Diário Official 1894-Março

,, ,Repartição das Obras Publicas, Terras e Colonisação RESUMO METEORULOGICO DO DIA I 2 DE MARÇO DE . I 894 . -· ·- . -- - - -- · - --· 1~ 1 Dia ijoras Barometro redu- Thermome(ro Tensão do! Humidade relativa ! a 1 ordem _ zido a 0° gráo . -- . -- 1 1 10 761,28 2 1 12 12 760,3 3 2 757,4 l 1 . ' 1 , ! ' - ==-1 TF.MPKRATURAS EXTREMAS Mínima da noite . 24 12( Maxima do dia . 28,6 Irradiação solar . . ESTADO DO CÉU f lo h. Céo slralus; cirrus 12 1 12 h. « nimbus , h. e 11 ' Thezouro do Estado EX EDIENTE DO DIA 10 PETIÇÕES Pedro Gomes de Oliveira Filho.-Certifi– que-se. - Elpidjo Gomes l\Iartius e Feliciano Pedrp de Azevedo.- A' Contadoria. · -Fortunato de Castro Sampaio Penalva.- Diga o sr. dr. P rocurador Fiscal. • ·-· SCIENCIASJ LETRAS EARTES O d omí n i o da m echani c a Saint-Loup, ao entrar para a E cola de Me– dicina de Besançon ( Fmnça), respondeu ao discurso de rccep9ào com um discursçi que ver– sou sobre-o domúdo dei meclwnica, e que veio cstampatl,J nas col umna s 1le honra da Re• vuc I cientifique, de 9 de Setembro do anno E' o seguinte: -«Si lm vcrd,tde incoate~tavel. é a formul-a da pelo principio Ntl1il este in intc{lectu quod non p rius fue1· 1t i,i sensu . Em outros termos, a origem das concep9ões mais ab, trnctas é sempre •um phenomeno revelado pelos sentidos. A no– ça.o da for9a nos ó revelada pela func911.o doe nossos musculos, como a das côres pelo sentido da vista e a do som pelo ouvido. O estudo da ac9ão das for9a~, qualquer que lhes seja a origem, é o objecto da mechanica, ooruo o d extenRllo é o obj ccto da geometria. Os principios da mechaniçllo silo necCBBariamen– te factos de experiincia. Taea principios appli– tam-se a todos os ph_cnomenoq que se produzem llob a acçll.o de forças mais ou menos conhecida,, Os limites do domínio da mechanioa ficarão pois e.asignalados quando tiver a observa,;llo de– terminado os casos em que as forças silo suftici– entemente definidas. Vamos assim examiDRr as GIIUSas da produc9A.o dos phenomcuos de que ao– mos testemunhas. D'oote estudo experimental hão ie decorrer principias que se devem considerar eona.o gerae;i em1uanto a observoç11.e n~ OI:! ti,er P9r oonteetavei.s, e cuja appl.iéaç!lo so tornará ulli,ereal. vapor ·-- ~== 25,4 ..... 26,2 21,17 0,74 . 2;,2 ,, 1 1 ' I· !I - 1 Evaporação em 2~ horas: á sombra. 0,74 ao sol Chuva... ... . . ' . .. 295 DIRECÇÃO DO VENTO • 10 h. NE. . n h. S0. 2 h. (( Temos a esperan9a de que em favor da con – cl usão desculpareis a aridez de um estudo sci– eutifico que demonstrà a necessidade da éãuca– ção como meio de asse,,,CTUrar , a conservação social. A observa9ão ja deu a ooubecer que nada se cria e nada se perde. A isso se póde accrescen– tar-que tudo se move. Ora o deslocamentô é o unico phenomeno appareote, como a quéda de um corpo ou o vôo de um passaro; ora esse des– locamento é acompanhado de uma trnsfonna çllo, como na fusão, na chrystallizaçllo, nad combi– nações chimicas Si o ferro se enferrnja, si o carvão queima, é deslocamento do oxigcnio do ar que resulta da (,'Ombinação. Si uma rocha se dcsaggrega, si uma nuvem se fórnia., si um pan- .tano se dessóca, si uml\ semen.te germina, si uma planta vegeta, si um animal se desenvolve ou perc'ebe um cheiro, um sabor, um som, uma côr,-todos estes phenomeõos resultam de mo– vimentos mais ou menos seuRivci , particular– mente ruan ifo tado~ em ca os numerosos, !Ui\, sempre oh influencia de certas cau a appareu– tes ou oecu!tas. E' certo que o movimento que acompanha a formaçrto de um crystal ou a produc9ão de um som nilo é comparavel cw grnudeza (~ agitação produzida pelo vento ou ao de locamento cellular que revela o desenvolvimento da Í)lanta ou do animal: ruas o movimento, por mâis fraco que seja, como nas combina9ões chimicas, producto– ras de transforma ções tão numerosas ou por maior quA seja como na deslocaç!l.o dos astros ou dos animo cs, é sempre devido á ac9no do uma ou mais causas espeuiaes. E' esta verdade que a mechanica formúla sob a enominaçno de p rincip io de ·inercia. E te prmcipio conRiste na immutabilidade do ser sem a influencia de nma cauEa que lhe seja ez. terior. Si a agua corre, si a neve se funde, si o vento se eleva, ai a folha se ugita, si o fructo amadu– rece, ei o animal se move, pensa e realiza tantos actos variados, é porque uma cauea exterior in– tervém para doterruinar e tes phenomcnos, to. mada est-a palavra no sentido de transforma9!lo, Esta cansa recobeu em mechauica o nome de forç tt, n!lo pc,rque o termo ecja especial II tal 11clencia, m08 porque essa Bcioncia lho espeeia• li~11 o sentido, ptm poder aubmett<!? os t ff'eitos <las Cl\U as 'ao calculo nos ca o (em ver<lade pouco nomerosos) cm que as cau.