Diário Official 1894 - Janeiro
Quinta- feira, 1 r =:___ en::ac:r::sa-ws.:rncz,. e:,- ,queEtion:ivelmente os groenlnndezcs entrado p elo estreito de Bclle-ll e até a bahia de S. Lou– renço, sendo talrnz o estreito o que elles toma– ram por uru rio, e a ba hia pelo ruui piscoso la,;o, -O que não é muito para atlmi rar, quando 500 .annos depois, nautas' como Aru~rico Vespucio tQmava Ul t.a rubcoi por um rio, e como tal de– •nomin:w·nu a formo issima bahia da Guannbara. E acccitanuo es a hypothese, a. ~im como a de erem as tcrrn exploradas Nova Brunswick e Nova E sco:::Hia, temus por bem explicado o en– t husiasmu q ue aquell s atn:vidos navegado – r es sentiram díla uté das füirc~tas selvagens ele -erable , freichos, pinheiros, olmos e alamos, ,que n'aquelle tempo, mn.is que hoj e forma– vam um teeto emmaranhado de gulho ~e ver – dura. E ainda que .a Terra Nova ( H elleland , como a chamara m) seja arida é aitreste, ainda que nio se a po ·a comparar, sob o ponto de vista vegetativo, com aquellas outras ( ' inland e · Markland), p:1ra qu'cm recordar-se que Biorn e Leif estavam apen/tS acostumados a ver, em vez de fl orestas, disseminadas betulas de -quatro a cinco pnlmos no maior crescimento, ou ama– 'crclhtdo mu,;gu; em vez da galas da natureza .agulhas ~raniticas a penetn1 rem -o céo por en– .tre as brumas, djsformes phocas mergulh ando á'qui e alli, perto dos alcantis d1 costa, urso11 b rancoa de alcatfa ás phoeas ·obre pedregulhos dé gelo, e raposas azues cohita ndo astucins para. attrahir oJ~uma pobre ave- cles~nrrada para sua .alimenta.,Ção. g• m~is que jttStificavel o haverem elle:; tamberu eh, ·ifi cado coruo fertil a Terra OV,. Port:rnto; quando cm 1-.197 Sebastião Caboto suppoz ter pehL primeira vez deparado com essa ilha tão util enf;anava- ·e. assim coruo enga nara• e Colombo pe~~ando sm: o primeiro q~e vira :a A merica, a sim como enganara-se l3artholo– meu Dii1s,j ul,u-ando er o primeiro que p·assnra. -0 Cabo da Bõa Esperança, a. · 11.1 corno enga– nara.se Cn.bral, acreditaudo er o primeiro que a trave.,:sara o mar pnra vir a ton a da San ta Cruz; sem que por r.stc facto devam ticar em– murcheoiclos os lour,)s com que • a posteridade adornou-Ih"' as fronte ·, em premio de seus ser- viços e fadig;as. , E serii,m Ós scandi ua vos os primeiros ldcsco– bridtires da A.mcri ca? E' quest;lO c, ta q ue _adea nte examinarémos, restando- no pllr a~ora para comprovar a vi nda ao nosso contiincnte, d'esscs triões a q uem o mundo tanto deve, accrescentar que coube ao il– lustre areh.:olo"o di namarquez Carlos Chri, tiano R afn .a gloria de encontrar documentos insn11- • peitos. Em uma nota do ,VI volume da gcograpbia de l\Ialte-Brun 1 pagmas 112, lê-se o seo-uinte : «O registro de ilo ( Niles rr:gister) de no– vembro de 1828 dá noticia da pesquizns d o sr. R afn , de Oopenha1;ue, sobre as viagens empre– h eodidas ao norte da t\.mcrica pelos habitantes do norte da E uropa, antes da epocha de Co– lombo. Foi em 985 que a costa do novo continente foi descoberta pela primeira vez por Biarkc Herj ullóon; porém cllc não abordou -a. Qqinze a vinte annos mais ,tarde teve Jogar a expedição do Leit'. Thorfiot\ E:asbefeue succedeu & este u ltimo : de seu füh o Snorre, que nasceii na Ame l'ioa, dei,cPndiam, da segunda e da t erccira gera – ç~, os celebres biRpo. de Isla ndia. Thorlak Birorne e Brand; e, _na oitava geraçao o j uiz H ánh, autor d e vai1ofi sagclJl, e que vivia no decimo se~undo seculo e no principio do aecimo terceiro. -O sr. R afn p1·ova em seu frabalho que