Diário Official 1894-Fevereiro

Ao Secretario do Governo, remettend'l o rc 1mltado da ia pccção procedida no c:hefo de sec– ção do Thczouro , Sevcriano Rodrigues Pampo– lhn. P J,:T IÇÕDS De Rnymundo V ieira J3raga.-.Ao dr. Di– ·rector clc:i Labora torio para mandar proceder a analy~r. e dar parecer. De Maticinn C. l nglesias.- A' vista da in– formação prestada, nn.o tem lo~ar o que requer. De Ua11J illo H enrique Sal!-,tado.-Ccn ifique– i!C e entregue-se os documentos,passa ndo recibo .. Bernardo Olympio P aCl;.-Lavrc-sc o termo. FrancLl!o J oeé de Cast1•0 Valcnte.-A' vist,a <la in forma~ão, não tem lo;:;ar o que requer. VAOCI NAÇÃO Foram vaccioados n'esta repartiçilo 8 crina• -ças durante a semana. OBRAS PUBLICAS, TE&!AS ! CDLDNISMAD EXPEDIENTE DO DIA.2 REQUE lt DI ENTOS J oaquim J acob Fernandcs.-Publique-se por editaes a declaraçilo. - 8abiuo Pedro D,tmasccno. - Apresente 'IIOva dccla raçilo de accordo com o art. 121 do Regulament o de 28 de Outubro de 1891. - Au~u,to B . de 1\Jiranda.-Pngas as des– pezas 5. que é obrig-ado na foJma da lei, sej a ex• ,Pedido o titulo defi nitivo. - Francisco J acob da Oruz.- I dem, idem. - Pedro de Souza Leal.-Pagas az despc1as .á que é obrigado, de accordo com a iuformaçn.o . -00 chefe de secçllo, sej" expedido o respectivo titulo defi nitivo. -José Gregorio da Silva .-Idem, idem. -Antonio Floreocio de Queiroz.- Pagas as despc7.a. ú. qu e é ubrip;ado nn forma da lei, sej a expedido o respectivo titulo definiti vo. - João da Silva Gviuiarãe~.-But.reguc-se na forma requerida mediante recibo. - Satyrn Domingas do Espirito-Sa uto.– l dcm, jdem. - Eug nio Serriio.-Certifi<JUC·SC. O a1um ucn, e, Fl ENJ.l!QU1-:s. Tllezouro do Estado l~XPb;DlE\f1'E no DIA ~ 'PETI ÇÕES - .._ J Cll"é i\loreir,, de Carvalho e Sil va.-Certi– fiq ue-se. - Domingos Gonçalves F lcxa, Salvador Uo– drigues Flcxa e J ayme Uorrêa.- Digam os srs. oootador e dr. procurador fiscal. - Placido Hilario da Sil va.-Attendido só– mente ffUHnto ao predio situado a estrada' de S. J eroaymo, ú. vi ta dos pareceres. A contadoria dê báixa na divida, e o sr. dr. procw·ador fiscal faça sustar í"~ exeOUIJ!lO que se promove sobre as deoimas do referido predio de 72 á 73. SCIENCIAS, LETRASEARTES O microbi.o e a, questão s oci a l O sr. Paulo Gibicr pronunciou na abertura co. Instituto Pasteur em Nova York o seguinte disou1"llo : "º especinlista attent,amente ~mpe- uhado na.q pesquisas limitadas a um ponto cir– cu an :ripto do vas~o campo scieotifico mramento concebe no conju ncto toda~ as conscqucncias das suas proprias deseobcrtas. Por outro lado, os pcnsador<.."3 occupados de um assumpto cujo estudo poderia ser favorecido pela applicaçilo d' est.as dcFcobcrtas não apresentam geralmente, sej a porque silo ;extranhos á especialidade na qual se habituarilo ou porque as ignoram, seja porque nf10 veem exponta oeamente o lugar que li~a o dous ramo de conhecimento:;, na appa– rcncin aff1.1staclos nm dos out1os. )1~ o ']Ue me parece existir aiDlln hoj e no que se refere a bactereologia nas suas relações com a ,ocio- logía. . _ E ' verdade, que mui to antes da descoberta e promulgação de um principio, a tor'ia das cau – eas leva parcialmente e de um modo de alguma sorte anarchico a npplicaçilo d'csse principio. As medidas de hygienc publicas e iutceroaciooal, que ha empenho em tomar, s.'