Diário Official 1894 - Janeiro
• Terça fe ira, 16 M8. 1::raw-re-+ conhecem as necessidades do offi c:io, c tentam, p cloe meios da sciencia, remediai.as em provei– te de todos. Os resultados cxpcrimentaes da estação, offe. -recidtis aos olhos, e explicados :'í. intelligencia .de todos os i nt.eressqdos, tornam-se então em uma csc:ola de exemplos e ~e factos, que cada um nfto tem siuão a copiar mais ou menos fi. cimente, em maior ou rnenor escala, conforme as suas e peciacs circumstancias. Sh:vcmo-nos de alguns exemplos para d1::bu. xar beiu ao vivo a utilidade de tas in tituiçõe . A pri meira ncccs idade da nossa ag ricultu ra, e esta é .rcral a todas as localidades, é a falta ôe ad ubos para ns terras que andam em amanho de cereal:S e pra<la l'in.-Como se arranjarão adubos baratos, em cada. localidade cu1e supprnm .a fal ta. dos estrumes e levantem o rendimento liquido das colheitas ? E is um grande problema. proposto, eco nomico e social ao mcswo tempo. Os ensaios r•xperimentaes das estações mos– traram de que modo as cou as mais vis, e que geralmente se desprezam, podem ser matcrias fertilisa ntes. Como, por meio de cfr tos a.l'tificios, .se podem preparar adubos baratissimos. De que arte cmfim., emprega ndo pouco estrume, se po• <lerá cbggar n augmentar-lhc a rna acção e até a sua quantidade. · Ora, .-e sómen.tc com e te en -aió , acccitos e divulgados pelo paiz; as noasas colheita ·, de cereae chi>g:uem a dar mai trçs ou quat1·0 se– mente., o que uão é uem um milagre, nós 1:e– rnmos s6 com isto produzido uru terr;o· mais de t rigo, q1:l'C no salvará çla importaçrt0 deete ce– Teal, que somos obrigado· a faz,,r de ouh·os oaizes, e que monta a som ma annuaJ de... ... · 2.000:000 .000. ' .. De:tJ ~s, porem, que só uma dccima parte da população agrirola acceita nquelles ensaios e tira aquellc bene/i cio de rend4nento; ainda a im 300:000 anuua~s, gu,nho · a m,iis em trigo, lw8t:;rão I para. mostrar que as estações expcrimcntaes não &\u uma fri rnlidadc. Todos lastimam r1ue qua~i metade do uosso territorio esteja por agricultar. Todos veém que h a de ser por um podera o impulso dado á extensão e á intensidade da cultura, <-1ue havc- . m?s dê augmentar a pop~llação e ª. riq ue~L pu – blica, fortalecer e desafogar as 111 lustr1as e pagar com o produoto dc-sta maior actividade nacion/11 os cn.carp:~s. fin aocciso que po. H·ouxe esta febre dP- c1v-ihsação contagiaJ a pelas ten– denci,1s J o secu)o e _pelos capitacs estrangeiro.·. Ias uma J:1. pnmc11·as coudiçõcs pílrà rotear e mettcr ú eon ta de terra la \' rauia os inoumeros bravios do r ,;ino é. saber como se ha do aese"U· • rar a ua producti~·idade, isto 6, ter os mcios dQ eb thesourar nesses bravios o alillJent o de q ue se hão de fabricar colh eitaR. Ora., si as estações mo. trarem qnc ha recur– sos e baratos, não só de au!.(tn entar a fertilidade d11s terras cultivadas, mas~ainda de obter i"ual fertilidade pura as tern,s abn.ndonadus o l~cro que reverterú para maesa. da ri queza 'particu– lar e publica ser {~ enorme. Os nossos viabos são a nosBa primoira ri• queza ap:ricola. Mas nós nflO temos ainda meta• de da vinha que se póde e deve plantar. E não se generalisa. m:11s a plat1 tação da vinha, por– que os nooSos v~uhos (fal_lamos dos viuhos com- muns) , não obtiveram amda a venda lar c segura nos diversos mer_cados eatqngeiros. . Muitas causas e de d1verl:las ordens, explicam esta apatlúa. Ma~ uma d'cllas talvez a primeira é que os no sos vinhos_ çorumu ns snh cm ca ros 'de fabrico, e pouco ~ohdos p1ra atuntrem via– geu~ de longo curso,-ou armazenaP;ens demo- radas. - DIARIO OFF_ICIAL - A expansão commcr cial d, este geuero, e poi:· conseq uenoia a cxpa n. ão da sua cul tura est:10, portanto, essencialmente ligadas aos proces.