Diario Oficial 1894 - Abril

Quin t:1-foira . ~6 DIARIO OFFlCIAL Abril-1 S~4. l í7 --, :cr:xrc , ,-a RELATORlO DA · Directoria Geral da Instrucção I'ublic.a (Co nclusão) Fl$ C:\I.I S.\ Ç.\ O ESC' UT.AR E" esta uma d as questões ma is imp o r tantes, e·ntre nós, pe lo facto ca pital da a uze nciá de vocação p ara o magiste rio d e que basta nte se resente um ho m nume ro do p essoal d oce nte primari a . ' A g rande fal ta q ue te mos d e professores no rma– lis tas . parti c ularme nte pa ra a s e s colas do sexo mascu– lino, as q ua e s , possuem ao me nos a p resumpção da r e fe riJa vocação, posto q ue muitos não a tenha m de facto , obriga-nos a lançar mão foe q u e nte me nte de ci– d adãos sem. estudo · especíaes para o caso, dota dos ape na s d e uns conhecime ntos e le me n tari ssimos, q u e poucas vantag e ns, poctem offe1-ecer, mas g ue e n treta n– t o . d e a ccordo com o ri faC:, p opula 1- :-de d o is males, o me no r.- n-ão t e m(r:is o utro n ~me dio s e não utili zal-os, para não de ixai- m u ita s f!scolas inte irame nte acepha las. · e m u itas c r iança s sem um a rremedo sequei- de ins truc– çào. O ra. que p rope nsão e sobre tudo (] Ue d e d icação · podem t e r p ro fessore s in te rincis e m cond içõe s taes, ·e xc_e p ção fe ita de um pe q ue n o punhado, os qua es mui tas vezes acce itam a incu mbeocia d e e ns ina r J11a is p e la n ecessidade ele um me io d e Yida. q ua ndo é cer to q u e se veem e ll es, a cada passo. a )) raços com cl iffi cul da.ele s q ue não sabe m ne m cons eg ue m s 11 p e ra 1-? . . . E x g ottada a so rnma da s ua mi11goada scie ncia, e il-os n,t clur2. con t ingencia de n >p cti1- e repi7.ar a mesma cousa do mesmo modo s em p re, sem sabe rem vari a i-a ne m dar-lhe o ut ra fe ição q ue in teresse não só aos . a lumnos, mas ta m bem a s i proprio. _D'ahi o te d io , a e nfado q ue a dquirem pelo exer– cício do ·e ns ino , q ue os le va. no fi m <le 5 o u 6 a nnos de t i-aba lho, a neg ligencia re m os se us d e ve re s. furtanc.lo – se, t?da a ve z C]Ue podem. ao compa re cime nto á escola, ou n ella a p re s e n ta ndo-s e u n icame n te por formalidade, pa ra faze r j ú s aos seu s \·~ncime ntos, d es pe d indo os a!umnos ante~ ela ho ra regime n tal. sem have i-os lec– c1odaclo . Infeli zme n te est e facto d e d escui do . de pouco ca so, d e rea l a ba ndono á s obrig a ções profi ssiona es não se e ncon tra som e nte e n t re o s in te r inos. mas e ntre os proprios e ffe_cti, ·os, a lg 1-111s dos q ua es vi,·em e m co ns tantes pa sse ios d e s uccessi,·as re moç0<-~s . de e sco– la e m l'.sco la, ele localidad e e m local ida d e. n ·uma ,·c r– c.ladc ira pe regrinação i1ue nã o é cer tame nte a da sci– e ncia, m as s im a e.la éJe s id ia no ma o·is tc ri o e a ela c uri osidade em vis ita r todo o in te rio r do Es ta do. Out ros , felizme nte poucos. con fia d os na b e ne vo– le ncia elas auto r ida d e.li e scol~res, chco-am ao J)onto de J / ' fi ~ se u a rem po r e nfe rmo, a mele pode re m jus tifi car a s ua a usencia ás. a ulas, mas e mb re nha m-se t·m cabalas • e le itorae s. e m catecheses po liticas, e atê mesmo e m m ov-ime ntos r e ,·olucionarios. e mpregando o seu temp<;> e m a faze res t o talm~:nte a lhe ios a o se u encargo publ ico, com manifesto prejuizo das crianças a q ue m instruem. E ' mis t e r, p o rtanto , es tabe lecer-se uma fis-calisa– ção s evera . rigórosa, energ ica, p ara