Diario Oficial 1894 - Abril
DIARIO OFFICIAL Abril- r894 laboratorio n:lo possuir as materias indispensaveis, os eno-redientes precisos para fazer funoéionar os appardhos e ensinar de vistt o que o~ co:i{pendios es– pendem theoiicamente; d'ahi a necessidade de ter uma v:erba especial para as despezas do laboratorio. No anno passado, p0r conta da verba do expediente da Escola, satisfiz alguns p-edidos do lente de Physica e Chimica; não poude porém fornecer todo o necessa• rio, porque a verba d e que disponho é pequena, mui– tas despezas pesam sobre ella. RIRLIOTHEC.\ Aproveitando-me da verba orçamentaria para bibliotheca e muzeu escolar, fiz, de accordo com os lentes, pedido de muitas obras modernas e importante:; para consultas dos alumnos e dos mesmos profes~ores. Contamos hoje nas estantes das bihliothecas 655 obras sendo maiores as colle<Zções de livros de Historia UniversaJ, de Historia Natural. de Geographia, de Litteratura, se bem que todas as disciplinas não foram esquecidas. _ Ainda não levei a effeito o catalogo d'essas obras, á espe ra de que no proximo orçamento o Congresso vote nova verba para augmento·da bibliotheca e co– meço do muzeu, afim de poder executar um trabalho mais completo. . · Não tem a Escola Normal compartimento apro– priado para a bibliotheca; não ha uma sala desoccupada que possa aproveitar para esse fim, pelo que resolvi arrumai-a na Secretaria, onde não é possível que se possa estudar, por causa do continuo movimento de lentes e de empregados n'essa parte do estabelecimen– to. Para utilidade dos lentes e dos a lumnos, permitti que as obras litterarias podessem sair da E scola, me– diante recibo de qu em as pede e com obrigação de recolh,d-as ho praso -maximo de quinze dias, ficando r_esponsavel por qualquer estrago. Não faria isso, se tivesse um gabinete proprio para estudo, mas na falta d'elle julgo que a providencia acloptacla não deixa de traze r vantagens. ~AULAS DE PREN IJAS Reconhecendo pela pratica que e ra pouco o pro– veito tirado n'essas aulas, porque muitas alumnas pobres não podiam comprar as materias primas ne– cessarias para boi·daclos, para fl ores e para tantos outros trabalhos, resultando d 'ahi haverem a lo-umas . ~ que passavam mwtos mezes sem nada fazer ou porque por clesid ia, não apresentassem o material exig ido pel~c; professoras, ou porque seus pais não tivessem meios de comprar, resolvi em beneficio do ensino mandar fo rnecer todo o necessario, ficando os tra ba lhos per~encendo ao e,;tabelecimento. O resultado que ob~1vc com essa re~olução nílo ill udiu a minha expec– tativa. Além de diversos t rabalhos de flores e de outra:5 cspecies que as a lumnas preparam e foram vendidas na ke~-messe feita no estabelecime nto em favo1~ do Orphetmato, n_o fim do anno ficaram promptos deso1to quadros_com <l1fferentes trabalhos em lã, em escama, em cort1?ª• em panno, quadros que ornamen– tam a EscoJa. D esse res ultado, sete quadrns foram apresentad )S pela professora d. Joanna dos Santos Tocantins Maltez e onze p~,la professora d. Josepha. Torreão ele Lacerda Redig. Não devo deixar em silencio que o Regulamento se não prohibia, não autorisava aquella resolução; eu entendi p~rem qL1e mais valia fazer essa despeza do que consentir que as a lumnas não aproveitassem o ensino ele p rendas, que tão util lhes póde ser na vida; e alem d'isso, s e o ensino garantido pela Co.nstituição é gratuito, eleve-se fornecer todo o que for misté r para proveito d'eile. E:\TREGA llOS DTPl.0)1,\~ Após a reforma da Escola .Normal, sob o nov·o plano em que ella se acha organisacla, só em 189J houveram a lumnos que completassem o curso e que tivessem direito 3.0 diploma concedido pelo Regula– mento. Nbve for3.m os estudantes que nos exames finaes de Novembro ultimo obtiveram approvação e concluiram o tirocínio elas materias que são actual– mente exigidas para o magisterio; e porque convinha. para estimulo de todos os alumnos da Escola, que a entrega cios diplomas fosse revestida de uma certa im– ponencia que lhe realçasse o valor, resolveu a Congre– gação que se fizesse em sessao solemne e publica, a qual teve lugar na noite ele :iode Janeiro cl'este anno. com assistencia do Exm. Srs. Governador do Estado, do Dr. Director Gei:al da lnstrucçào Publica, de uma commissão da Congregação do Lyceu Paraense. da Congregaçílo da Escola Normal, de varias authorida– des civ is e militares, de muitos funccionarios publicas. de gránde concurso de famil ias. A média dás approva– ções desses a lumnos mestres, a qual, nos termos do Regulamento, devia ser tirada da somma dos gráos obtidos em todos os exames das disciplinas elo curso e constar dos diplomas foi o segu inte :-D. Sirena de Castro Valente, gráo 9-D. Maria Guajarina de Le– mos, g ráo 8 53[62-José Procopio Corrêa Pinto, g ráo 8 22127 - D. Ernestina Braga. g ráo 8 83p86-D. Maria José Baena, g ráo 8 27162- D. Vicentina Silva, g ráo 8 I3[3l - D. Marianna H . C. de Macedo, gráo 8 L 331372-D. Maria Stellina Walmont, gráo 7 53162 - Fabio Bonifacio d'Andracle Silva, g ráo 7 9q324. Para credi to da Escola Normal e proveito do ensino publico é bastante que todos os annos se possa apresentar uma pleiade de alumnos mestres tão bem prepa rados e instruiclos ·como os que ultimamente foram diplomados. E' de justiça confessar que no longo período d e quatro annos, qu~ntos exige a le i para o curso r~ormal, sempre se mantJveram ell es applicados e obtiveram bôas notas de comportamento e aproveitamento e~1 todas as aulas ; na nova carreira que lhes abre o di– pl oma obtido irão e lles melhora r o curso p rimaria tão vao·a roso no seu desenvolvimento entre nós e honra r .:,, . . . o magisteno pnmano tão pouco apreciado no nosso Estado. Da turma que finalisou o curso apenas uma a lumna não consegu ia prestar todos os exames na pri– meira epocha, fe l-o, porém, na segunda e ha de rece– ber o diploma em sessão da Congregação.
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