a principal escala doi naveaantes scandinavos DIARIO OFFICIAL era a foz do rio S. Lourenço, qw:e a bahia de Gaspe era o ponto de reuntão mais ~on hecido; ma que ell es j á tinbnm conhecimento ~a costa muito mais para o sul e mesmo até as Caroli– - -Janeiro- 18~4, S 1 1n:F«S:MR T♦Q::'1:i:1:!M't r+c«:::M:Wf ,. Irr.i adeante. n11 . Qnanto ao mais, a realidade daR descober – tas, fcitaR pelos antigos scandina.vos na. k me• ri<;a, é confi rmada por um monumento ·d()_qual Rafo assignalpu a existeucia : é umi: pedra ru– nica achada em 1824 na costa occidental da Groenland ia, aos 73° de lat-itude N., ; tendo gravada uma inscripç1l.o cuj a traducção é:- • E rli ng Sigvalson e B iorn Hordeson e E ndride A ddon, sabbàdo ante. de Gagnday (25 de abril), !,wantaram este montão de pedras e li]11par,1m este logar ,no anno de 11 35.» . Vr Por mais que desej a~ o incluir u'estas p:i u;_ nas linhas q ue pelo ru;surupt•) lh r.:1, dé~ -e o valo: que, pelo ac-,rnhado do cadinho de node ,;Uo va . sadas, jál:m1i · p,Jderão attingir, não ousarei ir al ém do quo me perrnitte minha I cc9nb !?uida nihi1idadc. ~atar dos grandes homens só 1:,odem os grandes homens. .. ' '\ II ' Sabida na Europa a noticia do achado de Colorubo, como é de pre, er, todos aquclle: ,1ne · por sem; conhecimentos scicnti ficos e sua JiH'O · fi.siiio podiam soahar com a acquisição da· ~lo– -rias do genovcz, entretiveram se eru edifiear ,-e-;e castello. :Em 1-1 O d,ms mancebos venezianos, cujos nome ei tavam re!ristrados no L ivro d..e Ou?·n da republ~ca, An t~nio e Nicolau Zeno, mais · desc>jo os de adquirir glorias nas grand~ expe– dições e descobertas do que nas luctas que, desde p_erto de uru secülo, s~paravam as duas potencias marítimas de então Genova e sua pa – tria, partir:fo para o norte, e_ lá entraram no cr viço de um priucipe das ilha.fl de Feroé e Shet.Wand e tornaram-se celebres com · uas via– ~en e e~loraçõcs no nurte ~lobo, vi::ita ndo q uasi tod'fis Oo Jogares j ,í, visitados anterior- . mente pelos scandinavos;- e compondo ambo_s um.i car ta e escr evendo uma relação de suas .-iagens posteriormente publi cadas em 1858 por Catbarin o Zcno, neto de· Antonio. · A pezar das incorrecções ~ erros de ,copia, dos trabalhos dos irmãos Zeni , Malte-Brun re– conhece que eUes tinham estado ua Terra Nova a que chamaram Esti,tilando, pala vra que, se• ~undo o dito autor , paré~e s ndinava , e equi • valeute í1s palavras ingleza.s- i' ast-out land– ( terra a leste exterior) , o qut:i perfeitamente convém, pela sua posição, á, Terra Nova, a H el– leland de Leif. Portanto, os ir rnã.os Zani t iaham tambem vindo á, Amcrica. Em 1480, egundo e lê na «Clorographia Brasilic:rndo padre Ca. ai, ch e~ou á, ilha da Ma– deira uma caravella completamente d~dtrvorada, trnzcndo por toda a ecpüpagem o mestre Fran – ci8co Sanches e quah-o marinheir<»s, ,, todo mais mortos do que vjvos, pelas calamidades que sof'. treram com um temporal, 11ne os levara a uma rcmoti 0 iroa lon~itude occidcntal,onde av i ·ta ram term . que provuvelm n~ era ' alguma da ilhas Uarahybas (aB A. ntjlbas)». · E sses Sanches, conforme diz b nntor, foi. h os• pedado em· casa de Colombo (que ora residente ' na cidade no Funchal , e casado com uma se• nhora ahi nascida) e lú. pouco depois fu lleceu. Só 11, 12 de Outubro de 1492 Colombo des– cebriu G uanahani, uma das ilhas de Bahama deixando entllo bem demarcada a estcnsa vereda por onde se passou ao ,Novo~l\I undo. , . ~ Querii era Colombo t· A E uropa, a As1a, todo o mundo civilisado sabe. F ernando