Diário Official 1894 - Janeiro

Quinta-feira, 4 Tecem na 1 udia nas mudanças de estações. Na America, durante tod s o mczes do anuo, ca– hem chu va fertilisadorus e os fu racões não Silo frequent1: ( 1 >>. - E t,a (lititril,ui t,:llo dns chu vas, que é um d os elemep tos importantes do ""!ílimn. elo Brazil, -explica. a amenidade relativa de ·seu clima e .a ua nniforruidade. E nt ·etunto, no Brazil póde distinguir-se uma. <>~taçfto sccca e uma -esta ção de chll\ 1 us; 10a a ticcn é relativa. Uma só região, o Cear:1, passa verdadeiras eccas, que, ao que parece, se_dilo por períodos iguaes. A primeira secca, que a hil!!toria menciona ó a de 1710 a 1711. Vieram depois as de 1723 a 1727', de 1734 n. 1737, de 1744 a 1745, de 1777 a 1778, e, cspeci:ilmente, a de 1790 a 1793. As egura-se qu e o anno de 1792 passou sem uma gotta de chuva. N este seculo, as seccas teem apparecido com -0erta r egularidade:-de 1808 a 1809, de 1816 a 1'817, de 1824 a 1825, de 18-14 a 1845, de 1877 a 1879, de 1888 a 1889. Salvoa seghnda, todas estas epocas correspondem se de u w secu • lo para outro. «As seccas ;;;lo periodica :-?ls de maior phase apparecem de com a cem anuo e de vinte em vinte annos, i:em contar as seccas pequ~nas e:.,)». A s causns do ~ph enomeno, limitado á, região <lo Oeará., desperta ram a sagacidade dos no os _ sabios e en~enh eiros. E' ioconte tavel que al– g uns trabalhos de arte, sem exigir grandes des– _pezns, poriam a regifLO cm condições do fazer frente ao fl agello. A construoçllo do alguns re- ervatorios, com uroa modifica 9ão profunda do r egimen agrícola e da creação do gado, que -puzesse cru r ese:r va as forragens, seria sufficiente para triumphar das scccas mai · prolongadas. Por agora, ba ta menc:ionar qnc, rue!,mo no 'Jeará como em todo o Brazil, a estação secca, ~ ue .vae de junho a janeiro, do abril n janeiro, oe agosto a "dtnr 90 ou de abril a setembro, se- . "'Undo as regiõc . nllo 6 de ordinario um perio.do âe fàlta compJcta de chuvas e do erdadeira ecca. 1 P ela me ma f6rma a tação das chuva oão é uma época d~• furacões form idavcis. Além do que o tempo de.d1 e taçfto varia de província a provinoia, om a t.ação sccca. ' A estação das ch uvas vae de <l,•zembro ou janeiro a julho no P a.r6., d~ dezembro a junho no Inrn.u hão, de janeiro a ·unho no Oead, de janeiro n abril no Fiauhy , <lo mar o a ago to em P e1:pnmb11co, do outubro a a abril m E spi– rito-Sauto, R.i,o de J aneir o e S. Paulo, o do se- -. tembro a abril em Goyaz. Segu ndo o que diz Macedo, as quatro ~sta ções desenham- o tle ma– neira bom diP.tincta porén.J, por uma fórum me– nos característica do que na Europa, cm. Santa. Catharina, accentuando-se essa divisão no estado vizinho. no Rio Grande do Sul. Em ~Jinas Geracs, em l\'Iatto Gros o e cm Goynz, onde chove abundantcwente, os ob erva– ções variam segundo s localidad (3). Segun– do Schultz, as chuvas dominam no inverno em t,odo o Rio Grande do Sul ( 4) . Em geral, a medida q 1e o observador se afaRta do Pquador, a p assagem da estaçlio socca pMa a das chuvas torna-se_menos distincta, ao (1 T . Maury, The Amar;on and lhe A tlantic coa..st ef SOf'fh A mcrica. (2) Alipio _L. Perei~n da Silva, Consid~m riJesgeraes s,ón a provmda do Ceará, Rio de Jnne1ro, 1885. (3) Joaq ·im Mnnoel de Ma<;ed?, 1\ ÕIÍf/llJ de choro– paphú d11, Br8il, pag. 34. Le1pz1g, 1873. (4) Waldemar Scbultz, _J-(isl'!,t-i'c de c~ofrtffisd ~– Statistche Ski:~e d,:r óra:Ji/UJtmchm Pro:1tnh Rio (Í,·ande do Sul. . .. DIARIO OFFICIAL passo que a amplidão da