es tes p rofessores di st rahidos. O R egulam e nto Geral da :instrucção p u blica. v i7.ando os mo ldes democra ti cos do nosso no ,·o reg.i – me n g,-overna me nta L p ret e ndeu inte ressar o s cidadãos dos diver so s l\Iunicip ios na educação e ins rrucção prima ria d os filhos dos seus co-municj pes . C reou , oar.a isto,, um C o nselho E scola r. em cada uma d ' e stas loca– lidades, compost o de 5 m e mbros escolhidos c n tr~ os seus habitantes ma is idoneos, e que são os encarrega– d os da inspecção d irecta de todas a s e scolas publi<:as q ue fu nccio nam no pe ríme tro m-unicipal. Esta pratica, entre ta nto, t em sido até h oj e de effeito.,; n egativos. nos lagares onde se h a podido cr ear o r efer id~ Con– selho , o u pelo me nos de effe itos ,nuit i•ss im ::> dim1011tp s. E a cau sa é s imp les: I\as p eque nas cidades. s e ndo faceis a s re lações a mistosas, facil tambe :n se torna o , e scure cime n to dos desvios na e x.ecuçà o dos deve r es e a té m esmo da fa lta d e identidade ee~lagog ica._de_o nde os a tte s taclos gra ciosos mais lisonge1ros pos5weis da s . respe ctivas a utoridades escola re s, com be m. p ouca s e ho nrosas excepções. E " que o nosso m e io socia l a inda não es tá con– ve ni e n t e mente p re paracl_o para estes melhorame ntos, por care ncia d e ed ucação ci\'i ca. tão d esc1:1r~da n os in faus t os t e mp o s Ja n e fanda rnonarchia brazilf!1ra. . A ve rdadeii-a f: bôa fi scal isa ção das escoJas p ubli– cas do inte rior . sr. G O\·e rnaclor. d e ve p a r tir por em– q ua n to do ce n t ro do Governo ~stadoal. E" p reciso dar-se in te ira e compl e ta e xe c1 1ção ao a r t . d o Reg. v ig e n t e ela l ns trncção Publica . pelo gual te nho s e mp r e re clamado e m meus n : bto r ios a n te n o1·e s . Ve rdade é que , a µ eza r da care ncia a bs_o luta d e verba, o bom d e sejo que nu tris a e½te re~pe1to le ~ou– vos a nomear a 5 d e Junho do anno le ct1vo proxuno fi ndo , vis itatlo·r gera l das escol.is do inte ri o:· o sr. dr_ Odorico L e mos, q ue te m p rocu ra do d csobr_1g ar-se da sua m issã o do me lhor modo que lhe f p rn,;; 1,·e l. pelo q u e se te m con.stituic.lo cre do r dos nossos applau~os e e ncomios : ma s o q ue pócle faze r _um só e um~~ v is itador, para ta n tas esco las, dissem ina das c 0 11 \º ~~ acha m pe lo , ·asto t en ito rio cio Estado elo Grarn-l ara· N Ih · l · · , ·e'> vel! todas f ão e se ra ciac o v1s1ta 1- a o me no s urn ,t s es tas casa s d e e nsino . no d e cu rso mesmo d e um a nno in te iro . O s resul tados do traba lho que se confio u a c.~ · · n ua si d r. -Le mos será com certeza pOLI(] u rss1mo o u · J · n e nhum. . . • tres O Reg, que r ege a ma t c n a pe de:''º 111m11110 _- ,·is itadores. C] uando o certo é q u e so com o d o b r 0 c.l' este nume ro se consegu irá a fi scn li s::.ção el e que ca– recem muitos dos p rofesso r es prima rios do ~stado. Com um só ins pecciona clo r, o fu ncciiJna rio negligente. · \ ·c1 · · \ ,,. o nta ndo d e pois e e t e r recebi o a v1s1ta espcra t a. n cLO ~ ~ ~ ma is com o u tras senão no an n o sc<>'u i nte, e i s to m c:,– m o co m a pro babilidade d e não ;{ ter, re ca be com. indiffe re nça na seri e dos mesmos d c s r.e~ra ine 1 _ 1 t?s a n te ri or es continua ndo tudo como a ntes da insp e1.:çlao . , .' } · -·ta ' Oí fe ita. O utro t a nto não s ucccde r,\ q ua n<o o " 151 1111

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