Diario Oficial 1894 - Abril

..., . que« o maio r logar do mundo. como diz Cl:au~l « B erna rd pe rte nce rá d ' hoje em diante ás nações que e< empregarem os seus maiores es forços na cultura in– « teliectual huma~na e que impozerem-se os maiorP.s « sacrifi cios e rn pró! de descobertas scie ntificas. porque « é sóme nte - p ela intelligencia que o homem eleve do– « m ina r e conquis ta r o mundo >> (5) . E en não p reciso comme ntar-vos a s vantag ens de toda e qualquer somma, pg r, maior que seja . que o T hesou ro Est adóal venha a desp e nde r com o ensino elementar da população . Não preciso commentar•vos a u t ilidade de todo e q ualque r sacrificio. por mais pe-' zado gue seja, que o Esta do ve nha a fa zer pela ins truc– ção primaria do se u P ovo. Como h omem .de lettras que sois. deveis sab e r tão bJ;m ou melhor do q ue e u que 1m1a escola denzaú que se erg·a. como já o d isse alguem e com fundame n to é 1tma·prisão de 11w1t0s que 1-ue: assim como um cidadão dema is que se jns true, p odemos ig ualme nte d izel-o parodian do. é um fu nda– me n to mais de progresso que se la nça e um eleme nto me nos de prejuizos sobre o solo da Patria. Tudo isto conheceis e nada cl'is to ig noraes; p or– tan to basta limitar-me aqu i tão sóme nte em apontar– YOS a s faltas e os de fe itos da nossa instrucção publica, pa ra que possaes com s eg urança solicita r do pocl~: competente os devidos supp rimentos e a s converne ntes correcções. Ju les S imon, narra ndo o que em 1874 se produzia co ~1 n f nsino intell("ctua l em F ranca, ma l sabia que descre ~1a a largos tra ços o q ue ainda hoj e sé passa c~Jm a 1nst1:ucçào n'este Est ado. ··aquellc paiz, d iz o citado es~nptor, de 5 mil_hões de cria nçàs urna q uinta parte de ixava ele fre nq uen ta r escolas; e nt re ·nó~. porem. é pre~is_amen te o inve rso' q ue se dá: apezar da falta de cstat1s t1ca ciue t emos, podemos avançar, sem g-'.·ande errn de exag-ero. que sóme nte uma q uin ta pa rte das nossas cria nças freq ue nta e scolas. D 'este numero uma quarta parte ape nas faz-se ma tri cula r; uma t ·a · ou ra 1 ent1ca porção abandona as lições do 1 ~e s t :,e J e 4 mezes an t es dos exames escola res, para seo-u1r os 1n. · e b · , b · .1:, . . • . : . , es no 1a .n co aa o rracha ou na pesca do P 11 ctt't'.\cu_, :una te:_ce1ra quan tidade igual mal attinge, como d iz Jules Simon. a um conhecime nt0 r icl.icL~lo desp reza logo as ~ulas, quando ainda lê bem mal par~ é:cha r prazer na le itura, e nunca mais se utiliza de um l1vr? , d~ modo .CJue se torna, no fim ele a lg uns a nnos. t ão 1g nontnt e. como se nunca o a lphabeto Ih<'! houvesc:;e p assac,l<:> pelas mãos: somente, poi s. um1 ultima ciuar ta parte che.t...rava regularmente ao cabo de seu ttroci nio p rima rio. Po r .. estes dados, pode is a val iar a le ntidà0 com ciué carninha e nt re nós o estudo das primeira s lettras. E a ntt:$_ fusse:; ísto unicame ntP. e1Ílre 7lrÍs. para honra e p rospt·rttla<le do nosc;;o ca ro Hrazil: mas infe lizmente a verdade i· ciue. na g ra nde maioria çlos E s tados nacio– naes, t11do c;e passa ciua nto á instrucçao exactame nt e como aqu i. Em_ nosso~ ~itios, a nossa mesquinha agricultur:a, a nossa industria extracti,,a, a p ropria indus tria pa'sto- . (5) "_. . . lo plus grande pince dnns lu monde npparticndra dcsonnnis nnx nallun, •1111 con;,:1cren1 l!,urs plus grnnds elTorts :\ ln cultur.., de J'c,µriL humain ei '1111 >'imp<1~c1-ont les piuq !t.lcrince~ f'n Íl\vm1r du <1.