Diario Oficial 1894 - Abril
, 1 1 Domingo, 15 &L& ' KlAZl RELATORIO E se o1a N.orma1 E xm. S r. Dr. Governador do E stado~ Cumprindo o que me impõe o Reg'ulamento com ·rela~ão aos t rabalhos d'este E stabelecimento, venho .apresentar-vos re la torio circumstanciado elas occorren– c ias dadas durante o anno findo, dos me lhoramentos q ue <J,icançamos, e dos q ue nos é mister :.1dquerir para elevarmos o Est~belecimento á a ltura ele outros .con– g eneres. EnrFic IO DA ESCOLA NORMAL I Concluindo o edificio q ue, se não foi de p roposito p repàrado desde os a licerces para o C~rso Normal, fez-se-lhe modificações e apropriou-se q uanto possi– vel ao fim a que está dest inado, tracte i de effectua r a mudança em Jane iro cio anno passado, abrindo n'elle os trabalhos de r 893. A_ pratica d_o serviço está demonstrando q ue é ne– cessano dar ,maior expansão ao edificio da Escola, q ue carece de um salão ou compartimento para recreio dos a lt_1m_nos, de outro para aula d_e gymnastica, o utro ·:para b1bliot heca e muzeu escolar; estão os alumnos melhor accomodados é ve rdade, mas convem não es– quecer que se quer fazer d' este Estabelecimento um modelo no genero. CURSO NORM.\L Não podemos te r a pre tenção de poss uir uma Escola Norm_al de primeira o rdem, mas força é confes– sar 9\le a ultima re forma, pelo escrupulo com que fo i pla r: eJacla, pelo zelo que da parte do pode r publ;co tem hav,clo e n~ ga rantir-lhe a execução, tem pode rosa!n en– t e concorn do pa ra e leva r o cred ito do E stabelecimento que já é procurado com empenho, pois o publico va~ se conve nce ndo da necessidade de iustruir a juven– tude. Nem só os filhos cio pobre procuram hoj e a E scola Norma l pa ra receber instrucção; jovens d e fami lia abastadas que em 0~1tros estabelecimentos ou por me io de professores p~rt1cula res podiam instru ir- se, p rocu– ram <le pre fer encia este E stabelecimento convencidas de que ha maximo interesse em tornai: realidade a pr? messa.tantas vezes feita de baratear a instrucçào a te as ultimas camadas sociaes. Continúa, porém, o cleseq uilibrio na ma tricula entre os estudantes dos dous s exos. O nume ro das a lumnas é muito g rande, o dos alumnos ext raord ina– riame n_te limitado_. Convém cercar o professorado de ga ra_nt1as que estimulem a mocidade paraense e a im– puls ro_nem para seguir a car re ira cio ensino. l◄ oram ma triculados durante o anno ele 1893 nas aulas do curso normal e assistiram essas aulas como Oêtvintes os seguintes à lumnos. A nnos S exos Matricula s ÜuYintes Total r .º a nno Masculino 13 o r ,, ,.) r.º )) F eminino 68 4 72 2 .º )) Masculino I 4 5 2 .º )J Feminino 39 I j 56 ., o ,.)• )) Masculino o o o ,, o .)· )) F eminino 7 4 r 1 4.º )) Masculino 2 o 2 4 .º )J Feminino 8 o .8 r 6~ O numero elos ouvintes tende a crescer, o que é , de pouca vantagem para os a lumnos e de nenhuma . para o estabelecimento. Segu!1do o estabe lecido no Reg ulamen to, os ouvintes nào tem dire ito a ser cha – mados á licção, não estão suj e itos a faltas nem a com– posições trimestraes, de modo que vem a usufruir ma is vantagens do que os a lumnos ma triculados; po– dem perfeitamente suj eita r- se aos azares de um exame . como muitas vezes acontece, na espe rança de lhes tocar uma prova facil, se bem que o exame é vago. Para os a lumnos de pouca applicà.ção: a posição ele ouv intes é s ummamente vantajosa e e1les sabem aprecia i-a , tanto assim q ue especulam com isso, não complé tam de proposito os exames ele uma sé ri e ou anno para te rem o d ireito de frequ entar o segui nte cor~10 ouvintes e cheg ou a tar ponto a especulação que no silencio do R egulamento, onde não -se ma rcou as condições em que deviam ser e lles aceitos. resolvi tornar uma providencia pa ra de a lg uma sorte clifficultar esse trans torno no ensino, esse estorvo nas aulas. O ouvinte p refere as aulas em que não é obrig a– do a da r licções áquellas em q ue se acha matriculado, e porque reconheci que o lugar de ouvinte e ra proçu– rado como simf) les recre io e não por vontade de apren– der tome i a res·olução de só permittir que fosse ou– vinte na série ou anno supe rior o alumno, a q uem só faltar duas ma te rias na série ou anno in ferior. Mesmo pa ra o a lumno que q ue r estudar, a posição de ouvinte cria emba raços : sobrevém accrescimo , le trabalho com o est udo <las discipli nas de duas séri es e al~m disso as aulas ele uma série impJicam com as de outra, de modo que um a lumno não póde freq uentar duas na mesma hora . Para complemento da de libe ração tomada com o fim ele difficultar a classe dos o uvintes. recommenJ ei aos inspectores que os obrig uem ele pre ferencia a ouvir as licções das aulas e m q ue estam ma triculados. ESl'OL.\ S WJDE l,OS Com a insta llação cio novo eclifi cio, obtive salões a propriados para as escolas. onde os alumnos mes tres devem adq uirir pratica do ensino. Em F eve re iro co– meçara m ellas a tunccionar regularme nte, e porq uf> acudissem á matricula muitos a lumnos, limite i a tri nta o nume ro de estudantes para cada cadeira, nume ro q ue foi nec(;!sSario augmentar na escola do gr:'to .e le– menta r do sexo mascu lino, em vista J e circumstancia q ue act ua ram no meu espírito e mora lmente me obri– gavam a transgr eclii· o que havia estabe lecido.
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