Diário Official 1894 - Janeiro
Thez0uro do Estado EXPBDIEN'l'E DO DI A 27 DE~PJ..CFIOS Souza Torre3 & O~:_A' Contadoria para 'Processar II despesa. João Jforia fü1w,,s Estlit1dola.-lnforme a ontad< ria e diga o sr. dr. J,->ro<:urador Fiscal. Antouio J.ue: idoro Avi,;lino da Motta.- Oer– t ifiquc-se. M,1ria dP. Bolem de 1\facedo Oascacs.-ln• forme a Cont:11foria. J oaquilll T.tveira Lobato, J. Coimbra & e~, Lucinda Chríiipiana d' Oli 1•eira Tavares e Al– J-redo Soares de Rou:.111.- A' Contadoria, Fr11ncisca de Lima Guimarães, 'l'hiago Ber– rão de Castro, Sil veatre Ferreira Ilentes, João Lopc_s Lobo Junjor e Antonio Rodrigues Lobo iBentes.-Digam os i'Jl'S. Oontador e dr. Prucu• rador Fiscal. ·- SCIENGIA, umlAs li ARTES O inte rior dó g lobo t e r· r e stre -Conqlu&'lo- III Eis 1 p·is, as d<'!ligualdadC'-S elo planeta attri– buid11s a um ph,-n,1111éno <la contracção da OfOll· ta, d1 quul resultam Pl•clcrosas 'J)rc.c;.sões laternes, ,ex<.!rceudo so no inrulucro e fin 11lwentc sali~ – -Oias e córtcs. Talvez cm épocas crilicas o trabalho foi mai:J , energico, mais intenso do que durante , outros períodos da historia; porém, j .í.ruais foi inwr– rompido e si chegarmos até aos ·temp@s moder– nos, veritic:~rcmos clcvuçõe11 o depre/18ões cuja m11rch,1 l,mtn, m11s con tiouu, se manitoeta om -0ertas regiões, corno a l c11 udi11aria e a Grocn- landia. . Annlysaremos agora as causas independentes do fogo central que talv1Jz provoc,1ram as tram1- forrua yõt!S metamorlJhiClls e fürwaram os vul– cões. Tom<'mo~ uma bola <lo fon o do corta gro8- 1;ur,1 P ntJU L'<:nnwl- a do modo u ~ue se dilate e'in frac çúJ du,la tl,t 1:t•u vulutUo, do u1u millesitno, p<>r cx111u1,lo, a esph •r,1 tcrt't. al>;,-c-rvido certa dó.so <l11 1:11lol', cujo clft•ito s<'dL afost:11· us m,,lo cula!J e pfO\"O<::ir ·uu au<!'D.Jento de volume. • d'' p • .-,.o envez isso, p1 1 r um p1;1,cesso me~tcõ • 11rbitr11rio, compri1u4 ~e o. bola até tcduzil,a a wcnos uw mºllesiruo : <le1!p1·entler se-ha quan– tidade e calorwo ig-ual ú que f..'lra neces1iaria desprender na primeira expcriencia e a bola J)Q~er.í. incandeseeot;e. Com cffeito, a compres• &Ao força as mole nh.1s a se appro.r.imar, e, por iSfJO o calor é expcllido do mesmo modo que a ~• 0;9corre de uma e!!ponja molhada e que 110 comprune entro as mllos. O sr. Mallet, que aposin de seu nomo afran– ces&do, é üm sabio b11itanico, procurou por meio Jo calculo si, pelas vicissitudes de oontra– oçao e de attr1to, não poili~ clle exsudar do in– terior daa rochas -esmagadM bastante <lllloric1> para .llrovocar as reae~·õcs ehimicas e engendrar os fogos subterrnneos. O resultado foi mais satisfiltorio, com rela– ção ao effcito desejauo; mas, em semelhante materia, observa~ões dos factos teern maior n– Jor para os geologos do que as formulas melhor deduzidas, apoiadas sobre dados ele nature.-a· hy pothetica. Gr:,~ae n experiencias muito dclioa.- das) 111allet, pôde verificar em pequena escala a justeza de seus preseot4menfos, e o exame ae– ourado de certas wout:i nhns iu~l.:-zas on P.::c95Se– zas revelou lhe que as camadas tendo soffrido a compressão ruais en,·rgiea são ta111 bl•m a.s em que ~e manifest11m mais os iudicios de gradual transformaçãQ molecular. Examinada no mi<;ro~eopio e~-.pl:u:a <leigada, a rocha p:iror-c ter 1:10ffrido trab:1lhn iocc.m{)ltto da crist.a lisa9flo de onde pruvém cstructura .fo. lhc3da. Quanto mais viva tiver sido ,\ inftuco~ia do aquccimQnto, tant11 mai:i ~e desenvolver,~a textura., de medo que o eixo centr,11etc sableva– Ção comprqheode sempr e us rochas completamt>n• te m•1ÍS cristalisadas, cowo, pM exemplo, o gm– nito; cdaro que, nas proximidadl)S desse eixo, o esforço soffcido fui ruais violouto que cm outros pontos. Não .