-,·,•toppcment des ,cicnces, car ci, 11',i,;1 ctl-flellnllin; t111e par son intclli~cnce. qu<" l'hunune doit donú11er ct com1u~rir lt: mond.:.11 ril, abunda d e pessoal analphabeto. E se podess emoSc cons ultar os registrns dos casame ntos j á não digo cio P aiz inteiro. mas apen;i.s d 'este Estado, t e riamos com certe za o despraze r de verificar que a porce ntagem dos ille trados seria, não de um terço, como na França d~ 1874, e sim de dois te r,;os se não foss e a mai s. Para qt_1e não se me taxe de e xcess ivam~nte exage– rado. bas ta-me appe'llar para o res ultado ela rª eleição que ti vemos depois da procla mação ela R e publica, is to é, depois que um rendime nto qualque r deixou de ser e xig ido para os direitos de cidadão ele itor, qualifican– do-se e ntão todos os mai ores que provassem sa ber lê r e escr ever. Com e ffeito, n 'essa ele ição, a somma dos votos alcançados pelos do is partidos pleiteantes não atting io a 40 mil, ficando muito á quem d 'esçe algarismo. Con– t udo demos de bara to que essa cliffere nça repre se nte os ele ito res que nã,o foram á s urn a s, acre ditando-se q11e possuímos a quelle num ero d e votantes. S up po· nhamos que uma qua rta · pa rtP. d 'esta. cifra , is to ~ ro mil cidadãos de ma io ridade. não oui z a lis ta r-se ele itor, apeza r de saber lê r e escrever,'" a valia ndo-se em 50 mil home ns ,>s nacionaes ma iores de 2 r a nnos que não são a nalrJhabetos. Fio·uremo-nos a o·o ra que a me tade b b . , . d' esta somma , o que é rea'ln1t>n te um calculo mu1t1ss1- mo a nosso favor, sig nifica o numero (2 5.000) dos r epresen ta ntes cio sexo frag il que já n ão cursai:, _os estudos prima rios por saberem lê r e escrever. Adcl1c 1o– nemos a ind.a as r 7 mil cria nças, de a mbos os sexos que se matricularam (note - se que não _jog o wn~ ª .frequcncia media. po is daria uma qua ntidade muito inferior ) nas escolas p ublicas, em r 891 ; calc1~la ndo - se e m 5 mil os q lfe freq Lfe nta ri1 as escolas part1 cula'res e estudam em suas proprias casas; e 3 mil os m~ços· q u e , cursam o e ns iao secunda rio p ublico e pa rticular; e . t eremos : H o'me ns Ie ttrados .. . . 50 .000 Mulheres idem . : 25.ooo Criança s dos doi s cursos 2 5.ooo T ota l . . . . . . 1 oo .ooo O ra, sendo a popu lação do Pa rá avali a.da em_ ?º~- 8 ·11 b' · ·' d cnira nça possue , a oo m1 1a 1ta ntes, que com to a a se,,,,_ 1 , t · )o-eiros e ab s tra hinclo-se d 'essa totalidade 20° mi ex 1 ª 1 : 1 Je na~ re stamos 500 a 600 mil nacionaes, dos q uaes . · · a l . ffi . 1 aJ-o não e a n - uma 5." ou 6." parte, podemos a 111 ' ph abeta ! ! E· r ealme nte tris te e vergonho s o ! · · ·. 1 E tan to m a is contri s tc1.clor e vergonhoso e , qua nco · ~-cRe~timos q ue n'esta avalia ção excess iva, acham-se 111clu1dos os q ue lêem sem comprehender, os que sabem unicame nte sole tra r. e a té os que nem a solet rar apre nderam, te ndo-s~ exercitado a ntes em dese nhc,1.r 0 sen nome do que em escre ve i-o . . . . . Ago ra firmemos a hypothese de q ue es tes cem mil nac1onaes, que s uppomos conhecedores ao me nos do curso prima ri,J, fossem todos e leitores . Perg\ 111 to :– T ería mos nós o d ireito de chamar ás nossas ele ições- s1~/fra,g-io universal?- . . Nem suffrag -/o da maion·a, podemos ass im dizer? porquanto est es algarismos. como acaba mos d~ m?s~ tra1-o, representam tão sóme nt e uma pequena mi norn, · uma di1ninutissima fracção da população real do E s– t ado . ~ 1 CJ

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