Diário Official 1894-Fevereiro

b DIARIO OFFICIAL Sabbado. 17 ~T%!PCP2""4CI' ~=-=~!'- - u;,rn:m:-r________ _ ,. EXPEDTE TE DO ~lIA 1fi R1-~QUER.l:U E!'ITOS Alípio Lopes Tocant.ios.-P. :;os os f óro e <lemaia direito-; lavre-se o tel'm r,>. -Rnymundo Lino da Cruz.-Pag_as as des– pezas a que é obri~dv na forma da lei, seja cxpcdidn o respectivo titulo dct'i :tivo. -Jono dos Passos Damasc no.-Registre- se no livro <le titulvs de proprieJade. · --Autos de medição de terra$ ,Jo herdei1•0s de Dowiogos fumos l\Iartios.-Ao l}hefe de sNição :le terras e colooisação, pitra. cxaminm· e dar parecer. CO~IPR.A DE TEHllAS DEVOL UTAS Ellf S. Do~n Noos DA BoA-VrnrA Honorio José da Silva.-P n'ias as dcspczas a que é obriga do na forma d11 ifii, lavre-se o termo 'de venda fasendo a rcutifi l·açáo apontada 11elo agente fi scal do 'l'hezouro, afim de ser expedido o titulo promorio. -Joaquim l'ilerencio ela SiJva.-Pagai; as dm;pezns a qu e é c,bri)!;;tdo na fnrma da lei, fa. vrc-se o termo de venda afim de ser ex pedido o titulo provi orio. - ,Justiniano Antonio da Motta.-A' vista da informação do agente fiscal do 'l'hezouro, indeferido. -Francisco J osé da Cunha.- Ide:u , idem , idem. -~ln.noel da Paixão Coutioho.-Idcm. idem idem. · O amauueu e, HocuA .' 94!:IC>- SCIENGIAS, LETRAS EARTES O berco do c h o l e rn Dizia um medico tio serviço saaitario da ci– dade de Oalcutt{i., na Iuclia, q11é os europen e as cla~ses superioras que usam a~:1 pura sem– pre escapam das epidP-mias do cholera que tan– tas devastações causam no paiz, ao paõso que uQ iodigenas, que se servem da agua de rOPer– vatorjos, suo sempre atacados, d'esde qu e lllll d'e.'li es r~ervatorios fiqu e cont.1minado pelru; dej ecções de um cholerico. A isso se póde acr.rCAcentar qne i penuria da a1-,'Ua é que se deve a exi ~tencia de fú co.. naturacs de cholera n'aquelle paiz. é ■ O:,; indigonas lavam-se e la.rnm ~ i,cu uten- ilio e r0upas n'uq1 mt-'Srno rese1·1,atorio, por– que é o unico lo 5 ar onde o pod m fazer ; e n'e e mesmo reservatorio, jií w ,.,r.,:c1in:do pe• la8 lava!_!ens e aguas servidas, é c:ue v!io tirar a~'110 para l.,eber e para a co inhn. r-r~steij termos, O que se ci. .i.;. 1'C!Jl<ifJ e,i– rlemicrt, G()ID referencia ao cholrm, nilo é mai do ljUC uma rcgi no onde existe o ro~-tumc de &L' t. ,IJer agua contaminn<la pn .,:., ·-:-h fecaes e ondi> a temperatura e talvez outras oau as im– pcrfeitameute conhecida faz<.'1n com que o genuen cbolerico poSi>a e lll ;.",1;iJ,1de ficar vivo t' propag11r•se por si mesmo oo solo ou na ª6'lt:1 durante o intcrvallo de tcmp,1 que cleco1Te ent-re a sua exp11lólío de uru organismo e a ~ua entmilo, em outro. D' . de que se tomem prec:mçOea para nilo 11e oh orv.:r o germen, póde-11c impunemcote estar ern cont~cto com ~ cholericol'I, viver no 1l io d'rllee ou nas n>.giõoa onde a wolestia é onde. mica. O vehiculo do voneno, é bom repetir, é a a~ua. inierirfo, e o houi cm é qu"m o transporta iaco~sci.:ntcmente para fóra dos centro:, infec– ciouados. A t,r01J:tf!llÇão, entr:.'