é neccssario, j á o di.;;seruos, que a tem– peratura dos materiaef! tenha sido muito alta; pa1·.i a realisaçflo ele uµ1 phenomeno de chimi– ca j?eologica, a duração da influencia póde su– bstituir suat· tensidade, e não desvantajosa– mente. Mantida bstaclo liquido pela propria força de esmagam to que a hiperaquecia o saturada clts princípio alc:iliMs, a agua contida n,1s bol– l!aS ou nas fendas deve ter adquirido con;.;idcra– vel potencia dissolv,cnte, e, por coeseguinte, seu pap1il 2 quau,do se deram e,,·as gi~antescas evo– luções, foi muitis.;imo csia:eocial. O mineralogis– ta ,~ue, para rea lisar a Sj nthese do quartz, aquerc agua dur:mte semanas inteira~, em t u– bos de vidro lacrados, apenas i1Uit1\ roioroacopi• cam'.!nto a obra da nnturl!:1.a.. ' .Não 6 absurdo suppor que, na visinhança de certas rugas da çr11sta, a extre1ua ener~ a da força de PBn.1agaroe,1to pudesse determinar a fus,'lc das rochas; os materiar.s nbtazad,;s ras– ~ ram Ct\minho para o extllrior, e as..,im f11r – inou-se um11 boooa igoivoma, Jl~sta thooria, que satisfaz plcl'Ulmcute ao sr. Mallet e tambem ao H . l\fohr, pnrn upcnas citar u8 chofc~ de csc1í– las, Bilo foi entr,·tanto A'pprvva rb por t!)dos os sectarios da crosta. espcsea. St>guudo Ifopkins, a pt1rte eolida tlà terr:, eocetT,1 empolas cheiaii de lnvas li11uit'actaa o cons~ituio<lo ccntfos d-J aotividade vufo:mica. Essas bolsas silo devidas.á. for',)a <le l'xpan. ão dos t(nze3 on <los V;lpom.,i dl'.,prt•t1Ji 1,,; du r;totc "s cpoclls_ priruitivu pcl,1 l!;lobo ,ün l.t li1uiJ 11 1 porém, j :\ parci.1lru cQtc re:sfriadn; l'l hot!W~i;n ·i• rh de do involucro foi alt 1-.1<.h li ·:sd,, () prin ·Í· pio, porqnnnto n.:i.;i. Jc.J,,w~mvutns 0111 q 10 a ela~ticidade d-0s vapore;; n 5b con,l.l)!Uiu nmcer a resistenciu da pcllicula , formou so um alveolo E1m cu.jo seio o prug-rcsso nltcritJr da couorcçi\o foi muito menos rapiJo do c1uc nas camad~s uilo. alteradas. , Alguns d'esaes alveolos dovcru sor muito vasto, podes~ tambem 11uppol-oe grupados, i:a• mificadoa, ou mc.~mo imag-inar que parte d'ol– les se communica com o uucleo intimo do pla, no.ta , o qual conservou-se fluido. Sir William Thomson nllo parece muito avesso em pàrtilhat t,al crença ; aflirma que a estructurtt int.erua do globo lembra um pouco um "cortiço de mel». Entretanto não ha negar que a indiscutível har– monia que roina entre as direcções das cama, da11 dae crateras e dos 00.X.Q.i Ut! elevação uil.o ó muito f:ivoravcl á. hypotheRe de H opkins· iu" essa theoria fosse 1'igorosnmeute exaota os ;ul– cOês pareceriam distribuidos ao acaso .;os con– tinentes. Essa "objecçllo uão é unica; é011eebe-eo muito ~em que um vulcoo se 1;xtinga si esgotar a provisão de !ava ou de calor1co do que disi,õe se r~ rvatono, mas tlAo se oomprohendo como rquc esse megnl\l Yuleüo rcoupcraria sua primitiva actividade e, pdr dllfl~Qa, por dt!mais numerusos os c.11.e111pl0i citados do cr.– teras accesa:i após Jonbro rcpou.."O 1 Scrope imaginou ontra expli039llo, seguwio a q11al, aléw•.de cem profu ndidade, as roob.119 se acham em est:ido perpctµo de l!quilibrio ÍPII· tavel, or.1 liquidas, ora solidas quandu a tem ratum exc•~cde a pre!!~iL8 ou a prC11.