variação da tempera– tura augmenta coo tantementc. · Para d armos agora- uma idéa bom npproxi– ruada do clima do Brazil, comecemos por expor a configuraçllo geral do pniz, que dt , e fornec:er antes de tudo o systema dos pontos cuj o conjun– cto pos~a constit.uir o esboço d'esta idéa e que talvez pois a igualmente explica r o moti m , dos pheoomeuos que, sem tal couhecimunto, pa rece– riam pelo menos est,ranho e urprehenderiam pela sua apparente contradicçf!o com as noções recebidae. . O Brazil ó occupado cm grande parte por um planalto central, d'e altura qu e varia de 300 a 100 metros e que limita, ao norte, a grn nde de– pressão do :Amazonas e a éstc a do P araguay (1). As crist_as da serra da Mau tiqneira, da serro daey Y er'tentes e dos montee P.) rineus for– mam, segundo Liais, a are ta.culminante do ,pla– nalto, q~e se abaixa gradualmente para o nor te cm direcção á bacia do .Amazonas e para o i;ul em direcção á. bacia do Paraná.. A éste do pla– nalto, entre 9 seu bordo oriental e o _llcca no, fica umo. zo9(i. marítima cortada por vru·ias ca– deias de montanhas que so r.levam ew tabolei– ro até :ío planalto contra!. E' entre e tas ca– deia que fica o vaHe de S. Fran c-isco. Esta .çoofigurnção g:iral mostra iwmediata– mcute que· na di tribuição do ph nomeno we– teorologicos, no B i;azil , nilo se p.óde pôr Ít mar~ gem a influencia da altitude para os pontos do planalto central , a do mar e uns correntr para a. zona mariti~a e a prcscnçtt de grande mas• sas de agµa no interior , como o Amawna, , o S. Francisco e o Paraná. ,, Segundo uma serie intere anti ·irua de ob– servações devidas ao vice-11hnirante Côsta Aze– vedo e que comprehende o espaçn de tempo que vae de 1861 a 1867 (2), na bacia do Amazo-, nas, a média annual. fornecida pelo thermomc– tro centígrado é de 6° ,30 eru )fanáus e 27°,30 em Belém do P 11r 1í,. O maxiwo verificado na primeira d'<' st.as cidades foi de 35° e o mínimo 20• ao passo <JUe o maxiruo na !leguuda foi de 34° e o minimo 22°. Duranto o me ruo período o ~y_~rono_mtitro Sa n..su re _dava em i\l anáo a media de 36°,06 com ~- c1Uaçüe· cxlremas de 99°, e 65°, e em B elem ülº com o e:illa~õ do 90°5, e 66°. Castelo ean e Agn~. .iz, por cu tur– no, indicam cada um re pectivaruente m6dias de ~Jº,7:! o 28° para a. plauicie do Amazona . O an110 metcorologico compreh endc, egundo D rl\_enert, duas epoca, na~ rq ~iõe. elo alto A ma– zona~, uma de grandes chuva e c-,1tru à c pe qucnas chu va", separadas por dous períodos de Selloa. As grandes chuv!ls começam cm feve– reiro e mar ço at é junho, a. pe<j uenas ch u.vos em outubro e terminam em começo de j aneiro. Umas e. outras dl:lterminam eAchentes. A diffe• rença de uivei póde attingir a H: metros entre a estiage111 mais baixa em setembro e a mais alta cm abril ou maio. Todos os viaj antes são concordes em affirmar que o calor é muito upportavel no vnllc do Amazonas. Tanto nn e ·tnçi\o das ch uva. como na esta ção secca, a temperatura, diz H erber t Smith, é a mesma em todo o valle, sem calor equatorial e ard€ntc, como se poderia imllgi– nar. .. apenas 90 gr{10R F ar enneit para a mais alta temperatura depois qu e o ol e tá a pino e as noutes slo do uma frescura deliciosa. (3) (1) Vide Orvillc e Derhy, tlO B .