!tanto, dP.pende da velo– cidade do transporte, das condições sanitarias e dos babitos sociaes do Jogar em que o enfermo se ar,ba. Si, com effeito, laes condições e taes habito3 favorec1:m a tr-ansrnis.. a.o da iúfecção, os germens expedidos pelo . enfermo penetram no r.orpo de outros individuo~, qnc por seu turno se tornam fócos de infecçrio e levam mais para deante o contagio. Os habitantes das regiü,ea endem icas da ln– dia sfto profundamente conservadores e vivem isolado , cada agrupamento em sua cidade. Mas csae isolamento cessa no tempo das peregrina– ções, quando milhares de iudividuos convergem para um s6 ponto, onde se lavam na mesma agua e <h mesma ngua se St\TVem para bebér. O cholera viaja com o pere~o e,si nãofosse isso a molestia ficaria perfeitamente circumscri– pta, poia na India ba exemplos dP. populações inteiras queelesappareceru sem que outras ci– dad.es vi.~inbas sejam victimadas. As feiri1s tambom concorrem para a irradia– ção da molestia,embora se effoctuem fóra da re– pilo endemica. l\Iui frequentadas, como a de Hurdwar, recebem gr-,rnde numero de habitan– tes d'essa zona e constituem assim outros tantos centros de onde o cholera sai periodic,lmante para deva taro mundo ioteiro. Os mahometa nos, que formam uma popula– ção conRidernvel na India, especialmente nas re– giões septentrionaes, tarnbem ser rem de magni– fico tran porte para o cbolern, com as sua pe– regrinações annunes a Mccca, que 6 a sua ci– dade santa, E' d'este modo ']Ue M:ecca se trans– forma em centro de infecç!io e os portos dv mar Vermelho d-i:atribuem o terri vel tl.agello pelo l◄]gypto e pelo sul da Europa. A ciclarlc sanla, 9?1" nliíis ó de p imas cm– dições saoit.arias. rcecbe durante as festas reli– gios,s un,; 70 a 100 mil peregrino , que ·s<J reu– nem no monte Arabat, no nono dia do «Zu't Jlijjah. O · fiei saem, em caravana , da Syrin e da Pernia, d.1 Turquia e do Afghanistão; dos por– to do mar vermelho, em barcos; da Africa, em car,1vanas, que atravessam ás vezes quasi todo o continente; cmfim, de todos os Jogares onde ha mahometanos. Agglomeram-so nas casas da cidade ou nos mTedores, sem decencia noo1conforto. Fazem exoursõel!, sobem as ruoe– tonhas, fi cam haras e hora ao sol ard .,ntc, res– piram as emauações nauseabundas de milhares de auimae sacrifi cado·, aper' m· e, quasi mor– rem suffocado no Kouba, e, por fim, para re– matar essa obra de contngio, ainda bebem a aglla <lo i em-Zem. O Zem-'.t'iem é o poço de onde dizem que Agar tirou a ngna que <lca a seu filho Ismael, de sorte que beber d a sgua é ll'n.l dos ritos mais sagrado. . Basta que um fiel esteja ataca– rlo de cholera para que o poço fique contami– nado, e isso explica a dera, tacão terrivel da epidemia entre os pen~1:il)o. . 1◄..:m 1886, s6 no e. paço de alguns dias cm que durt1J"<1m as festas, o caminho de i\lecca ficou litternlurnnte jun– cado de cadavercs n'uru percurso de 20 kilome– tros ! J. Simpson descreve magistralmente duas graoJes perigrinações a que Msistiu, uma na região de Bengala onde o cholera é endemioo, e outra n'uma região do norte da India, onde nl'lo existe essa molestia. A primeirll d'es~a featae effeotua-se em Ka lighat, ·que fica nue nri·edores de Cnlcuttá., /í, lllnrgem do Tolly'R N ullab, mais venerado que Fevereiro-1 ~94, 3or 11 ~ •:', :::-•e - ?T!P.t..::...