~os de cultivar a vinha i,:a cionaes e de vinifi car mais perfeitos e mais econoróico~. Ora, si as estJ ções mostrar.cm (IS syst.emas de plantar , de estrumar ,· de cavar , de podar , de governar , emfim, as vi– ~bas devem produzir mais e mel hores u vas e vinhos. Si d ias exempli fi car em a u.rte de preparar e organisdr vit1hos sãos, de distillm: aguardente boas e abunda ntes, e tudo isto u vas, vinhos e distillados por um quarto a um terço meno . do custo elo fabrico actual, com que vantagem não poderão este productos concon:er com o seus similares nos mc~,ados estrangeiros ? Os nossos :1zeit<'s são outro producto que até • ...aqui quasi nã<>tem tido outra sabida, senão no mercado int,erno, ~ ao pouco que vae para fóra dá,.se. Jhe o destino._que compete aos oleos infe– ri res, ill uminação, untura e ~aboaria. Mas, si os processos de cultura. d:i. oliveira, ~ os do fabricoi o azeite apurarem e afin arem este producto de J aneira a compefir ,c011 o melhor es trangeiro, os nosso azeite' hão de ser pedidos pa– ra o usos <fbario. ,merecerão mais elevadu preço, e esta procura rexgirá favoravelmente sobre a dilatação do plantio da oliveira cm terrenos proprissimos a ella, que ahi estão ve tidos de mattagal para no:=:sa verg(\nha - P ôclem as estaçõ s a.,grícolas iniciar e convi – clar a este melhoramento agricola ? O mesmo que hão ele fa zer em favor ·das Yiohas e dos vinhos. Os no"sos gados são outra grande riqueza agrícola, o vace;um especialmente e j{L de ha aonos obj_ecto e exportação atteodivel. Mas a criação e engorda do gado é por cm– quanto previlegio das provinci,cs, cuj o clima mais humido _proporciona por isso maior fartura de alimentação verde. A:hi,mb mo, porém, n'es– sa x:egiilo gauadeirn por exceJicncia, o n.ilh o a iRdustria do ga do_grosso lucta com a fa lta de adubos par::t as terras, E' a favor .do matto roçada nos incultos. e dos estrumes marinhos que 010 prados de Min.ho, de h erva molar, asevem e outras her vas aO'uen– ls'lm aquella exportação. Comprebende, e 0 qne si é neccssario trr de bravio para supplemcnto do estrume ordi nario quasi tanta terra como a que anda amanhada, a cri_acll.o e e1worda cio d . , o ga o a pouco mais poder á subir. .E' ainda o emprego de adubos artificiàe. in– culcado pelas cstaçõ,!s que•póde p6 r o Minho em circnm -tancia. de dPsbra'.ar a t,errn inçul ta sem prejuizo <la cult ivada, o al:ij'gar d'este m0do a iodu tria Jo ga lo briviu o. . Nas provincias do, ui, a menor ap~ diio for– raginosa por falta de humidade ua Cl:ltação que~te torna a producção do gado restrictn e contrngeute. E' aqui que- as e3tações tee que xercer a propaganda das irrjgações e do aproveita– me~to das agua~,-que aprese ntar espccies fo 1•. rag1n?sas p~opnas. das terras sequcir ,- que combrnar a rndu trm da engorda com a da distil– laça.o das raizes sacha~inas e nmylacea1:1,- que mos~rar o melhor partido que só póde tira\' dos pastos arboreos e dos fructos seccos na es– ta çll.O dos ~alares, e muitas outras providet1cias tendentes a precaver o criador dos contra-tem- pos do clima o da!