Diário Official 1894 - Janeiro

_,, n nece;;sida<l irre i tÍ\'Cl de itn.n vida feliz o racional, e con~idera como um absurdo a que uão tcrn 01.lt ro tiru ~inl a ex isteneia d'a léme turuulo ou o bi?m impos:;ivcl de adquirir da .sua in.'li idualirhtde. Viver para uma vida futura ? Diz o homem. 1'1:us ,,i., .t.. d.1 r, -:;t~ uni~., ::m.,:·1 r:, J.a, vida -<J UC ~eu cnnheç0, i a tn inba YiJa prN,cnte 6 ah. urJla, lo n~e J c confi rmar me a possibilidade de uma Ol' :-:! .,.·,b n ci':lnal prova me pelo con– t ra rio que a vid n,1 .11'\ e· en,·ia é ah-urda. Vi vt'r pn ta si ? 31ai' a minh , vid,1. individual é um ma! q uru ali. 1m1,í. Viv r para a eua fami– lia? V iver para :1 c,111mnnid11de ~ 1-'ara a pa– tria, pam a hu1u1•niàadt: m ·mo'( ~fas , i a Yi<la da minha individualidaJe é <lesgr::içada e absnrda, o•mr~ nn acontece í~ viria de ri ualquer outra individualidade humana; pu r conseguinte, .a reunião de u m nu11H:ro infi ni to individualida– de absurdas e· d<!Earrazoadns j :í demais poderá formar uma unicn vir!a feliz e racional. Vi v~r i:;oladamcntc -sem sab<'r porf[uc, fa zendo•o•que os outros faz em ? :Vlas eu sei 'LUC os outro , da mesma maneira que eu, não sabem por que fazem o que fatcm. · Chega um telllpo t!lll que a consr:ien~ia re– fl ectida comC'Ça a lcva nlnr se aciurn. daR fa l~as doutri na& e o h0mcru pára no meio da vida pe– dindo expli ca~õcs. Só a<p l'Tlu que 1,1ão tem relações algti'ma. com os t;•1~ te i,1 u~~ ;:;cn ro d() vi a rlifü.:rcntc do ~cu, · :iqul'llc cuJ:1;: fon,as e:stão orcupadas cm u nw 'luct:l incc~s1nt com a natun.:za pa ra &ustcn '. 1r a 'I ~ , • i•:o frt physica, s6 e S()S podem crn • 1 ue 0'3 ae:tos rns.iuaatm, que praLica – Jno. co1.b•it11cm e Lll;:rrram todo o <levcr da vi.da . . 'Vi ver n!in é o app:n ecirnento no espa'fo e no t eUl pu de detcrwi11nda fo rma e dett~·ru inados movimento~, ,·iver não é e! sa ag~regn<;ão e de, saggrcg1~:i,J que t'l1:wu,rn1.Uos cxi:,teticia; ,i ver é f!U'tl.;1 ~• "" .,. >c.i:)•-rivr e in JepeuJeote dessa ~xistei1cia nnimal. No nu,-~n tempo, a doutriml"do8 es1.:ribas, r, u c se cham:1 11 ycicnr,ia, ad1uittc como a uó ica ver- ' <l:d cir11 c,tá r('prc:1cnt->1.P,iln <la viela que é a mais priruiti ✓a e a mais grosseira . t\ào po1h,mo. ,.lefioir a vida na nos1<a coo. c1- ent ia, diz c,ta duull'ina; perdemo-nus C'xami– oando -a em oÓP. mesmo. Esta concepção do bew, dc,tc bc.m wja dc.:.cobcrta constitue a uo.sa 'l'ida, par1 a no~sa rouseicncin é miragem ea"'arr.l'lom, ll"~ta tOU::,tÍencia , nãu podenios co; cc•bér a' ,·i,fo•. J'ara ·comprebentlcr a Yi<lR ba ~t consiJPrar a, hUas taaoifoi;tuçõ.:., t.:omo c1,u– sidcramos tudo o mriYimcuto da w:1tcria. Só por c~ta,, ob~L'l vn(Jii1.:s e pelas lei~ qu :: ddbs rc- • s•,ltam, 011 co11tr.1rcu.Jos, ao me,nuo tewpo a lei da vida cm gerJI e a da vida <lo homem cm particular. , • 1J; eis que e•ta fo lsa doutrina, depois de ter– sub tituido h con::epçaC' da vida completa do homem 1 d1.: rn vida J e que elle tem cousciencia, pelo que della \'CIUos, quer dizer, p~la existen– cia animal, põc-ee l\ estudar estas manifestações vísiveis, primeiro no holl'.)em como animal, de– pois no~ auimaes ew geral, nas plantas, emfim na mati."