Colombo, fil ho do· illu. tre nauta; Whashingt-?n Irving, Lamartinc, R osely de Lorgues, e, incans:tvel philomatico L uiz F ig uier, eutre outro!! muitos, t eew levado a noticia de seu nome e tcitos a toda p:u-te; por isso, parodiaudõ um orador con- ' sumado, julgo poder aoorescentar que as ftor!ls– tas, o~ lagos, os rios·do novo continente entoam diutnmamentc h ymuos em seu louvor. Vir repetir, pois, a narração d eua vida aq.ui ante uma geração agradecida e illuatrada, a11ui onde tanto se tem escripto obre Colombo. aqui onde um dos maiores cpiG'éS do. tempos moder. nbs erigiu-lhe o mais portentoso e duradouro monumcntd,. cria ou adia a que, por ruais ou– sado que eu seja não-.mc atrevo n abalançar. .. Colombo 'de volt.a (t H espanha cru 1-.193,para t.ornar pouco depois a novas dcscobert:1s e a • crescentar ao «mappa mundi,i a lém de (h:anu– hani (a prillleim c1ue poz o pé), Cuba e Ja– maica; o H ait.i,-a Dominica,__;_:\lari a Galante, Guadelupe e outra., das :\ ntilha,;; ninda ou tra vez deixa a A merica, for çado pelas picardi:l'i da inveja ;ipaJri!lhada peh iu"'rr.tidii.o pruva-– bial dos prí ncipe.~ e regressa a ella pam aug– mentar seu iouro , para rccompen ar cc-m po . s~ssõc, nov!_lS o r eis, que eru peju deixa,am que o prendessem, qutl' o enl/'adcassem, que cl l·– s·>ffresse fome, que ruorr e á wiu!!;ua. Tendo, pois, regressado J e novo :'L Europa, ~ncoutrou-sc com o primeiro r.aixeiro de um irnp01·tante sl~p – chandlet· (fornecedor de 'navio, ), é t:ib€keido em Scrvilha. · O fa ctor de J uanoto Berrndi éra muito ver– sado em linguai e na.s ciencias exn.otas, prlra ·i– palmentc na8 _qt1e interessam á nc1vt:iga9ã'->)- :i. a;,tronomia, a co:.mograp'..! ia, a geometria ü :\ geographia ( l ) . Homem n 'e. ·a coudiçõ ' ~ira– hiria a attenção de quem tive e idonticos dt,;l~ in tellectnaes, por i5so a amisade facilruente preli· deu -o ao gro udc navegt1dor. / Es e homem, q ue teria gmirenta e dois anQiJ::1,. chamava-se Americo V espucio, e como C-Olom •· bó. era italiano. ' ·A e· a &rardi em abril de 1495 e,,tntr ct., llf - com os catholie()S · obcranos o forn ecimento d€: trcs ar tú,\mt·ntos de quatro na\'Ío cau:t um, f;– tinado · (i.s expeui ,õe' de Colo1nbo. B oranli 1Mrreu antes , de ter dodo cumpri • mento _ao contracto. V espueio, cn c:urrcp1ll•1 da. gerencia <l." casa, pro ·egue n ollc, e, po to cadt vez eru maior contacto com r. µ; n.ove;i, tlCuba por sentir- e pre.cio da attracçã<l, de ê1uo o;; ' heiucuq snperiores sil.o dgt dos. V espucio determina mudar rlc pro6. ii<', vn, u ando do \'~tylo d'agu/ lla époco, abandon:tr l\Iercnrio por .Neptuno . Si elle ·abi,\ ler nos astros, si eouh 0 cia t.1nt-0 ou quanto' a 'Lr"êe da nave,,.a.r-ào. d'ella uão tioh,i . l º .,. pratica, era- hc preci o um mar~n heiro m ais eli.- pei·iruentddo para levar-a eff..:ito •u:i cal,:-ult~ da arnbi 9!lo; pvr il. · o procurou um; p r ·as,> A lonso llojed; ou de H oj ed·t, commanJ u ~ priíneira e. pvdir;il-0 1 eudo o tysCRfoho J o!i•) ·e la Co a o piloto. Em junho dll H99 ene,•cmtr::i.raw a,os :'.I' lnt.. S uma tei-ra alagada, nas immedit\Ções do rio P~ranha e eh .\ ppody, como é a bypoth c '1\ • ce1.ta, pouco m · ou menos, ondn jaz boj e a vi11'i. de Mo oró (Rio Grande do N rte) . Na for;;!\ da e.,t.1çlio chu o:a (o in erno <lo norte _do Bra~ IJ " (). 1mprcbende- e o motivo de encontrarem o re 'tllll,, vindo a lona debai o de a •ua. Tal.vez por ignorarem . •a, <!ph emern dr• cumst;ancu1: foiem-iie d v ia pam ex.piorar -:~
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