lettrc, ro o -~"IU 111 '. 1 ;"1tn,, rios <•:i•I)~ nLtitlos e:rm, o r rnpre/!O <l'esu•s tnl'ÍOd. G-~ 1~ 111 ~- 0 1:<cxo e altamente dt•i!ejavel é indicar lot:aliJade nou1t.l trivial e •1uae~quer ,.1'.: ~.•:~~:: F'!. 1 Ji q~:, 1 fº -ir rrco:reu,Jc, ú PJllelhantPs artific·io~--que afinal ôutros dizr,res <le real intereFse. (3) '. • , ' • ,w < t•. :i,, ar:, lJJ:.JrH'JO <IUP rprn)quer me-nino loµ:o o cumprcl1eudo Tamhem reitero o meu conselho aeima fo rmulado de sa lvar pelo -:nuda )ior 111u1t, :i m1111,,.. fi,·aremo8 na 111ais J·i ti·u 1 1· · · d · d ., • · , ,; ave wnoranma acerca menos o cruneo, em caso e impossibi lidade •ll"atica de preparar to o o ~ns 111u11nu1f11ro8 pec 1ueu,,!l d·i -\. rnazoni.t R' . ,. ' r ' • · " aqui um terreno virgem e eoq uel~to. AAAim dech1ro, que é pena hoj e em dill , deixár deijaprovoitado (1) As~im offLreccm l>a~tnnte iuteresse scientilici, os ict~-., . 1_ um umco oraneo do v,ead~ galheiro. (c,:rvus pal 11 dosa s) e o ~neswo valor <:•,s ,la unta <l · 1 · d 1. · "'"ºsr 1ver:;os maca pollSuem os craneos d_os diversos bõtos da Aruazonia , esr,emalmente do. , , o peixe J01, os e1ver,os bôtc,s do t:.rrn d II b 1 • • • ,. >11 ,11d,1á-y. ' n u, · :me e,ra e do ta- lnia mnazonica, do Estado visioho e dos gmndes rios ao Norte. .., A,.. (2) lfa ~r ahi uma es1~ecie to<ln hranca, bastante folpuda, encontra" , . · ·· ' nns mo,tn, de ba11ane1rn.~•o Dicliduni~ albus,qoe mw rt· 1 ull tl5 (3) Em estylo telegraphico, evitando verbosidade e inuteis preambulos. Res e:,,,, 111end · tt ,. 1 · · pa ,cu artnente re- 1 '-- 1 N d• ma·s r·a ·c 1 1 tt · · · · E t b' t 1 o a a e11çao I o, qui, riucrcm aux,har nn~ collecçôes. 1 on Vl!ruu . _n ~ . 1· 1 1 u o que um e reiro, que pnnc1p1asse: u se o ~eco -o e,•~ncc ao remo a111mal, etc. etc.>1

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0