~\o tr.iu .. da temperatua. O êalor é fu,urt.'Cido p~o a mulo de poderosa~ camadas &•:diwent:m~ é , Outro lallu, M to<la a parte cm que n9 rocbe F.uperioras são fcnJidas ou socrguid.&S, O-fflm• gmneoto é for90samente menos t>Uer,!ieo. 'f a · voz a primeira das caus:is cit.ulas é in.~uffit ieo– te,· comquanto o aim,; n,1wo Hcsrchcl lbe tenha attribnido papél capital; 1aa:1os goolo:,a>s que invocaram a segunda p.tn ,"'<le tc.l'em 11certn.do. Si uma montanha surge, "IS z1ina.; subjAcc~ ficam menos comprimidas e a u.<;.isa. obodc do então livre!lknte á iuflueucia dioso~el)tn"'ll~l\Ar.: 1,do calorioo:il entr-.l em fuzãu; esses veios do. massa. iocandesoente acompanham, pois, os• xos de elcvaQão e desembocam oxteriurmelllq por meio de u-ina- fila de éhawin~s. Todas as hy~theees <1ue su1D-1nariamell:,le aMlyzi moe tet:ru por fim explicar, FreUT recornsr ás doutrinas nkra-plutonica.-;, de <f UC modo to.<, focos de calÕr se origioar.. w m, ero~tu de no.:!SO planeta on pelo menos ahi s,: mant.c~ até hoje. .N'e11buma dclla!!, digamol-o bem 111~ merece confiança absoluta, e teew ~ido rig,1-rP– samentc atacadae. O sr. de Lap111m·11t n;u, 11 11- · mitto de fnma algt1ma que.. a sul,l~vaçll o e;!,) sólo se derivasse de cnnf...'l tilfl in iµn ificunte, i.al como o rl)tf'ãhimeoto dos m.1tcriaes 1JUJ1crlicit,t!I'· Quanto ao tl,I". .Faya, é sua opiniãu •(UO ne:t":iÜ- muute a crosta é busblnte dela:ida o d 11stl(la para so apoiar ~ brP o nn<.:leç li~~ido o cont1'9- hlr-se ao rursmo tempo que clle; ruas em futt~ mnitii,simo romoto, a crO!ita cspc~'\ formtido uma abob 11 da ri~da, capaz d..: reter pd<1. l!U:~ ~ tmcçno a~ ,~ madaB f111i rl.1$. o ~~•lo cotii.o. 1, d;j. minuiçiio dP. volume, cm vez ele so produzi r 6lll direcy1lo J.u circnwforcnci,,, lit' manif't'bturà 111> C!'ntro on•le a iufiocneia du ~raYita i:itO é 111i• inu, Finalmente, um rncuo 1 1 01 meio Llo quul o pe! II não actaa ;1l.1r1-i:a-so h•md.,tivuruebce. e o no:1J• velho mundo resfri:11Ju é entâo um vtt.stü ~eado• tapt>tadp no interior 1.'0lll cri,1t'll'• que j,1m:\i!J serJ.,1 ClllllcmplaJ1,~ pd,,~ min~r.1Jn.. i t111!. rv º" ~Jl1i1;.~ .}:\, di :lcre11{ , -~11L1í u),, nl :ii-h,nn d,i accur,lv com rü1:11'mlo ,í.._ c11uJi ,;õl.l,1 pr,·sutnl veis cru 4t1c so- IH\h un ns p.u·t1,'l profunda,; tln plam•ta, c.ut.r..rtaoto n.!nhu111 d..:llc.s ü1 1 ;.;it.1 ('!'!TI negar q•~•) as c~wad..,s <!Xturi 11t· •,! ulu ,;új11m t.Jlt, le\~c;;; penst\ a m.,ioriJ <.ple o ,Mitro é cv111 po.~ d~ m11teri.\l! b~ tant.e pcsa,l.1,,1 iut,rin~ecamenll! Os sonhado~ t.eum, cort.aruP.nto, o direito ~ desterrar ptll'll o centro subat:inoias deeonhuO•· da& muito pea.l.ài \S qu,,: j ~ w11.is ~ p11tentl'•11r19; nincruem póde t.'()Dtradizd -os fonu11.lwonle,mdn philosopbh H<:icut.ifica ul\o ~ fü,·o~vcl_ lld 8GP eup~sições. A analyse chimica, ?Cllli,ad11 J>M meio ·do fl~troeeepio, nwola nQastrooQmo-. composi~Ao t-lcmentar ct() t!OI ou Ulltl llllr.t"Uait oom quasi tanta eerteta como ei um fl'lg~e~ deslocado do oorpo cllleHte cetlveeeu BUJllll'llt • entre uoWil mr.bfl, tis invl!l!tiigi.çOcll de 1-.boraJl>- rios· nlló pareoo que neubum elemooto extnuill,,, ao 'uOMO r-at.• tenhll si 1o encontrado en. qualquer a11tr1>. Ainda mais C81!38 amoetrnBh~ – pothoúcn~, ~ dcstrO'}Oll COl!mioos elo •. a&– dantM e soff'!tlrão a a~t;Ao de oo.."!OS ~actwos; são os m.:teoritos. Sabe-se que os bohd::i5 * eontcom 11,i,nf)l!lrae da todofi os corpos 11,~ '1.-. • """'· conheci\lo~ pelo meniii ulO conlT11o1Utram ,- ·
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