Diário Official 1894 - Janeiro

100 Quinta-feira; 18 DIARio: o f FICIAL ---- . .,, ReF,artição das Obras Publicas, Terras e Colonisação RESUMO .METEOROLÓGICO DO DIA I 7 DE JANEIRO DE I 894 ·l ------ - / · Numero l- de Dia ord em 1 1 • --- - -- - - a,~m,: ,edu-l ~oras. zido a O? gráo 1 2 17 - 3 10 [. 757,38 12 757,20 , 2 "755,46 1 1 TE:-,U,~TUBAS E.~TBEMAS l\íinima da noite ·. Maxima -00 dia . . . Irr:idiaç~o ~olar . . . JSTADO DO cy:u f 10 h . Céo cumuJus- nimbus 17 ( 12 h_.. " « · 2 h. v « .,, / -· - . . Th. ermcune-1.ro Tensã-c do Humidade relativa vapor . --- - 26,4 20,48 27,8 0,72 27,2 . ' Evaporação em 24 horas : á sombra .. . . . Cl~uva.. . 1,30 ao sol 10 h. 12 h. 2 h.. • gottas 1 1 ! 1 S.ClJti\{CL\ LETRASEARTES I ?m _I~gar ~o bem ~nga nador que procu-ram y eln ' rnd1V1dilllhdade animal, em log1w desse e.sforço 'sempre banhado de sotfrimento e de dôr e q.ue Tolstoi por isso condemna a existtincia como absurda, A phil osoph i a ·de ,.- - Oont,inuaçiio- 1 em vez d 'esse bem inatt ingivel podem obter im– m- ediat:1-m.ente , onde se encontram e não -em uma época e lo"'ar determinados, o bem real imprescriptivel que sempre está. ao seu ai- A-dmittindo i. to, nrto podem deixar de re- con~ccer que os massacre~, as guerras e a cs– crav1drw cessam e devem ce~sar ; e que até eance. mebmo come camo a domesticar os animaes e 3 • Todos os h omell$ r:rnbem, desde a mais tenra lllimentar-u'os do seu leit e e da sua carne em idade, que além do bem da individualidade an i– logar d os matarmoo pela caçá, e poupamo n mal, e~i~e aind;\ um bem superior na vida; destruiçã.o do reino Yeget;il (1) . s~bem que nllo só _este ~e1?- ? i o depende da ea- Vemos que os melhores dos nossoE< similhan - ctedade do~ appetltef:! 10d1v1dua.c.:3, mas cresce tes reprovam a avidez de pezares e pregam a 911~0~ ~ -IS comp,l_eta é a renun cia ao bem da temperan~a ; vfün is que os homens mais el'Í• l 10div1duahdade ammal. . . d.entes, são o q,~e a po. teridade admira, <lã.o O I Todos os hororns cou!J<l<:_em o se~t1mento que exeniplo .~º Hac·nfloio da sua vida pelo bem dos j r esolve todas as contrad1cçoe da vida human_a outro . Vemos que os Çúnselhos da raz:lo ào e d{L ~ bem : -u.pr emo ao h omem : este sentl• apoi.ido pela bim'lfia da humanidade e peta. 1 men.to é o amor . 61111 vida prcseote. A vidn é a aetividade da individualidade E não é tudo. . 1 animal s.ub rnettida (~ lei da rn zft0. A rn zlio ~ a O J . ui . lei (L qual <leve ser rnbmettida a individualida - mo tra 1 ome e l)'.>i!Sue umd seot.tmeuto.,_ que l_he 1· de anim3 l do homem para adq uirir o seu bem. . · a m sma cousa; e um1\ IJ1a.11e1ra llllUtO O é · ct· i.d d · l d 1 1D . . • 1 31Jl01" a UD lCll a IV ll e raçiooa o 10- a~ pe:5ua. rrn o ooonucente elo que a razão e . • a h1 torm, e provindo por al'Sim dizer de uma mem ._ .. • . • 1 d b outra úri,,~ 1 r . 0 1-.- ~ d . b A 10d1v1duah dade amma tco e para o em. .,, , , ,;u,Ulem esoo re a 1uesma • 1 ·11 d J · di eowa O aspirac/i~ cJ.p · a razil.o mostra ao 1pmem a 1 usão o Jem m ~ ra,;;hru como p· 1· 1 .., u. m bseu ~uraçfl.do_ qtone O a r- vidual e só lhe dei:-01 um ~Olin·ho. A aqtivf- • , • ~ em 1mrue m , .a esta d d , . b é mesma ueti""i·d.,.JA < ã 11 - d " a e o este camJ1) o o amor. · , .. ., rue a raz· o w rn 1ca e q_ue · . . . . . · no ·e ooru~!io i;c, traduz p ·lo amor. A rnd1V1duali<lad~ nn_L01al do h omem : ecla- Affirmar <1ue o homem não sente aH necessi- ma o bem ; a eonseierw1a mostra- lhe o .m1sera– dadC8 dit e_ua c1rnscicnc:ia refl ectida, mas -.