Diário Official 1894 - Janeiro

DIARlO OFFICIAL Ja neiro-, S94 da epo~h a aclu al: Na collecção de _ornamentos sobretudo l2 ncont r;;xam obJe<:tos que por pouco usuaes são de gran~ mc!'ecimen to parn o estudo dos babitos <lestas trihus ; esta !0llecção_era bast ante variada . · A collcr·eto do Rio-Grande do 'ul compunha-se de tres ,colle ·ções pru·li cµl ares, e t õdas constavam de alguns vasos fu– nerar-ios ou não, todos ·antigos, ou de instrumentos de ped ra; nilo eram collecç.ões uumer osas, mús t iuham obj ectos in ter.es – sálltes. A collecçM· do CeaTá era m uito pequen a, constava de al– ~llllS rna"had os de pedra a n tigos e de, a lguns artefactos de vi.me e fi bras usados no inter ior dos ser tões . O Mu ze u N"aciona! do R io, ma ndou uma collecção mun e– rosa de in tnu.nen tos antigos de p·edrr, ele grande vaJor pela raridade e pelo aux ilio qu , podem dar ao estudo dà hi s tori a da civiJi:::: ação daF. raças ind igenas em epochas mu ito r emotas, entretanto esta coll ecçã o comparad a com a_s que apresenta'ram varias repub1icas do Sul e i\'orte da Arnerica, offerecia pouca variedade quanto as formas e applicações da p edra n 'aquellas epochas, e forçosamente esta fa lta deve se-r at tribuida a pouco estudo e empenho em as iirocurar , p ois que os indios que ,ap– plicavam a pedra em machados, pi lões, etc., forçosamente a de- em tér applicado em armas como facas d~ pedra lascada, pontas de fl echa e de lança, isto .po rém nã.o se en contra....-a na e~l1ecçã-o do ~1uzeu :Nac::ional. A verdade porém des ta minh"– p r,oposiçl'.í.o é demonstrada por u ma ponta de lan ça e outra de flecha _que exist iam n as pequenas collecções do Rio-Grande do ul. A collecção porém de vasos e -urnas ' fu ner arias do :Muzeu Naci onal, assim como de alguns utencilios antigos,quas i ledos exhuma dos nos mowuls da Ilha de Ma.raj ó foi esplen did a, primando en tre tudo um rnso de 1m,20 de altura e 1º',O de largurü, <le b arro e ncarnado ornado. exteriormente com r ele– -ios a côrcs bran ca e p réta , com flo rões e orn atos que o tor– mrrnm n o dizer d os e ntendidos um exemplar un ico pela s ua lclleza n as collêcções elos diffe ren tes muzcus, que se oCcupatn d::t cera rnica indígena. A collecçao do Pará quant9 a vestimen tas, ornatos e ar– mas, era muito atlrah ente ; as ves ti mentas de fib ras, por des– usad.. l!:> chamavam a curi osirlade,.ass im comõ as a rmas que apre entou , desde a Bruta l lan ça dos Gayiões até as orname n– lB:da 1.llas. as dos Uaupé-s., mas onde ell a riYalisou com o que apre entara o Muz~m 1 a cional, foi nas diversas um as exhu – matlas nos ccmileri os indigenns c:lc :;\fo rajó, e n ã o só n estas oorno na collecçllo de pequenos oh_jertos en contrados n 'esses 111 uw,r!1, o u nos Joga res du antigas Tnb((,s. os quaes 1Jos da vam _nfi.o um {;onh ccimento compl eto dos h ahitos, e t alvez mes – mo ~us crenças e ôrigcns d' essas raças l'i xti nctas dos nossos eLo:1gencs, ao.me nos o bastan te pa·ra v ermittir q ue no vasto ~nJuncto de analogac:; expos ições ele di ffe r entes n ações ame– ncana1; do Sul e Norte, se notassem sal ien tes analogias , e niesm_o semelhanças taes que era licit.o Ru:;peitar log icamen te uma hgaçilo ou t alvez fili açn.o e ntre cl!as ,c qu e se denuncia va m pela emelhança daR materi as primas cmpr<'g-adas, das formas, d-J flrn~rnen tações ,e pintu rns, ana!O!:ri as qu e ainda se torn a– va~ mais sensíveis, quand o viamas na sécção do Mex ico um arhst~ in?igPnn, fazando na con fecção de urnas, vasos, figtlr us que a vi ta do publico rnt,ldava, uso dos mesmos processos d~ ornamentação pela superposição de camadas de ditfer entes ' cores_ como se observa nos antigo. vas os cios cemiteri os de ~ araJó, nos de Cosla Ri ca, e di ver sos Estado~ ( a Un ião Ame– r~ana; sendo para lamentar que estes nossos vas tos r epos ito- os de ~le.rnenlos pa ra os estudos d~ anthropologia e h istoria, cwio sa.o os de Pacova l, Sanhari:1.0, Cuieiras, Ilha das Panellas, & mahuma no Ma raj ó e outros cer ca de Santar ém, Alter do ~~o e costa rlo Amazonas junto ao Jat·y, estejam desde os anhg~s . tempos ab ertos á estupida e in teresseira curiosidade dos v1s1tantes na maior pa!'te cu idando de tirar estas reliquias J»tra as venderem, sem que uma pen alidade severa lhes cm- =_ . os actos de vandalismo n 'aqu.ellas nccropoles dos pri– ~1livos bratileiros. _As formas anth roponiorphas de mnitos n'lsos, a forma phaI1ca de outros, a semelhança dos ornam~ntos de seus ido- ~--«-: , ~2,1e::r::• · ~ los com os dos idolos