Diário Official 1894 - Janeiro

/ l. , T erça-feira, 9 Maria Cb ri. tina Alves de Oliveira Azedo Mattos.-Iafo rme a Cont.c'ldoria. P edro Gomes de Oliveira Fillao- Cer tifi– que-se. SClENClA, LETRAS H ARTES A e ducação in telle ntl.1.a l -Conclusão- E' uma incoo. c:icncia aga rra rem o -escriptor nlanocl Bernardes, ntirar.)ID o aos hombros de -um innoecutiuh >, que, rcalrncntc, não tem ne– . ub uma cn lpa que o dito boruew fo~ r: urna ma - radlh;i tio "Culo XV [ ! De resto, creio que todo eRte amor não pa sa de puro platouismo, porque, ao pa• que e cor teja til revl'rcntemente o· sccul o prcteri– tos, voh-e-sc com afo n ·a conhc<)er 0 que produ– ziu de novo e grande o espirita huú1auo, que caminha !'Pmpro ! No emtunto, aqui fica a receita iufallivel, para qucru quizcr l-'Xhib1r-. e como pcs oa de ponderai;:íio, rc:peitavcl; e, rcnlmcote, , nnda ha que .t•,ia ma i~ cotnmodc,, e sori.n até b:u-atu o ·cr gru n(le homem p11r este· prc<_:o ! J unt:1mcn e com a indi'!'r ta. • gra mruatica decorad?i vpcm, coroo di8~c, as leituras automa ticns, iuin télli_g ivc;s', de c:criptos r:m portuguez bnrbnrn, :1 otic1uu<lo, que cstfro pe<lindo t ra<luc– <;ão, e em 11uc o menino uào con1prchcude nad,1 <h<tuill,J r,ura qu0 c~t.í, ol hando, e que apenas lhe . L·rvc prira cre31 horror ao estudo. J u11t1 -so a i,,to uma urithmet ica dccomda, uns r udirucotos de gcugr,tp hia e hi.-;tol'i,t pat ria <lccor.1d..,:, ··.1mas noções ilc hi. toriea ap;rada decorada. ... e ttJl'·ktJ- hu uma idea appn ,ximada dos tratos cm qun é post:t a memoria iufautil, com grilve dr•triuacnto da sua nascente razão. O rCsull.1rlo de tndn isto é P"r 1remai. _conhe– cidó: todas •-~-' lembrn ,w,rs vagas 1-/10 cm pou~o tcmpu e.;c1n1·ci<l11.:;; e, o ciuc é pcior, a moci<la clc a,•o;itn,ua-;,ci a:;Riu1 n nüu pen ar, a não rcfl ec:tir, a uüo perscruta r os mananci11e· incxgot,1v,·is da razão e ,I,> sentimento; e, aca– baclo c,tc primcir,l t_iroci nio, tr:rnspc•rta o veso da dc~r,u;,10 m·,chiual pa•·a os t ndvll sccun – clario,. (' lll ,, gui i:L p:1ru o,; Rupn iu1· ...s, o muito cumurnni m ·utc pa ra a ,-athc<lrn do rrofoi-snr. Ora, t• te h-11 it rh d,·c •I\ r, o te enl tfr·> 0~:.l/!:!-;e– rado d. n1cl.i1Ji.;ia i fü, ·;;, J. utl'uphia todal:! as outral:S Jiffii;nld. d,·s. e 1) imfü·i,luo que é viotimu de nm :1 ., 1 1v'·1 ·J•, f].._,te nr 11,•rn torna-.·,} inooptiz J e rcflecti r, de pr,,,fozir \JCJI' ~i, Llc crcar, do m1-, nif'c.9t:1r u u1 • pt,n~tHU l'll t,, !Jl'uprio, de 1:1zer a • meuvJ' appli c·.cç,,10 de um c,,nhcriullmto, de lil)'ar dua~ id<'-a;;;: (: um ente nullo. ruim e esto– rii . um ·•crd·1 1 k iro eunuchn i1itcllcctual ! ·c ouvPm nota r que a nefan da muchina obs– curant,ist::i, que tem cstra~ado tão felizes dis, posiçiõ,•s. que tem aniquilhido tantas