< e taçõe~ . , Em volta deste_ e_de outros gr andes melho– ramento que aqu~ 01tamoil de leve, promovidos pelas est.açõos agn colas, acode umi infinidade de_cousa.s especiaes, qual dellas de maior pro• ve1to para uns º:1 pai-a outros agricultores, e em q ue as estagues podem prestnr utilitj~imos .. Janeiro-1894, 83 j)tb íPl4í-~ ~ - ser viçoi:. Será. para ella, está fun cção, um• e . pecie de serviço de banco, ruiudo, particular, mas que não ser á menos util que o primei ro. Agora é uma a11alyse de t erras p:ua se aber qúal a adubo artifi1ial que IJ:ia ser:\ mais pr- • prio. Depois é um p1ano de nnifica~ii.o no intento de fabricar vinho. com certo dote para .em– barque ou con;-um.o. Aqui é um tratamento q~e é mister fazer • um 'Vinho eru risc.-o de se perdor. Alli pede<e uma iilanta de drenagem- um modelo ele apparelh o di tillatorio- de urua pren a de vinho- um plano para um ·tabu- lo--etc. • Analys - plano - mode!os- exat?es com: · lhos- expcriencias-feità.~ e da fa s :1 ~elido dos particular es e mediante uma modesta retri– buição, to~narão _as estações agricola de uma utilidade mais directa áos lan·adores. cada um dos quaes depoi::; de apro...-eita1" o q~e é feito para todos, encontrar-i neHas auxilio e refugio ÚE suas necessidades e embaraços pa rticúlares. Em vista deste esboço do que.são aR estaçü~ agricolas experimeutaes, pa rece-nos que bem poucas pe, oa. deixarão de as louvar e de~cjar, P ela no ~a parte estamos firm ernrnte_ crente que é e ta a fúrrua de espalhar o en ·mo d:1s noYa cou as da . cienci.i. agri ola cc,m llleU<Jl' r elnctanüia da parte '<los 1:1 rra-lor, ·s 1 uão lidos, -c com toda a curiosa . yrnpathia do<1 que 6. •ão. A uu.s e a outros falia - u !lo sou inter •-se im– mediato, e ua li n~ua~cm qu e n,·m aborrece pelas alt uras do raüocínio, neru Jcix.tt duvi•fas . ao mi!nos atilado, porque é a linguagem desen– feitada, mas positiva dos fart.os , eloquente e persuaai va na sua propria mu dez. A Allemanh a, em que se cot1tam já, mui s de tas instituições agricolas, tem tir.\do gran~e partido dellas. , São as associações agricob. rcgiouaes que ª" tem estabelecido, e como que á porfi a ~B v-.Jo multiplicando e compleb!rndo rlc nono par:. anuo.-Neste paiz, assi m como cm Franç.,, onde já ponetraram , as e.<itaçõe ,agricolns csp . ri mentaes tecm sobretudo por fi.m rc, ol vcr certos problemas da cri~ç-ão das .pl:i nt.as e do!! gado sob o pontg, de vu,ta do adwn~amen~o da sciencia ao1'Ícola, (\ qual se à:L depo1 ma1 tfu rneno appli ençflO lo<>.a l. • As nos as c.<;lat;õllrl e ·pn·i1Ucntacs d v~m -egu ir o r nmo opposto, i to é,_ coi110çar pela--i applicac;ue , e tirar destas dcpo1 ·_o 11uo nellas s€ comprehendcr de novo e _dou_tnal que ~!1"61.1. au"'mentar ou adfantar a sc1eucia . Êncurta• e ns im o cnmiull(l, e a scicmci:.. nilo fica menos ~olilh, por s0r baseada sobre o– pToveito prHtico nntRri~r1! 1.en te alcnu. ado. O tado da nosila e1vih,mçào agT1cola, e lll• pnrado com a daquc!J~1a naçqcs dieta nos ~ marcha como a prefen vel, pcn:quc temos mu ~ scieucia alheia que ignonnno. , a pôr em obra: e porque ignorando o q~e ? outros sa_bern, mal podcremcs criar a smonmn f!Ue clles 1gm:i, ram. O no o estaJ o cconomico nt6 permitte. 011 menO!l fazer sciencia agricola 1ue a proveim.r om bem da nossa ri<Jurza publica a quo es~ feita; e que entre nós qu:i~i nfio tem pa do de palavra fnllada on e cripta. E' iempo e 6 urge~te_ passar cl~::, dout rinns ás appli a<;ões do rac1ocm10 ó. a~çao, das idéat1 {t cousa . Temes talvez esbanjado o tempo e a fui-ç:\ viva a discr tear em muita cousa frivo)a e es– toril. l ~stamo quasi todos foito ·or adorea-a:ca demicos-Ciceros, Qu intilliano:-c [ pro ruudos h omens de estado; e entr o\.\\nto a núo do a.~a
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