egypcios, tudo con col'ria p:u ·a qu e esta secção ela Expos içrw B razi leira ch amasse a a !.L nção d s es tu– diosos que por muitas vezes se d irigiam a. fl:l.j.m ped indo Íll– formações , ás quae~ eu só podia r es pon Je r, ta n to quanto me permittam os m ns poucos conhecimen to destas sei c n,: ias fi\o attractiva . Mas ainda es ta coll ccçn.o era, corno a lo Rio, po– bre em ins trumentos de ped ra elos 4uaes ,npênas a presentaYn alguns machados e nacla de ponta de peclra p ara us flec has , para as lanças, nada de pedra lascadas, nem c.wadus ou ari:e– dondaclas como se cneôn tram no Rio- Grande do ~ui e Puta– ná e mesmo no Espirilo; Santo. Com as c0llecções q ue o Es laclo cómprou e mandou X'– humar tem o P ará u nút exccll ente occas ião para com no o,; ex.forços, cr ear gradualruentc um . Muzen que nes ta pa ri.e po– dia crescer r apidamente, para ísso bas ta ri a uu, local vas to um bom prep arador e um na turalista direclor qu e es tuclQ ·p •com amor pela scien cia, eqibora eil a lhe dés e os m eios cl1 viver . Fa ll andó fran camente no ~ stado n ão conheço qncn! possa cabalmonte desempenhar um tal Jogar. embora com esla m inha prop,os ição soffra o nosso cha uvinis rrro so me ( permitlida es ta expressão. E ji nã o é cedo pa ra que nos oc– cupemos dis to pois que os eemiteri os indígenas tem s ido devastad& , e em pou).:o não poder~mos reun ir os e lemen to. pará conhecer a his toria d 'esses povos extinolos dos quacs :1 continuar o nosso dcs1:_uido, poderemos di zer o qu e fl is. e nm poeta ingll t a respc ilo ' de nm lumulo j á sem inscr ip~ão.– «Mais um que escr eveu se u nome na agua:n- Por de o1ajs longo já es t.:'i es te rela to rio, mas invo luula– riamente me deixo le va i· pela impre ·sões qQe em mim d :=: – pcd.aram as con tinuas comparações que :,-íe Yia forç ado a. fa · zer entre o nosso paiz e· ou tros que all i se a.cha van1, e embora se r cfira -ell e especialmeú te ao P ar ~ não posso le rn1in a.l-o sem fa ll a r <le duas ,·i~tori as qu e alcançott o B razil; refiro-me a secção á e Bell as Artes e ao P av ilhão Brazil eiro. N' esta sccça.o apresen tamos 06 tell as e tres oh ras de P~– culptura em marmore. Ai nossa melhor ob ra da escul plura , o grupo do Chr isto ~ a ad 6ltera, n ão Qhteve premio, poi es tava .hors cunc111.m ; pelos p remios quo a lcançou cm outt as exposi– ções e porque ,o seu a uctor H.. Bernarcl elli se ndo um elo · membros do jury j u lgou ' que n ão devia con correr. As d is ti ncções qu e ~e alcan çarnm e mais do que cll a.- n valor real dos quml ros, algun. <l os quaes no jnry all-an çnmm quas i unan imidade el e ....-0to. , deram~ prova que da Expos iç:io de P a ris de 1889 g.té hoje, temo · progredirl o, nn.o só n o nu– m ero de a rti s tas eomo no rn er itfi) das produ cções. . Quanto ao nosso Pavilhilo plan ea do e e xecu ta,lo lodo pelo rio~so c-ompa tri(') l11, o T en entc-Co rôn el Souza Ag-ni:u· , nw- · r eccu, pcl::t op inião ela impren;;a , µe los liY1·0s puhhca,los so– br e a Exposiçilü, p€lo consei;iso geral elos -ri ~itan l:e:·; o pri– meiro Iogar cn l.r e o pa vil hõe,:; extrange iros le van tados c fll Jackson Pa rk, opi ni ão esta confirmrLda, pelo jury dos p remios q ue unan imemente o propoz a premio. De dous andar es , eompo to de 4 corpos ligado · por Utll • 5.º ce n lral ao lJLl ~l cor:1·r:5pondia uma _arrojacla cupoJa, _e ra oc~ cuP,ado o andar mfenor- pela expos ição rle J .200 van cd~des de café em bellis. imos v~dros, " por etega.ntes vasos de flore : o ~-º andar era o rnamen tado, p1•los melhores quadros da no ·sa ga)eri a de p in turas e po r bcllissimos moveis .es tofados, do· ·gua~s a iuda. .cl'a augmcntado o b rilho por elegantes vasos de ílô res e lindos cor tinados que _faziam com suns côr es al8grcs sobresahi r ~ côres mnis severas das tapessarias, e com. pra– zer ouvia c u r epeli r por milhares de visitantes o clog10 do Brazil q ue era desconh ecido de--mnitos até esse mo1"QeTito, e que por estr genero de propaganda pela vis ta se lhe tornava familiar. , Um outro g·enero de propngand:( para nós de grande im-· portancia para o n osso principal product.o, fo i feito em um peq ueno pav il hllD de madeira prox imo-ao grande p~v!lha.o;fh.llo da dis tribuiçnct gratu itn de chav-c nas de café aos v_1s1tan tes da Exposição desde a l h ora até as 4 da tarde, suh1!1rlo rle 3 a 4 mi l r,hicaras forn ecidas diariam ente. f::ra n ecessal'IO esta pro– paganda n il.O ~ó porque o nosoo café •q uasi t6do é ven<lido nl-l

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