Ía,. ~ 1 ·tr:.i 1·rn d:.i COfütantel,TJente com isso que é a vid 'l , : ue est,udamos e não algumas das sua man fl'staç·-ÕllS sómente. Poucu ~ 1 ,., u,;0 c.squt!ccm o erro primordial, qué con íste om tomar a parte pelo todo, e se eonvcoccru completamente de que o estudo das proprieu:,des vi,-ivd.s da ?ma~ena das p~a11tas e dos ao imaes ó o estudo da vida, desta vida que o hoI.Ucm 6 reoouhecc na -su~ conscíeocia. .A. perfuração das montanhas, as viagens ú. volta do mundo, -a electricidacle, o microscopio, o telephone, a guerra, o pnrlameneo, a philao– tropia, a lucta dos pa rtidos, as uni vcr~idades, as .ociedad es scientificas, os museus, não é i. to a vida? Toda a actividacle febril e complicada dos homens com o seu commereio, as suas guerras, as suas vias de communica~ão, não é o ma.i <ln~ 'é!Z~s sinfio a ogitaçiio insensat:a da mult idão r1ue se precipi ta ê opprime no limiar da vicia. • Daq ui a a_li!uns seculos, a historia do fllle chrunn.mos· a nctivida d\) scicutifica do nos:lr fii. moso tempo ·crá materia -fecunda de hilaricl:1dc e de pi edade para as gerações futura:·. Durante mni to' seculos, dirfto, os sabios de uma p· rto accidental do grande cont lnente achavam be ciu um estado de J emeocia epidemica: litna" JD:1 v,nn possuir uma viua eterna de beattitude "e occu– pavam-sc ~m di versas elncubrações tendo por fim pl'ecisar; como, por(1ue leis esta vida se realisará l a rJ. ellea, sem j,~mais ellcs ~·azcr~m cousa. _alguum• nem se preoccupare111 do que haven a a fazer para ruelhordr a sua vida par– ticular. E o qur. parecerá, aiudn mais :if:Hi,;tivo ao historiad,1 fnturo:-é q?e ha de achar que e~te grupo lf mano trnha tido um mestre que lhe ti nh a 0n~iuado re;rras simples e clams, pre– cisando e tl e tiuhnm a· fazei· parn tornar a ~ua vi do feliz. t! q11tJ as palavra · <lc ·te mcs:rc tinham s~d'., cnrn UJCntadas por, uns, no seu.tido de que \'t !'IH liUbr,, lll~a nuvem or;wni ar tudo, p11r ontro.- ,ln <1uc as palarrns <le te ni'éstrc ·ão ad– ru ir,1v is uns p•i uco pratica:, porque n vich hu– ro 1on 1,lio lÍ tal qual a.concebemos ·e, por con– segui nte. JJ;io va le a pena occupar-nos d,-,lla; quanto a razi.io humana-deve conccutrnr-~e no c~ttlllo da,; h·is Jrsta \'ida-sem se preocu- par <lu b-,m <le cada homem. · Quando nno compreheudomo que o bem e n vida consist-em n'e~ta submi.são, quamhi fa . zcmos coosi t.ir o bem e :l vida iin individnali– dade animal, privamo nos do vtJrdad .i rQ bem e d.1 verd11deira vida e snb tituiwos lh s a cxis– tencia da no ·Sa activi<lade auim~l n n,, f,. i ide– pendente de nós e que, por cG11s1;p:ui o e. não póde ser n uoasa \'Ífh. Só n'cste II!Ol'imento pro;:trC'•iaivo qu,, l'rocu– ra o bem pela submi ·ão {1 r, 17.ii' I, ..!'tll~- lc a vida humanu. Sem est,;1 prc•gre :;ão 11:.i ulnu i ;-~o, a vida hnruaoa segue a· dna · diretr·ões visireis da. dnraçüo o da"exteusão e uú1J é 1'uais do riue a existeocia. Quando tem loi?;:tr este movin:nnto m,cendentc, quer _dizer, cst-:1 s~bmi ão progr..:.,siva !í, raziio, estabcl~ce-~ uma rçla çilo entr.} ,,.-;tas du as for– ças de um laJo e urna terceira '1•> ()ntro. e }'fO · <luz -sc 1 sco-uado a r. ulta ntc das f; m,:a , Ulll mo • virncnto maior ou menor qnu ele l'a a cxistearia do homcw nas rcgiõc da vida. 'rodos os raciocinios <lo mun rlo seriam i n– capaze8 de occultar ao homem esta ven1áde evi– deatc e iw:lisc:utivcl, n . abcr- rpte a ,· ua exi . • tencia individual é qualquer c,1u. :, 'lue morre; riu e teu de. a morrer -e que, por- rons('!!lÜHt<•, a vjda niio pôde residir 11 'c~ta -i11di••; l\•.ili !;"10. 1 O homem não póde deixar de l't'Cl•nh cer qu e a existcn<;ia <la sua in liridu ,lill:uL•. a p1.r– tir do nn~<;iménto e dn iofü m i-1':,tr ú vdlti,l! á morte, nrw é outrn cou~:, scu•t<J 11m di r ml'er coutiono e um diminuir ll' · ·L.t ;1J,!:,idu:..liclarl, que fl\tnlnrnut.c tei-rnina pPlú ~11ff1;,u,· nt<1 e i' ,•fa mor te.- Por coosc;;uiate, :1. 1.:"11,C'Í-'lkÍ3 de 'tu ' a sua vida reaidc na individualiJa<l,• <fili} en·cc•rr,t om si o dc8cjo <l creseime11t,i l! dtl inrlc tructi– bilidade e a a piração ao bem nito pódc , er mai do que umn eontraJioção inc0~~antc. E ste <'Fitfl<lo de erro, é, porém,~ transitorio na Qualquer que ·ej a O verdadeiro hcirt Jo hn- hum~ni,la_de_e no individuo, porri ue breve, por ro em dev, forí,:OS:1mentc rom,nci, 1 r :,o l,em d.t uma IIT<-' bt1v2l cvolu ~,rw, a. r,rião lhe indica indi vidualidade auima l; e ,•Rt , Mtu nei" é ._ t-ei nova Yi í " lhe rcYela a verd!1dcira vida. Quando da vida humana. Si e ta Jci não se cum1Jre li – o homem obs<:)· vou que ns outrns individuali- vremente m,rnifcstando-Ro pr,la subt0 i· ilo ,, da dn_s sito d I mesma natures:t ')Ue clle, que os consciencia reflcctidn, eumpr••-se {i (orça cm soffnmcntuR o amea\:,am, r, ne a sua c:xistcucia é d 1 1 t 1 d •1. ] , ca a 1otu elll pe a mor e caron o 8Ptt. amma , uma morto lenta, quando a cooscicnoinrcflcctida quaudo,-vergtido :u, pr~o dos ;;ofl\·im t.