Diario Oficial 1894 - Abril

Terça-feira, 24 --!!!:'...!...:!:.......= DiARIO OFFICIAL Abril-1894, 1 59 RELATO RIO DA (Continuação) Vejamos como pode ri::lmos estabe lece r e fiscalizar, -entre nós esta obrigatoriedade. A população do Estado póde serclassificada em tres -cathegorias :-1." a dos residentes fixas em zonas mais ou menos povoaclas;-2. ª a dos moradores em zonas mais ou menos populosas, mas que passam uma parte <lo anno fó ra. d'ellas, em serino-aes pescarias etc·- e Ô -, 1 ' 3." a dos habitantes verdadeiramen te disseminados -cujas ·casas distam muito uma das outras, mas que en~ tre tantp são fixas nos 1~esmo.s lagares, sitios ou para– &°e~s. por estarem prox1mos das suas occupações quo– t1d1anas. Para a primeira d 'estas tres catheo-orias é claro nenh_uma difficuldade se offerece a v;nçer :' basta de~ term111ar-s~ _uma época do anno, em que todos os che– fes de familias, que não tive rem os seus filhos matri– culados efn uma escola publica sejam obrigados a le– va1-os perante uma commi ssão especial de exame, afim f . d~ provarem por este me io que da.o e continuam a dar " a 1~strucção q~1e a le i exige. Este é o processo de fis– calisação s~gu1do I?ºr todos os paizes que teem como reg ra o ensino obngatorio. . Pa~a a segunda cathegoria, pócle-se tomar uni de dois alvitres :-ou crear uma classe de professores am– bulantes que acompanhem as familias aos loo-ares das pescas e extracção ela o-omma elastica-- o~ o que me · i:,, ' • parece 1!1a1s exequivel, obrigar-se os pais a deixa- rem s uas crianças com uma familia de sua confiança quando _houver_em de r~ti ra r-se para a operaçao d 'a– que llas _mclus tnas_. Cre io que muito raramente se en– co~trara no Inte rior quem não tenha uma familia de amizac!e para confiar os seus menores por alo-uns m e- \ zes no a nno; e quando tal acontecesse o proi:,,prio pro– fessor do logar poderia d'isso encarreg~r-se atwmen– tando-lhe o Governo a g ratificação mais' ou ~nenos . , tazoavel, segundo o nume ro de a lumnos r ecebido. Os profe,:sor;s ambulantes, mas temporariamente ambu– lante"', somente emquanto d urasse a ausencia dos 11 1 1 oradores dos povçxidos, dariam resultado nos lagares ( as pescas J)Ot·e·n · . . .' 1 nos senngaes sena o ex1to bastante problemat1co o u pelo nl d 'ffi . 1 . . · [' d ' enos assaz I c1 e mais d 1s- penc ioso, 0 q~e e alvitte de ficarem as criança; com os seu~ respectivos mestres. . Fmalmente para a t . · 1 . . 1 . e1ceira cat egona é que te ria oaar com proveito a c - - d 1 ' . _,.'-". . 1 eaçao a c asse dos expltcado- 1es ambulantes, que se demorasse , · m 3, 4 ou S semanas n uma _casa. outro tanto tempo em outra dando uma aula diurna péira os peq ' d . uenos e 'Outra nocturna para os a ultos, e deixando trabalhos lectivos para serem · por ell es effec~uados durante a s ua au~tncia . Entre- tanto não sera com a rem1 - · · · . , . rne1ação m1 zeravel de cem ou dzt::entos mz'l rels nzeJtsaes, que se [)Oclerá contractar um bom J)ess l J · · oa ocente, no verdadeiro sentido da palavra, para o tlesempenho d'esta missão· mas sim com ª~ mensali~a<les d e quatrocentos, ele quinhentos, ou mesmo ele St'tscentos mil 1-(Ji's, com que possa O pro- - - -= --- - fesso r adquirir facilmente todos os me ios precisos á s ua conducção, o pessoal necessario para acompanhai-o ou gqial-o e a provisão de viveres jndispensa, ·eis á sua manutenção por um certo espaço de tempo. Ponha-se em pratica todas estas medidas. sem rogatear-se vergonhosamente o seu custo, sem lastimar– se mesquinhamente as sommas despendidas com ellas, e em menos de um decennio. e u o garanto. teremos toda a nossa população sabendo lêr e escrever. E a obstinação recalcitrante dos analphabetos em permanecerem na ignorancia ?-objectar-nos-ão. Para isso. as penas que são o compleme nto da obriga~oriedade do ensino. para os desobedientes á lei :-as adverte ncias. as n1ultas. os trabalhos para o município. as prisões correccionaes, e por fim a entre– ga elas crianças a tutores ad-lwc nomeados, por ...J. ou 5 annos, porão termo a toda e qualquer illuzão que se pretenda fazer á le i. Mas, clir-nos-ào ainda, todas estas penas se torna– rão em armas perigosíssimas de perseo·uições políticas . Infelizmente esta objecção é d°e grande valor entre nós, por vergonha eterna cios mandões políticos da te rra, seja qual fôr o seu credo, c0m rarissimas e honrosas excepções. Comtudo, ai nda ha um remedio efficaz :-é escol her-se uns 5 ou 6 l11spedores l:-craes lttterari·os, homens serias e conscienciosos. encarrega dos só elles de distribuírem a ju$tiça escolar, pe1·cor– rendo para isso cada um d'elles uma determinada zona. durante o anno, podendo chamar em seu auxilio as poli~ias locaes, toda a vez que julgassem necessaria a sua 111te rvenção. Eis, Sr. Governador a necessidade da obrigato– riedade do e nsino, entre nós : o direito que tem o E stado para estabe lecei-a; e o plano ele exec,ução e fiscalisação, com toda a certeza de exito. Que importa os milhares de contos de reis, que se venba a empregar na pratica cl'estas medidas? i\ão é o dinhe iro do Povo revertendo em beneficio do proprio Povo? . . . Não é em utilidade do Estado, em honra da Nação e garantia da Republica? . . -. Envidae n'este sentido os vossos esforços e in– flue ncia, que as gerações vindouras vos bemd irão sem– pre e sempre. EST.\DO ACTU/\T. DAS ESCOi. \S l'l<lMAIUA~ O estado inte ll ectua l das escolas publicas, s i~to profundamente dizei-o, a inda não e animador, <levido a circumstancias multiplas e complexas. L 1 ma d'ellas era a grande variedade de compcndios aceitos t-:m cada escola para o estudo de uma mesma mate ria. Os professores viam-se obri o-ados a frac~ionar e subfraccionar muitas yezes uma ~lasse, a de leitur3, por exemplo, segu ndo as divers idades de autores aprc– sen~ados pelos discípulos. J >'ahi a difticuldndc ele lecc1onarem com vantagem a ta11tas turmas, no mesmo dia, sacrificando forçosamente ou a todas ou pt!lo menos algumas d'ellas..\ culpa t::ntretanto era e.los proprios mestres, que não executaram as instrncções aproposito dadas pelo meu digno antecessor, que lhes ordenava affixar. ao começar os annos lectivos, na porta principal cio <'stabclecimen to, os nomes cios li \"!"OS e resp,,.ctiYos autores que desejassem atloptar como compendios em suas classes, e de não aclmittir alumno

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