-:; .. .. -:-....:_~ o Hooghly , pon 1 u~ 0 ·onc;Ín 1 •nm cnmo 11m an– tigo umço do G,rng,:5 que pouco n pi,U<!O foi 1i– cando entulhado. Quando a maré vasa, p<íde o moa! l!F.r atra– vessado a pé cnxut.o, o <pi e n:lo impedi) (]Ue seja o receptaculo de immundicfr de toda a Cll• pecie. Segun?o Sitopsou, · aligbat <<scrn u;rua pura para a ahmenta ç/\r,. som drcnn gcru nem nen– hum meio conveniente rle escon\nento das de– j eoções e aguas serviria;;, com as su~s cas:1s e cabanas irregularweute di ' po ta , com o seu rio empestado, que afiu~l nil" é oHi.~ d,1 ']UC o ool– lector do districto, cúm os cus 111111 ,ero,ios tan– ques polluidos, K ali!;lrnt uiio é só uma moradia insalubre, mas. t:uobem um perig perru:, neote parn os peregrinos. E' para abi qu e ''ào cerca d~ 300 mil pere• griuos, com o intni to rle ~e banharem na agu-a do Ganges e d'ellas huberem. A disper.<ão doi, perigriuos reduz a mortali– dade em Kalighat, ma~ alarga o circulo de in– tec,;no, porque os doeutcs levam comsiao o ger– ru en do contagio. V <Jõm se doentes pol' toda a parte-nas estrau:i. J ., t:,rro, na embarcações, nas estradas de roda,, m. A agua de Knli gh,t. foi analysa1a :-a sua composição approxi !.!r ..,, da da agua <lo · exgo-· tos de Londre ·. A segundo frs1:1 1 11-' Simpson d (L a descri– pçfw é a que se uck hn cm Hnrd,rar, fór.t das regiões endemi ciL~. '.'f,,S!\a localiJ ado ha um tan – que sap;rado, -para oud.i afiluo enorme multidão debanhist.'1,~. A agua , q11, de 01·dinRrio é clara e pura, fica logo lamacl'nt,1, na11SOf1buoda e cheia., con~o o demonstra " 1rnalyze bactr.oi ;_iolo!?ica, de bac1llos comma, qu .. c. •mu se abp, são conside– rados como os verd:1deir,J· <•ermcns J cholera.. Com a fücilidaJ ,· • a rapidez dos tran p, rtes, os males que prov~m ile: sas fo~tas e da coo c– q,ueutc dispcr,llo ti •>< -,nr •gríoo - são enormes. O fla~cllo penetra n'l Murop,1 pela Russia, pelo m1tr Vermelho o c,1111 .. ,pcci:tlídarlad por f(ica, que se pódc chamar •> ftlco do tr,1ns1ui. ·ão do terrível m1Jrbu8 entr• n l ndia e a Eu , 'Pª· F,s. a cidn<le com-tit11e uma ameaça continua e um grnode pcri:;ú 1ma todo . N,io ha nisso exag~ero. Ainda 11:1 ;,l.!m pouco tempo, no anl}Q.. pass.i<lo, morreram uns ãU mil per~p:rino3 em Mccca, e seuscotopaL1h,:irus foram p,m1 J iddah e E! Tor, de onde e p.albarnm o gcrmcm da cholera por todo o m n•lo. o- ··-------- Transcripção Uma lição hü:;tor i ·a -f1Pntiouação- I V BcllaR, cal ·,,lt ,r.1. UI l f,ir.1111 a~ tfoL1trin:1s n:oraes de Wolf, u p•'n5ador do seculo XLX nota-lh e a lacuna rio i~o,,r,1rem com]'l,•tarocn– te os dever , r·i ri r~• · 1 il L1 ~trc profe., ·01· 3-·tava longe do er um pnt,·1ota, e muito 80 aclmir,1ria de certo que lh'o e~trnn has'CID como defeito. Os inter ~ e politic, , d·l A llomanha, os movi– mentos das potcnri.1s 1fr:ics sobre o taboleiro e~ropeu importarn.111 Ih pouco. O orgulho na- 01onal apenas lhe in, pirn o desejo de qne 11. Al– lemaaha conserve cntN as demais naçõ~ uiD lognr elevado na phi lo;opbia e nas lcttrns· ne...«se intuito empenha o ni •1lhor das uns força~. Um easo typico e saliente do megmo inditfe– rentismo político npp·1reoe noe em Gellert, con . t.emporanco de Fred, ; _:o, o Grande. O acanht\do horizonte do amav,·l professor abraça apenas •

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