Diário Official 1894-Fevereiro

imprcs,ftQ <le 111 a . upcrficie br,1ncn; espalhe-se, poiém , a tinta e n pnpcl ficará imm·edi:1tarnente CPm uma ('Ot' cscurn. -'1.J' por 11111 proc:~c;so analogo que os camarões, e, peixes (entre outrQ. o rotlorn lbo) e o cama– ldào podc1;1 pnwoca r nrna modificação profun– da J e cor. ~las, co,1no <l~monstra o professor PoucheL, u cxcrei ·iu dcsta fun ção depende da inte~ritlado do~ ol hos e do nervo optico do ani– mal. Um rodovalho ou um ~amelE:ão a r1ue se tirem os olhos ou se corte o nervo optico, não podem 111ai:i mudar de cor; os animacs cegos t-iio no mesmo c11s0. A c~ta tcnd cne:ia de únüw· é que <l:io os :r:ooloai. tns o nome dn mimetismo.. )!;' umã fa– c:nldade de imp(,rt"oc·ia ca pital na vida dos ani– maes que a pLs.·nern, porriuc ó por meio delh que cRsc., animac-s harmouis::i m a sua cJr com o mC'io cm qu e \' Í\"e111 e n•~im dífiie:ilmcntc podem ser p1rc,·bitl s. Oarwín j:.'t se havia rcf •rido ao papel que ~. t:i fon cç,io rcprc cota. Potlcm-sc citar alguns dos caso: mais e;urio- ·o de mi111i:ti.~mo. - E' a. sim ff UC na Frnn~a se enco ntra uma e~pecic de inl:icuto (rc;lnctJ masqnée) que nve deutro dfh'l casas o se alimenta de pulgas, com a quucs tem f! ntndrs rdaçõcs de estructura. Es,c in ~ecto te111 o habito ~inµ- ular de cobrir– . e de µó, e cm11inh:1 pur meio de movimentos bt·uscc,s, como Ei fu:;sú uw flúco <lc mt,t,cria iner– te :'t mercê do vento. Oraras a similhantc dis– farce, l\ pproxim!Hc l:1 cilm~ntc da. pulgas, que agarra, an tts mesmo qu~ ellas tentem fngir. Ha tambem outro (ph!Jllicw fo lhu s srcca, ) C'Xnctamentc com o a~po,·to de folhas seccai, a ponto de a o-ente e enga nar :-os largo· elytros tem m:iis ri:H;ttR que se parecem com nervuras, o, app(•n!.l iccs J n. pa'.a~ irn italll as estipulas doii V('gctae , e a casca dos ovos tem a appiu·cneia da ~a$Cfl da :i!YOl'\'. Os Cfl50S de mimcti~mo em Bornéu são nu – nic·roso~ :-cert,.,,; io ,,cto (b:1cillo ) rnal e dis– tiugucm 111t raurngeui C' lll que virnm. porque o heu corpo ó a cxacta imita ção de um ramo de :,n·o r('; out ros IC'cru r,rotubrnrncias que os fa. i en1 confumlir com um pedaço de pau coberto de mu~!!'º· - [fa tarnl>r111 anima e: sem defesa rptc imitam anima icmhlu~, e, as, im disfo rça"-los, escapam a!'S se u8 inimigo,; pelo mc1lo que lhe in ·piram: - 11mn boxb h "'t da Franc;n, a seúct rqi iforme, apresenta-se sob o rspcc:to de uma vespa muito trmida pelos pns3n ros insc-ctiroro ; a nossa ca ·. cavei é i1uit:ith por urn it.1 cobra ino:ffrm ivns, tnjo a. pecto quai,i con~tituc r, CC'u uni co meio ,lc dde a; n: s fl orestas d Fr.,n~ cobra vi- e1it1n imita de tal fúrmn a vrnlatlcira viborn, qne u1N nnti~o prof'e se r do ((°'.fuscum,,, o cele– bre hcrpetolo;ó. ta Dun1,~ril, se enganou :-apn• 11hou uma vibor,1 pen. nu<lo que se tratava da 1111 a inoffcn ivn imitadora, e foi nssim gravemen– tr· mordido , O · cntomologü,tas tem sido cguaJ, monte • ,ictimas de rng-anos , imilhautcs. Po1· mnito tempo, por oxemplo, ela sificaram um .. nfonholo d.1s Phillipin,,s como uma ei<pecie :l'l'rox inmda da.,«c:icindelns,,,l\Ins. e.~es o.niruae~, embora .·e pnreç:nu eom o~ tem1Yc1 colcóptc• i·o •, pert<·nccm effcctivameute a uwa ordem di– VN'~n. Entre os :rnim:1es í)tlC não teem arma de ,kfosa, ha nl!,!1111s que para supprircm e.