-nr;;l C,:o rapltico I! IIútorico, de Capistr:mo de breu e ·1111e Ca– bral. (2) Em um trnbnlho, que já citámos, de Joaquim Manuel de Macedo, encontram-se os detalhes d' as observaçoes. (3) Herbert mith, The Attia;:im and tlu: Coast. Ja~eiro-1 894, 1 r Fl'C :Tr ll:1"'tt --- W allaCP. diz o m ti mo. o· clima j o .e\ ruozon:u , eg:undo el le :iffi rma , é aot:ivel pela uniformi– dade da tcwpemtnra e pela provi. ão regula r de humidade. Em cer to logaros ha sei. mezes de e~ta<;ão se<'ca e seis meze.s de 1.:hurn mas cst~ ~ estações niio são rigoro as como em certo pai– ze tropicaes. ( 1) Battes, que pa sou cerc· do dez annes no valle do Amazonas, ajlirma que o ingleze e :imcricanos esfabelccidos na terr, , baixas. ~or paço de 20 a 30 anno~ teeru tào bom aspecto como si nunca houves~cm sah ido do eu p ia natlii; ( 2) T ambem fui imprru: ionado accr centa W .ü– lace, pela maravilhosa f're.5cura e limpidez da atmosphera, pela b, lsam ico doçura das noi t.ei :,, como, com certesa, não h a iguaei em outra!! re– giões q ue vi irei. (3) O c.alor absolutamente não é exce ~fro no -alie do Arudzonas, e, embora persist~n&e, é muito supportavel por cau a da prC! ença das noites. Mas a diverga inclinação das oo;.tas age aindli de outra fórrua para modificar a tempe:ratnra da rc.,.iã.o marítima do B razil. E mn1auuPl LiaÉ ha j{L muito tempo que cstabelec~u que a t rn– peratnra média de um pnrn llelo qualquer . ro– ruada. ao uivei do mar, p6de ser r,·prcs ntada, muito approxiruadamentc, em gráo centígrados, pela f6r ruula 56'\7 cos. 1-2 º,, , fórmula em qu e l designa a latitude. (4) ' Ora, calcula ndo-se, Fe~undo e:-ta. fór~a, a média do R io de J-aneiro ou <le outro ponto ao sul do cabo S. R oque, acham s numero que concordam seu ivelmentc com o r ultados ela obsen ·ação dirccta. A.o contmrio, n. médias de– terminadas pela ob crvaç:10, para o · pontos da costa brazileira que ficam -ao norte do cabo S. R oq ue, !!ão muito inferiore,, ás que a f6rma1'a po a indicar. Como a co t.a foge para o oé e de modo oLliquin em rclaçll.O ao.'I meridi ano e em ui– recçõcs qu1 i pérpendicu lare ntre i, a ·partir do cabo . RO<Jue, torua-Pe e\"idcnt que o ab!'li– xomcnto das me ia aQ norte de e ponto· devo cr attribuido á ua di, µos1ção cm rnf'ercnci:1 ás C(?rrcnt maritim~~- l!;i .como. C" 1rndo L rn, . e 1)Úuc cxplic:ir o pheuomeuo. s a~ua aque– cida da · regiões iutert1 opi ·,l , .st·ndu ruai le– , c <lo que as U,I.' alta latitude , tcnd~m a diri– gir -se-, na uper ficie d oct ano. p:n-n o: dous po – loi , e ao: da alta latitu de t endem n tl-c~ccr pura o criuador, nas camada profu ndu,;. .R' a. ori1reu1, muito oon'hecidu . do U11l-8t, u w1. 1\1 as ,1gu,11, que e dirigem do J'ólo no e uador , ou que obelll dq fu ndo .i sup rfi ci , tecm, no 11 R– tido da rotação da terra um moYim nto de trnns– la vão de menor velocidade do quo n · da . upel'– fici e do equador. .E:,:-a" a!!uru d vem pois •om- . . ' ) portar-se como si tives em um movimento de é te para. oéstc. E' i· o, com cffeito, o que -fle ob er va. Ora, t:: tã !Orrentc fria, em . eu movimento para és.te , encontra a cost;i. do ]~razil no cabo Sno llo<tue c a acomponha até ( Guyanat1. N'e, t.a regill-o como o Atiantico é aberto do laâo do 11or tc, à attracçüo das ag ua frias exeroi!Ml pelo fnod~ do ~ar augm nta a força da oor– rente. ~ lem d1 º > temperatura d'E111ta cor– ~·entc n10da se torna mais baix,\ pela cheg 11 oa a e novas agua do norte. Vor outro lndo & s ul do cabo t;. Ro11ue 1 a c~ ta do Brazil e~~ f i'f ~Vallnce, _i\,àrrõtio,i o/ traveis on lhe Â,,..,"'"' a11d R io LVcgro. ~21 B~tt , The tmfura/,'st o,i t~ riwr . J,JW. ,m, 3 \\ al\nce, obro citada. 4 ~ mmlU'luel Liais, T/i,v,rú math,'mnh',;,u ii,,s– ouil!<1t1011s dtt baométrl!, hui~.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0