Diário Official 1894-Março
38S Terça- feira , 6 DIARIÔ OFFICIAL Março- 1894 vagos -1or c~~ranhos, bemfeitorisando emprezas que não são nossas. o .::u rtq espaço de 20 annos apresentamos á estudo um facto singular, vendo estancar-se-nos todas as nasce ntes de nossa producção, difinhar a s nossas fabricas , de. appa1ece rem o sobrecellente de alcruns productos de nossa agricultura, devido aos erros beco– nomi cos de nossas administrações. O peso dos máos habitas se fez entre nós tão po– deroso, que chegou-se a constituir como um principio econornico, mas privativo infeli zmente para o Pará, que devemos importar tudo e produzir imicamente a l,01"J-ac/za. A liberdade d f' commercio e de ittdustria, diz-se. Com a revolução po_litica devemos sahir d'esta ti-istissima situação. Precisamos cercar a nossa lavoura e as nossas mdustria\ de um favo r directo ; désassom– bral-a::. cie uma lucta p.erigoza a sua fraqu eza infantil ; concedendo- lhes meios, de se irem prevenindo e for– tal ecend-:> para resistenci a, afim de que ellas possão fazer desapparecer essa desvantagem unica, esse im– pos to pesadíssimo, q ue lhes cria a cares tia de braços . Falta-nos capital pa ra a exploração de todas as nossas riquezas, é ve rdade; mas nós temos o suffic ien– t e para irmos r eanimando pelo menos a a o-riçultura e a s fabricas que já ti vemos importantes, e ~~tabelecer a s que m:ii s são a desejar para aproveitamento de n0ssos recursos proprios . Porque somos opulentos, nossuindo um producto qnasi que excl usivo, não pode r;1os, não devemos, sem g·rave erro, sujeitar-nos a YÍver importando tudo quanto carecemos, e até aq uiUo que possuíamos e podemos produsir. A H ollanda, a te rra classica do commercio li vre, quando se sentia fraca na sua ag ri cultur:i contra a concurrencia estrangei ra . restringia , para prot egel-a, a importação cios cereares . Porq ue não admittir es tes exemplos ? Attenda-se quanto ao tç1.baco unicamente as se– g uintes informações : Ao me rcado da Capi tal chegaram do nosso interior; Em 1887 (anterior a le i q ue iguala os direitos) . . kilog. 687 .7 22 Idem r888. . . idem. 67 3.0 25 Idem 1889 . . idem. 429. 197 Idem 1 890. . . idem. 39 1 .004 Idem 1891 . . idem. 404. 687 J<lem r892 . . idem. 574.518 Idem r893 . . idem. 403 .372 Os preços. como escrevi em meo relat orio de 1892, que re:g-ularam em 1879 entre 3.500 e 3.000 por k ilo Tramma de tabaco bom, e entre 3.000 e 1 .800 para o dl~ qualicla<le inferior, desceo nos ultimos annos: 2.QOO ;2.6ó6 ' BOM .Jl.,frmor r..333 1.666 REGULAR JIIaior Jl1enor DO <.. ,UA.TÁ 1890 2.333 633 189 1 1.000 1.333 ORDINARIO Maz'or 633 1.000 Menor 3 16 533 ~ - 1• RPIIR• o- essn ~ 1892 2.666 r .333 1.333 1.000 933 63 J: . 1893 2.500 I.000 1.000 800 666 350 DO ACARÁ 1890 4.oop 2.666 2.666 2.000 2.000 1.333 189J 4.3 33 3.000 3.000 2 -333 2·333 1.666 1892 4.666 2.666 2.666 2.000 2.000 r .333 1893 4.400 2.220 , 2. 000 1.600 1.600 I.000- A producção con.tinúa á g uardar a s egui nte· proporção : .. Tabaco bom ldem reg'1lar Idem ord inario 114· 114· 2{4· Tabaco b0m 113· Idem r~gul a r 113· Idem ordinario . q 3. DO GUAMÁ no AC:ARÁ O de Brag~nça continúa na mesma posição que a do Guama. mais ou menos; os preços obti dos no me rcado são sempre mais dc.;sanimadores, comparados. com os que já chegou á obter, e lhe <le rão g rande nomeada. Passando do tabaco a aguardente e seus prepa– rados, outro producto de nossa pequena lavoura, che– ~are1:1os a fo~nula r senão mais graves, pelo menos á 1dent1 cas conside rações : O impós to é simplesmente ridiculo, principal– mente sobre os preparados de aguardente. o Es tado– o fabrico d 'ell es é severamente tri butado com um im– posto prohibitivo; entretanto aqu illo que é máo fabri– cado aqui, é bom vindo dos outros Estados : uma caixa de cog nac fal sificado vi ndo do Rio ou de Pernambuco, paga 800 réis, ou menos de 10 réis cada garrafa. Isto• é simplesmente irrisorio, porque tal impos to como ve rba de receita nada produ z, como meio de res tring ir a im- portação nada adianta. e ___ A nossa indus tria manu factu re ira e fab ril está completam-2nte desprotegida ; pouco a pouco se vão fazendo sentir os effeitos, pelo desanimo de que seappos– sam ainda os mais fortes e constantes emp1·ehendedo– res. Sem ir buscar mais longe nma prova, bastar-me– hi a cita r o facto de virem em cada vapor remessas de obras d t! cos tura, encadern ação, e tc. mandadas fazer em outros E stados, com prejuízo de grande nu– mero de fami lias pobres, que se occupavam em taes. misteres; com vantagens unicamente para os vendedo– res, avidos de maiores lucros. Ainda que os impos– tos de entrada viessem encarecer as me rcadorias se– riam eUes p roveitosos., <;leixan<lo ficar no Estado, ~s di– nhei,ros que sahem par3 animar o trabalho e enrique– cer a outros. Si a par da. generosidade dos nossos legislado andassem os dos outros Estados, dar-s~hia emfi:.
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