~a falta ~(' rcft.tgi:tm cm Vl'rdadeirns fo1tal a~. Jas COS· tR <lu Frn11~•t1. nor exemplo, encontra1!e o co- 11hC'oido B1>rw11·1I 1' Ermitc que procurn n, <'On• cha <lo~ mollu~cos pura e cnp:n aos 8eu iuimi– ~o~. ffa t-ambgm <,ntroH que (L concha ainda :1,iu11tnm nma ~. po11ja, '1110 pouco a puuco vni resolvendo o calcario e acaba assim por se abri– gar o animal n'uma fortalesa inexpugnavel. A posse de tal abrigo par('ce constituir van– t,ngcm con idC'ravd, a julgar pelo co-tume dos caran~urij os t1:rrcstres da B::itavia, que ~eixam o interior das florestas para irem parn as praias, {L procura de uma concha onde ~e escondam. 'fodos e.,tcs animaes parecem ter uma ten– dencia invcncivel a fort-ificar-se. Ha certos ca– ran_gueijos, que apesar de sufficientemcnte pro– tegidos pela propria courrH}a, teem entretanto o habito sinznlar de cobrir as costas com varios objectos, ~ue são mantidos n'esf!a posição com o :rnxilio da, duas ultimas pern:is, erguidas para o ar :'t mancim de ganchos. .A.lguu~ tra □spor­ tam por e sa fórma um vcrd:1deiro museu em cima do ~eu corpo :- esp!'njas ascidios, bryo– soarios, alg:1-s, ctC'. Os p,·scarforc. it:tlia'.lo.~, na sua lingua ..,.cm imaginosa , designam CSS('S ca ranguejos pelo nome de cetrre.grid01·es. E é inutil limpal -os, porque se perde o tempo-pois elles apanham de novo nnimaes e plantas e tornam a collocal-os em cio~n da comaça . A larva <l: um pequeno in$ecto, o c1·ióce1·0 , que muitas Yczes se encontra no corolla do ly– rio, tambem procede de modo analogo, o que lhe valeu a denomin ação pouco poetica de r,ze1·– d igero :-pa ra escapar ao inimigr>, enterra-se nos excrementos ! ---------·-·------- Transcripção LT n-ia lição historica -Oontinua çào- III Não sc ol>rig:t impunemente um cerebro ao inccs ante tran::porte daR suas lrnrmooias espon– tancns. .', abundn ncia de contraseu&os e seoti– mentoQ fal~~", ,le í]Ue rstào rêchcat!as as cor– res poodenc:ia cm francez de allemãc.; do seculo XVIII, poJ crin ser invocada como prvva de que n impropri.Jdadc da expre: 0 ,1o produz a fra– queza e hypocrisia do pensamento. Este subtil encarecer da reacc,;ào da fórma sobre a idéa traz. nos {t memoria acjuclle personagem de Poe, que provocava certos eslad0s da alml\ simplesmente com rlar ,í phy:;ionomi,t a. expre:;s:,o corre pon– dentc... Mo&, rm Rumam, bo·1s razões tinha Hcrder para combatrr cm prol cio allcmão. A lingua é a cxprcs.,ào ito:ucdiata e a ruais completi1. da alma d(' um povo; tocar -lhe na lingua nacional é feri! o n,, .inrn~o <lo seu viYcr; a historia mos– tra- nos os pov(',; vencidos cnco utranclo no apego á sua língua um c:timulo a dcsc r.cradus luctas. De rc to. a defc a do allemão em l 79t, quando j:1 com clle ;;e haviam con truid() bellos monu • rucnto · litterario: , cm tarefa mais fa cil rlo que no tempo cm que Thomasius c..ca nduli ou as uni rnr. írfad•.•s do sou pn iz abrindo um curso de fallar vern~~ulo e cru que se dizia do primeiro eusnio da histouia nacional que r,t,ilo bom liYro merecia cr csoripto em lat.iru,,. Entílo a li tteraturn veg tuva nn mais chata e lugubrc insiµ: nificancia. Com, a mira em serem pago. jü que de eerto s coDscicncia ,lhe vedava a aml>ir;no do serem lidoA, poetaél o prosadores cebliravam o nas<:irnouto, o consorcio, a morte dos grnndcs, por c:ttndupa de r-rotesea lisonj tt. A influencia inglc·za, levemente profTre iva maniteston -sr. por imitações de l'oo e T~mpsoo, e r:mbretu<lo por grande quantidade <lo revistas 6. maneira do Spcctator rlo Addi on. Comquan– to es ae publics~õcs sejam de wediocro vulor , • sob o ponto de vista littcrario, o seu nppa:rei- mento a· igual-a a emersão de um fa t tor im– portante no :futuros destino do p:iiz : :i <fac média ou burgueza . De facto, ú p..tr:i fon<r« alimento aos norns a ppdit :i intellc:ctuae:1 burguez que, deixando em ctescauç·o a. tJ: • gia, as revistas se occupam de as.