in trlligcu cias promis oras, se acha montada de sorte que a mocidade encontra incitamento parn a clcco– raçã.o desde a e coh priruari'} até á aca.s;lr~uiR ~ ao profussorado. W ,pois, que ulío se trata. de personalidad s 'para as quaes só tenho bonevolencia, direi, com convicr:ão, que 6 necc nrio vasculhar, atirar para fóra dita escolas primarias~ eeeundarias e superiores e;;ses pnda~o~os fontcis e uocirns que JlOderiam ter sirlo muito ~ons na idade média, mas que hqje ão jncom1íativeis cow o bom senso ~ratico da noss~ época. A educaçl'i-0, actualmente, dev~ ter por alvo o desenvolvimento supremo da razão e das fa. euldades inventi vas e creadore ; só ~e im se farão honjen8 dignos de tal nome, e se acabar!\o 4!.f' DIARIO OFFICIAL Eiff de uma vez com os manequins ri.diC'Ulos, ma– cbinas repetidoras, muito infeciorei, ao phouo– arapho, inutcis para si e para a, ociedade. 0 O professor deve possuir primeiro que tudo o eothusiasmo, a intrepiàez, a fé de um propa gaudista. Sem estas qualidades elle .'lerá mais que inutil, será prejudicial. _· O que verdadeiramente se de,e procurar no es udo é menos a noçito cm i, a ;>cieneia. mi– uu cit,sa , systematica, rotineira do · fact-0s, do que a faculdade de geucrlllisaç,i.o, a. ciencia fecunda e crcad.ora da applicaçáo ,: Ju in ven-=– ção. _ Ha ~erebros perfeitamente apto:. Ct fuÔc– çii.o de e pclho ou apparelho photo!!rapbi– co, e aos qunc é impo . ivd ver al ém do obj ccto, con hecer- lhe a importauci,1. in1 1 e~li– gar-lhe o de:;tino, a applicução, as re!açü~s. Ji: m uma pal:-wra: t udo o qno con titue a philosoplúa dps conbeciment-0 , õ thesouro iu cxbaurivel e productor das idfa aE ·ociadas lhe é completamente vedado. Ora, pore um vlcio dos velho mcthodos de en. ino a ··iru 6 coustituida a gruude ma, a. do qu e se entl'cp:am aos trabnl hu; iutcllecrnac,-; clles serilo capaze.'! de Yos expôr uma theoria ou um fa.to nas suas maiore~ mi uu-dê~ias, om prog'ar:lo mesmo ni o unia ~xactida.o c-, eriiadc tlli1tb ematica, vos conveoceriio, peh seg\tranra• com í]Ue se expressam, cio perfeito conhe.;imento do 11hjeeto; pcJi-l he::1 nessas condiçõe.~ a cnnse– quencia que •iecorrem de "ª noçilo ou tI ·.3a thcoria, pedi- lhes !JUe an azoem. btFrp1rm a, ,1pplicacões, procurem a. relaQões, <1ue deixem do on~iàern r o fa cto em si. que pbilo~nphmn a rcsp 0 ito ll_e!lc; que o g,~ ncralisuu :· e ,d-o. -hei~ eml>anu:;ados, admirado do t(UC haja ahi;itma cou a ulém do facto ou Já i déa . Entes de ta cspccie,"em quem, um it:\' y zes, uma ub~cn·vti<;ã'J ·np~·ficiol J [b o uorn e <lt.• ,,ahio . atul ham t,,.las as aoatlcmias, ainda a, ruais fa. mo.;as do wnndo. A de>'cobcrta • uprcmu de Galil.:m. Harrey, Fulto n, cwton, J eu ner, em regt·a !!