\O uma demons– tração d'esta facto, porque é do assumpto de que me occupj. Em todos '3 tempos ut.ilisam -~e as proprir.da– dcs dos corpos, mas isto nllo constituio nem a physil!a nem a chimica. Ha que lembrar o im– meu o ptogresso conseguido ha um certo nu– mero de anfos, relativamente limitados, e se compara ..:om as idades alfastadas, para fazer-se idéa da importanr·ia inherente ao conheciineoto dos princípios e <las leis cm materia seientifica i to é, sob o ponto de vista do accrescimo da fe. licidade e do bem estar ' dos homens, o que é o obj cctivo supremo da sciencin. Perguntar-se-ha o que pode a bnctereoloiria ter de commum com a economia. social : ver-se ha que o estudo dos orga nismos contagiosC1s que deve ter a base scientifica da hyg:iene pôde e deve trnzer um importante cootiogentc aquel– lcs 11ue achando «que tudo n!lo está pelo ·me– lhor no me hor dos mundos passiveis» pro– cura m melhora r a condição miscravel do.3 dcs– herdaJ oia. Sem ter a prctenc;:ão de querer resolver a que tilo meia! por um micro~io, é no cmtanto pcrmittido entrever de 'lue importao cia : er(t a comprehcn ·rw gencralisada do determinismo das epidemia e dos contagias cm geral. Não vemos hoj e impor pc at!os saerifi cios para o saneamen– to dos lug:lfc~ habitados ? Isto é j(t um prü· !!res~o, mas não é ba, tantc e ha nin1h muit a fa z1·r. ~ e, ron._·el!uimr nto de que j:'t e ol.itevc, a in– fl ut'ncia da profissão medica tem ido prepondc– ntnk Xa cau. a· grn ndcs e bellas riue ha a co nri uistar, o me<lico ort0 dcl"e deixar que o ex– cedam. E ' dó eu dever e do seu interesse fazer• e o campeão ela hyi<ienc social, tanto quanto da hy– aienc sem epitheto. Diante das a cmbléas e dos poderes dll naçilo, nllo tem nece.."l!idade do np• pellar para interesses publicoR : sua força re,!Ído na calma da sciencin, quo sem artifi cio de rhe– torica e sem provocar emu9õcs scntimentnes, francamente desmvolver os fa cteR e .fórça o ho– mem a pensar e n n1-,rir. A medicina experimental e 11 bactoreolo:zia noR ensinam i11to: certas mol08tias inoculadas ano ntacam os animae~ de laboratorio quando sao bem cuidados e bem nutridos. Se ao oon– tr1rio os fazemos correr -mais ou menos do– preS/Ja o muito tempo em um apparelho apro– priado ou se os privamOB de Rlimento çllo tor– nam-Bé fncilmente presos dos b"ctorios qll.tl se lhe introduzem no l!angue. O bacillo do cholera inoculado nos inte11ti– no de certos animaes .nllo póde dcse11vol– vnr-Re e matai-os, imlvo se os Ül',\?rmos jej nar. O mesmo se di com o homem, e :issistimo3 con. taotcmcote a C;!; S:! e pec:ta0ulo: ~s epi– demias atacando os povos ru iseravei.•, os con– tagias elevando e na partes infelizes <las .ri0- pulações. . Assim temo Yi. t Q ns rPli;;iõcs tocarem- ·ii coraçõe.s dos homcn:; e f.izcrelll 11 , 1.sc; ,r Uúô for– tes e rico· scntiruentos de p iedJdc é tle amor cm favor do fracos e de,herdaJos. Em presença dos ·resultado~, intl' Írarn cnte io~uffi cicntcs, obtidos utrnvé~ tlos tempos .i que p~rcc:em justi fi car a palavra tle.