>nto,, a:\O produziu a. deoompooiçüo <la. oxisteneia dn. sua deseja mais do .que uma CPURJ : livrar-so do i~divicl ?alid~dc: ~ntãn_ não pódc mais pôr a sua sentimento doloro.,o da ~na ínrlil i ltt,diJ 111v r uc v1Ja u lH.1_ 1L1d1nuualtdarlo etu dcçompo'sição, morre e pa . rtr a urna outrn fürnn d-' exÍ"t?J1l'Ía, deve forço. ameote pol-a o'c.,ta nova vida que P ensa-se O diz HC ordi 11 :niarnenk , 1 uc a. re- se abre <leantr. <lc si. nuncia no bem indi vidual é um :i..:to ,l h rui. • A vcrJndeira vid:1 elo homem que se maoi- mo e uma acc;,:lo meritoria..A reuu1wit1 no bum fe. ta na rch~f10 cntr.:! a sun. conscicncia refie- imli vidunl não é n .m um ,1 ac,;il11 111l'ritorin, tH'm ctid,1 e a blta <'Ousc:icnci·1 n11 imal, nã0 :q{parece um acto de heroitiwo, 6 uma cundít;ào lll'Ct ,a– senão quan ,]o rcrJUuci·Lno li0m da individunli- ria da Yi<la ~o horncru. Ao wc~u.10 h'rul'o 11ue dadc anima l. Ora, l'Qta r,·11u r1Pia KÓ tem lo(l'ar o homAm se conheec COlll'> iuui\'iilnalid:Hlc J i, – qu·,nclo a cou. ci<'ncia refl ect iJa desperta. Mas tinota do mundo in oiro. <'Ollhliet) t:nubcm as o que é a c 11 n~<:icnda rêflcctida? · 1 outras indiviJualidadt'~, Ó hi;o qne as une P•1trn O cu ·,rng;t:lho de ,~. ,Jo:10 diz que O Verbo i si; vê a ill u 0 ,1o do bem indiviJll'tl e a realida du "Logus" (L,1gos, quer dizer razão, sabedoria do unico bem ' paz de s,tt isfaz•)l' ,, ua cons<·i- Verbo) é o principio, que t11do r" tó. n'ellc e pro'. encia refl ectida. cede _d'elle; por co~scguint~, a ra zão, 0 que de- O homem não pódc rkixar de reconhecer o termrnn tudo o mms, nã() pode de fórma al"'um:\ que renunciar progrtissivam .uto :'~ ~u1 prop l'i;, ser defenida. "' individualidade e de.~lflcal' o fi nr dH sua propl'ia O erro orclinario ela vjcla consi te cw tomar· actividade. emprega ndo-a cm bl!lJl:fic io do~ cs, mos pela vida humana a submissão do nosso tranhos, é () que con.,titu u pr grc o ela hurua- corpo (L sua lei, submissão visível, mas que não nidade e <l os seres vivo,; qu e mi\1 o npproxi- é pro.duzida por nú , emf(unnto•que osta lei do mam do homem. · nosso corpo se effectua n'clle, de uma m:meira. A hiftoria prova-nos, de uma mau >ira jrre– tão inconsciente como na arrnre no mineral no fntavtil, que o ~ ovimento da vi,h r u ~,;1ral não corpo celbeoL~- Mas a lei da no"8a vida, quei'. di- consiste na recrudescenci11 no augm,rn to da zer, a su missão <lo no:iso corpo (~ razão é urua lqcta dos Acre.. , m~s pelo 'c·ontra rio n:l dimin ni– lei invisível, que u;lc podemos ver porque ainda çM da di!!Cordia, no . eorraq n,1citneato da lueta, não se effectuou, mas est,'L em via de ser etfe, e que :i yida não progride sin.ão qualltfo o UJUO · ctuada por u6s em noSRa vida. 86 no cumpri- do, submctt.eodo-ae á razão, pn.">Sa d,i di ·oordia mcnto -d'esta lei, na. submissão da nossa m tu- e da inimisade ;-\ conc01·dia, é ,í; nnião. resa animal ú, lei da raza-0, com o fim de alcan- çar o bem consiatc a vi•la. " ( Continúa)

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0