•nmpt:'IS mesticos e sociaes, de moral, de pctlagogia e Q6.– casionalmente de sciencia. E' no intere~se da familia burgucza q11e elbr procnrato depurar o gosto, elevar a com·~çt,o das senhoras, humaniFnr a educaçn d.1 cciaa- 93:l, acabar com as ruinosas via~cns pdo ~ ge1ro, que cm de rigor pcrmittirem-se :t('o!; CK~ ços, fustigar de ridículo a3 tende □eia · a paro.fia a nobresa no e. tylo de vida, encontra r tina!me• te a justiça medida, o tom especial, o l,r, ,1 gQfJ"C pr,iprio dessa olu :;e c111 1; rma,;:- o •: qu.i j~ ~ mostra ,·a capaz de iuà~p.:u. en• :Íól, a \·jja <l<! ~ gre so e de luzes. Sõbre terreno tão f.,vuravelrri cnte prcn.u:ule,, a pura moral de \Volf' crg-ueu abundante' seu: de bençãos; a educaç·ão da criunça torn:i.-~ obj ccto de viva solicit ud ; o. d,i,ercs entre ee– posos, entre paes e filh os, ·entre am,,R e s01:TIE. adquirem impcrio sobre a, :il:o:is. J<~ emqa.:m · a nobresa ocinsa e friroia maca'luci., a so0ie :i.cfe fran cesa,-a burguezia iutelli«ente, economic1 e laboriosa; profundamente allc~1:l no pcc,.;J,r, sentir e no viver, vac crcando n,J seio (,. !!Tan.– dc~ gcnios r1uc fu ntlaram a litk~·nt ur.1 naci:e e um public() sympatbico para os ·.mdar eom seus reprl:sentautes, par.,1 os :;ebuir curno SCW!' mestres. ~oi por esse tP.mpo (173i ,1 'que. se fuml\Jfl · umversidade de Gottingcn ao impnl o do b:.rio de i\Iuuchhausê n, grande amigo e protector il,,r lcttras allenües. Os professo!'C'S lu11r::ir;\m ~enci– mcntos que lhe. permittirMu ,i\· ,; na iodevca– dcncia e dign idade; foi-lhes ampliada a lib~– dade de fali ar e escrever, e tomaram- ·e r,rovi.– dencia para impedir que a ec(,fto do thi.!ologia e mcttesse a 1>upcriuten<lcntc das rc·tantes. G eusi □o recebeu uma orientação m:1is racivn:d, desappareceu a erudi~:lo bolorC'uta, d::i q-. Gessner nos consPrYou um fr':;antc l'Xcmplo nc, ca o d'aquoll e explicttdor que ,füpcnd ' U qu:it.M lições com uma unicn. palavra de um.i phraac de Aristoteles. Si nas autigas unive1 idadL' oo• tinuava a predominar o e. tudo da tbcologi:z. da philosophii\, em Gottiogcn ernm mal• nume– rosas 11s matriculas, qu0r em di reit-0 politic ~ historia, r1 uer cm philologia e ·cie-ncias uiiht· rne . As im, o segundo t('rço <lo :il'Culo ~r Vlll estrcava-so füvorav 1 ú Allemanha ; por u1u. l irradi:~sa do ci rculo da famili'\ um reerutl mento do f~r9a ?1oral· por outrv, 11 organÍE"l{Q ~le uma umversalade ur · n, conrlivül.!s i · nta de mteosüQ secreta política ou rdiµ;ios;i, m..rcav:i. ., alvorcoer <l e uma nova \·idn sci,mtilirn. ( Co,1ti11 úa) N01~ICIARIC 0O~lP:\XUU. LYRIC.\. E ·trciou hontcni no 'l'/1cat?·o cfo I'uz, a illl-– panbin. lyricn, subvencíou1da pelo Rst:ido qual fazem parte o. sr~. Sílvio Darbini m:l•~tn chefe da orcheRtra e Nl\talia l'opuff Il:irbilli, mezo:~ P.ra ~o, que 11co~panlU\dOR do h'.\ryto Don110101, tiveram a dehcndeza de ,isitt\r tl re,. d:ic~•Qo d'este D1rm"o.

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