°1'11·al, tocbs as invcm ' Ões que ·ahem fóra da era,eir,1 por cll es marcada ao engenho hnmano. •·cin-o:s por ndver1-,arios deolar:ido.·. J. ão 6 verdade •Juc. nind:i ultimamP.utt•, a acacl mi,, rle sei ncias ele Fran ça, qu iz altribu ir no~vL•11triloq uümw o phcmomcno mm1,ilhci. os cio phouo::rrapho '? Creio •iue o ultimo ipdi, iduo '[lll Juvid,1r.'1 d,\ rra lidade de uma dosc;:,bcrta , ha cl•J ser, ine– víta vt'lmunte um sabio, velho r rua, ~udo acadc- j mico ! Oru, ci isto . e cl:t cm t,i o elo\·adas e~pbera, na cumiada · d,1 in tellectualidadc, o que ser,\ nos plJino , ua · lnnclcs, nas charn eca rln uo;s :1 chatc:z e humildado. cabloca? Como devemo, invej ar o. E qt.,,dos- uido , .aqucllc golpe de vista mpido cio yankec; ª <Jud ia perce'pção tllo pronlpta, t.lo .f'acil, tão inven tiva, tão proch1ctora, sublime tlo opro divi no cre-a– dor? Não inveuto, riem cxag-o·ero, manifesto ' im– plesmente a verdade ?º n~ec!da por toios o que fr equentaram essas rnstítmçõcs, e ob. ervar,11u ató que ponto 1un systeml\ irracional de educa, ç!'to póde fazer o homem retrogradar para a animali~ade ! ' :[!~71~ Os leitos de llrocusto, as guia de P rome– theu, a rodas de I xion, e outra. fabula.'! do mesmo jaez silo pallidos e ineffi ca.zes meio oppressores,'dcante d'este plano ystematico de · embrutecimento ! Admiro e vcocro e. as almas CS$!olhidas, e .,C) sublimes hcróes do pensamento que sonbcram I ;, J a neiro-1 894, 35 '"" ~~~- sahir rnucedo~ e triumphantes , d..1s tremendes agonias, das terriyeij provas de:;,ta edu · vão ! - Não é, pos:,ive½ portanto, adwirarmo-nos 4tiw a no a patria se ache tão at razada, tão rttroga. tia, e. litteraria e _cientific:imeuce, L:o pol.,re .' E is como as ma.is in fefi-ze disposiçues, as ru ais brilhantes qu:tlidadcs podem ,;er c:omJ)".i• mida . d ci➔tmidas. aniquiladas por e te "L pplic10 Jeuto. 'gmdutil, chinez, da educação 1 Uma circumt tancia pec11liar dti j m·entude d_ ..dc a· primeira ida~e até n _c.iru µlcta, con– solidai;:ão na _.pubPsccncia, e que 1mpurtu ,t by– oiene e colar, é a nece. "idade de urn ,1. .,_l:.m-~nt~– ção em pcr1ur naa por ~õ,•s e rciter,1 d:1· n. ncee · i– dade de um!l alimemac;ão fr:~c.:l'iuuad,1. Scnd a <lí«ü !it.ão nc · C' p I i11do.~ c!;i Yi,la, muito r..iprua ~ não po<lcn• \l o c-t-vma!!'t pdas ' 1 , ri sua. pr;iJ>Or-;õ,•s. rce.:bi!r de c-ad,~ ,·e.: !: ~ :o e cópia de ,1limeut0", scg11e ::~ qne so nu ,,, , hme n– tação fra cciouada pócl 1-.:ti fozt:i: a~ n,:e 1>"_!Jac.les do õro-a uismo. Tendo n cc1,n ,m1.i . ne.·sa .1,J:1 1 1.:s, <l., oc~orrer não <Í :l uwnt or;a do indj viduo, rua. prioc1palmeute aot ;.:a, tos d,i crc~ci!il,· nto , j {1mais -;3 de\·e per er .. d, , ~..t·i t ue (.'"