··1s s.lo eu500p· tiveid de uma dc6nii;l\o cxocta. P ara que umph<i,nomeno possa ser í'uLmcttido ao calculo é neces ario que a3 for ~·as que o de– t erminam sajam- todas perfoifaU1ente c•,nheddai! e a ua acvllo a cada instante txad aruf nte de6- nida, isto é, deve-se co!lhcccr o pr nto de appli• cação, a direcção e a inten,iJadc. P or m4'io d,estcs elementos é que f l.l ir>trnd·1z urna forlia no calculo, e disso temos uma idéia clar-.1, pu• chando um fio prern cm um pont-0. E' assim que se podem calcular os effcitoll da gravitaç-.lo universal e, cm partiuular, t1s da gravidade. E' assim r1ue se podem 1:ubmettcr ao calculo oa phenomenos da dilatação , ob a intlt1- eucia do calor, as leia da . ua propagaç!lo, phenomenoi3 da. vibfa9no dos corpos clasticO!!, etc. A verificação experimental dos rcsultacos do calculo é subordinada á completa introdueçllo das forças r1ue operam,· quer no caleu!o, quer– na exp~riencia. Os pheuomeno previstos não serão exatamente verificados si fo rem omittidas as causas secundaria~. Si, por exemplo, no C-.ll– culo de um movimento de uru projéctil, for deli– prezado a força devida a resiste;ucia do ar, O! conclusões do calculo nfl0 i,erào exatamente ve– rificadas pela .experiencia e o de vio poderá. vir a ser cou·ideravel. A. applicaçào do cn lculo i <l ctcrin ina<;J.o dos effeitos da força , na maior parte d() phcuo: menos que se realizam, apresenta geralmente as maiores diffi culdades,- ou porque a força que operam uào são conhecida , ou p rqne essa.~ forças, embora conhecida , não são , ufficiente– mente defi nidas, ou emfim, porque, sendo todas as forças exactamente conhecida e regi~trada~, os processo · do calculo sllo insufficientes para resolver a qucsta.o. E ' este ultimo caso que ~e apr enta na maior parte das que. tões da mcchaaica, e a dif– fi culdade <lcrirn em parte de que a força é r.::– preseútada no movimento pela, rnria9ão da v • loci<lade, ao passo que o obj ecto do calcu é 1\ pe quiza da posi9ão do movei. Sem ctitrar attui em maiore- t.lcsenvolvimcntos resta, como conclu íLO geral do que precedeu, que, deautc- elas difficildade · tia applira~iln do cnlculo .', determina ção dos eflcito5 da: fo r1;n , nfto sr. púdc o mais dns Yczc- !l llii.l> <liier qunl v Ul uthodo cnpaz de conduzir a rci!ultado certos quando applicado ao phen0meno~ pruduzido por C,llL~a. multipla , imperfeitamente coab~i– da. , exccpto quando a pc11u nez de sua nt\•i\o a torna iusig:nificuntc . Grande uumero'de phcnomeno puram utc phyi,ico, apresentam-se n'estas eoudii;ões. Quando se consideram as tran. formaçõeJ por tillCpassam o seres organi zado soba influenuia das numerosas causas que agem ·obre elle , A. defini ção in, uffioicnto d'est,a enus:1 torno. o t.'lll– culo impossível e só a expericnci1 pode ter valor. Estes effeito dependem ao me mo tempo d:~ cam1a que opera e do sêr a que se applica. 1~' ei::se um ponto capit11l que eon,·~m in:;istir, N I)• bora a propoi:.içll.o pareça evidente. Sob a influencia de uma pr -~o ufllcienkl, um gaz se liquefaz; uma elevaçno do tcruper • tura produz a fuzlio de um corpo depois • sua volatilização; n mesma elova~•i\o provoca o movimento d11 seiva nns plantas e varios ou– tros pheuorucnos nos rinimnc~. i\lns todo11 0ft gaz nil-0 tem ri me.ama t\ptidi\o do e liqucfaat1- rc•n; todos · corpos nilo tem a mesm~ nptllffio– pa ra soffrer n fustlo ou par R rcch11-.irem a ., • pfü e o efl'eito do cal r nas planta.a e 001> a11i– m:ice , u trcm:imC'ute nuittdo.

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