-saoiw:ido– ra do me tre. 1,Haver,L sempre pobre' entM ''.ôs» t1Jm-lle o direito ele pergun tar e a ~Lo– hção de pauperismo afio deva ser a vhra de, uma outra potencia, de uma potencia que cja tambcm uma religião, por que elh li"'a :l elite dos homens sobre todo3 os ponto~ do globo e o submette ás suas leis: quero fallar da scieocia. A Mcieneia n!io trota de dirigir-se ao oora<)ilo dos homens e de fa zer vibrar sentimentos de commiseração; ella contenta-se em lllostr-.ir a.os seus adeptos que não só os germens das iofeeçüC:$ triumpham finalmente dos animaes eufraqueci– dos pela miseria physiologica, ella lhes ensin::1 tambcm que,es·e!'I germens inca pazes de tle 111ul– tiplica r no anguc dos animacs vigorosos, podem, depois de ter adquiàdo uma viruleacia particu– lnr por seu desen 10lviruento n~ fraco, YCr seu poder ,!estrn idor augm1;utar e faailwente trium- phar do furte. , Ratilv, apezar de todo os cordõe~ sanit.'lrios e medidas preventivas, o typho, o cholera e com outras mele tias epidemicas appareccm, victimas são aquel las que a pobreza obriga a mal c01per e a mal dormir. Aquellcs aos quaes nada falta fariam mal -e01 dizer: «Que nos importa se sllo só os pobres -mi que mo1-remlk O con tagio porém nrto tardará a ganhar forç::1 no terreno em r1ue poz o pé, seus ~ermens ~e mul tiplicarilo, tornar. c- hno audaz('.' e depois de terem camp1•ado Jurante um certo trmpo em sordída Yiellas, l~ e,palhamrn pd o lugare3 sumptuo o~, cncontrar,1o na ca t\ elo rico e a ella lev11 rilo a di\r e a 1nort . Não pPu~e que cs~e$ e .. , emplo~ - 0 0 Pxc1•pcio– nars· ou Ílll '.l'.'Íoari 11 · , obs1•rv'1U1 se t·HlP.~ o J ias ' t;. t:lllll•-~ tudo· au1 :,,.:• -1 ,,, l , ,, , 1 l'"l"•l'l' \·-t·imo i 1 • !l • J ! ' l. )' ,l ' l(' l" 1-ha1cnlt., , d -,tt i/ l q ;: 1 m 1, 'Jt!– Dl:t'-' l't1tr,· n,í,; •Jllc. n tj11l v e v , hol r , _\ .· llt•t:I IU ·llO~ IU •flll!' <[ll' l~, h. li; i 1 18 ]1\ll' que L'iltnmo, ,1eustmm11lo.· a V\'1-o,, e miuhar a•1 nos50 lado como ta1mpn11 heiro. ia ·cpanvl•i: rl.:, no·,a ,,ida e cau. a ioevitaveis de uo '•,l m,,rtt'. De onde na ceu es,a diphteria. que todos 01; dias ataca no os fil ho' nas casas em mclhore1t condições, sob o ponto ele vista (!a hygicne o <lo co nforto? Foi na casa do pobre, ne sa Yirlhl escura I} sem ar, nos filhos do pobre que a fome deifi– gura aR foiç&"'!l e ujo sangue cst(L empobrecido pelo f6co ? A ce e millionnrio que pt1ssaw1 por junto J0~ homens ma is ricos da t:m a e que foi ferido n momento talvez em que penaava repou:r.ar e gozar cm pnz. o frurto do labor enorme a que se cntre~ou par-a 11ecumular e es milhõ.:s, por– que lhe foram nrrcbntados O,'l vinte anno e majg talve11 a ft!lioida<le o repouso quo tinha dian– te de si ? P or um gcrmen que faz mai.H victima, entro nós que os do todas ns grande! epid rnins ~o temidas, por nm gern1en que se descnrnlv~r 1 os pulmões <lo um miscravel. E•te nltimo cxp ctoním Pobr o ~ minho •

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