~ª pua ·e da Yid,1 í· primtliro <JII.! t · to 111,1 i p1111;;, 1le 1111tri pio. ~\ o pn: ·o que ao 10Dl"lli b,1.., t;: ~ as tre,; refei<·i:"•c · !JllOtidian., ~, ,~ j· ,ni 1 1 urg lll! ·uo eare<:c dc\ inco e ·eis refc:i,;õ pnr <li<1; de outro ruodo a Hnt irr z:i coagi da a ••$~.J ab8~in ,·nci:1. upprc a clt:ti cieatia da alimcut,:~•:t0 por exat!e– rn-dn. repll!C'}il.O ' ,omac.11, o qu" ·• ·;.1i:-:1 de muita. dcnr,k•n~ fonccionac~. 'rrataNi por ult imo da dur:.«;-;1o dos c, tu<los, das hura de r<'-µouso e do:- t'~• ·n-icio ·. . . ' " Part:l'e incrível qnt', ,wh:1mlo 11 n \ l"O"l llleu- te e tabclcd<lo:. o pri n1·i pi11-1 hygfrnic:o,; ,relati– \'O~ a e.'>.sas questões, uimh-. cst,~iam, ,,, a. st:me– lluw~c !'C~po!w ~o atrnzuJOô't! d,i:rri•:· dl! cem, 11'8, Ameia hn1c perdura il' • c,~le·.:.10~ ,i h~·-~t .. ma unwl do cn•ino pNlun<ia•ln 1101 p·n !e unrnl·ro de 1iora, , ~cru º" espar:o ci1-5tin,tb, 11C• rt· puu.·o e ao rccr ,io. A~,:im C1>ml. mn·1 ,-;e o m< nino , iou -~•1'tO pby, ic:.i, o 1,;r,u tr.1ri.1 ;i t-u:1 nat nn•z:1 e ao trabalho intellectu(ti })tr.-í,tt•ute. a •tlH' elle t\ pro"idcnC'.Í•1ln1ente, t:1~ rcfract·Jrio. <lur~nt0 t'l'f• ca de . l'L:5 horas por d1·1: da.~ !) hDr·1~ eh manh:1 ~:-, 1~- da:1 ::1 11)1';1$ ela t._1rdc i\S ,) llll ti, ar ;rn ns hor·1~ ·do cHuun 6 uoite e Jc Jllnnh11. ·ira o pr · '[>'ll'O d:ts hçõe,. ..,t; um c·nipl~-t,1 de-.(" u· eÍ.ll'"I ' r. Tl _ io – lo:::iit e cl.~ \y~i mo rdati\'il a "' ·a iti:1•l" • : 1de ÍDllJól' ~1:u1 •llumt,i _tortun a •:··~•·- p, :,: '~ _., . A iu'\e;r•:\o uh ,1c,\ e :1 : e i ,Jd~,, · n1t ell ·tu1.l c:,;.a~l!ennl11 ,~~l' t1ru attP 11 tad,1 l'1ll1tr,1 a, ll is 'nr – !!:tnic:a : .!:' ~ rugim,m 1<;j pn kr:í d,,r lll rc.,1tlta– tlo o ani, 1uiíl,11n,•nto do-or~_ai,i. ,,111 ,_. o cm lta– monto das f.1culd,1, les int ll tiutllil''"· Podcwo affi rm.ir <1\le este . ,:tt' rna cruel de– en ino era o da iclarle ru ~d i1t, e r1uc. porbn to, . t{~ hoj e nre;heolol,!:icn, hysantino. c:-traY11i:;ante e attentatorio d!l. scienc:ia moderno . E se.'l milhnret de hcroi<?o.: im·c: tii~adur :;, que ão [l, legif10 agrnda do c~ pirit ,) hum., no, qt1e tüdo ubandon:n1;1 ncs~e m1ú!tlo piwn ~"BSl\· grareru-. e a uma ex1. tenc\a clwm rl'.i .. ncm fi~ . e privnQõcs no estudo arduo da IP~s nat11r:1cs, nr.o 1 o faz lll para que o. ns d,,· obnmt'nto~ te– nham um v.ilor mnràment-e e. pccnlutivo,ma . uma , nno~úo pratien, fec undt1. cm trn n~l'or'.na't'ÕCf! -e henclioo. ren il t11dos, o que ufinal constituo Qf1ra t>lles n unica reoompco a. E tcs cl ictamc., iCieutifico. ._à1',, porém, cm regrn g:crnl ~espr ad_'lS, e_ é a rori~1·• 6 :\ igno– mncia (j l\CID) dieta n lei : a l):!,D•mlne1a ! e,:c t.na – ra,ilho~o HI m,,ut.o, t!'lo praponde1~:ute cm tOl..18 os :wouteciment.-Os deste noss,o baixo mundo; {~ 1<!!tor:1ucia tle olhar d cidido, gesto triumpb ante> ;:;,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0