Ó· vel e. tado de todos os seres luetau . uns co~tra mente~ <la kua in<livídualida<lc, é uffirmar que ~s out~·os i- ~no!"~a lhe q~e o bem é ma_ccess1vel os deseJos brutll<!s, no au~mento .dos quaes em- a sua md1y1duahdade auunal que o ~mco bem preg-amo: _t<-llh a nu.· a int,olligencia . se apossa- que podena esta r ao seu alcance sena aquelle rani de, t,o.; u OC( ;tdt.am ao& nos.c:os olhos a vei·- que não proYocasse neu1 a lucta com os outros da(kiTa \'i·lu llllnrnua. sere , nem a interrupçno oo f. liciclade, nem a . TJ ~1.ser_ ~~eíonal ntL() poderia consagrar a sua. saci~lsdc nem a apprehenção e o h orrill' <la vida "' 6t. t!4l•l\;ào <los fins da iudividLtalidad~. morte, _ _ Na~ p_u~e fa zel-o, porque O fim a que tende E e1s_que o h omem descobre n:). sua al ma ª 8 !-1ª 10div1dualidatle auirual lhe é evidentemen- um sentunento que é C('mo a ebi\ve que só te inaecc sível. A eonsciencia revela-lhe outros serve n'esta fechadura, um lle.DÜUl.onto q ue U 1 e fin~ que Mo só 't)stão ao seu alcance mas que 8 dá. ~ bem que a razão lhe irn:liea como unie;o sat1sl az(;m plenamente. ' poss1vel e que ~ào s6 resolve a contradic"no A doutr1.na c,ue sempre e chamou a sciencia precedente da vida, mas, em certo modo, on– do ~em (o J!}van~c,lho) cutBino. 11 nQe hon:..oua qu.e COJit:a mesmo n'esta contira<li-cçlto · a maneira de . ( 1 ) ASsociaçn.o e concurrencia uos es;;do~ sobre a J1tter:itura contemporane'½ eh> auctor. · mamfcptar-se. * As individualidade!! :i.nilllf\e!I' QFforçam-se, paro chegar ao eus fim\ por se sé:rvircm da ,.. Janeiro-1894 -■I(;:;..,. individualidade do homem ; e eis que o en– timento do ainoT leva o homem a commgrar a sua individualidade ao bem dos ontros se- • Tes. . A individualidade animal soffre: e é justa. – mente o alliYio desses soffrim eotos que fúrma o principal obj ecto da actividâde do amor. A:,pira!)<lo ao seu bem a iodividualida'de ani– mal precipita-se a cada passo para o mal supre– mo, a morte, cuja ap_prehenSão pert urba todo o goso indiv-idual; e eis que o senti ornnto do amor não se dissipa esse terror mas leva ainda 9 ho– mem a sacrificar inteiramentA a sua ex.is ~ ncia. carnal a@ bem dos outros. Não é pelo amor de um pae, de um filho, de uma mulher , de amigos, dos h omens boas, como de ordina.rfo se julga , que os homens r eÍluocia.m á individualidade, é unicamente pela couseien– cia do nada da €xistencia individual, da imf03• sibil.idade da felicidade dessa existencia~ por-– conseguinte, s6 renunciando á vida individual o homem chega a conhccc.r o verdadeiro amor.,. a pod<'r amar verdadeirnmente o seu p ae, o se.a. filho, a sua mulher e os seus amigos. O sacrificio dos in teresses immedintoi da in– tiividualidad.e com a mir:t em alcimçnr o firu re– moto desta mesma individualidade, como tem-– Jogar no fa lso '(!mor que nM se basei,1 na r enun– cia ao proprio individu~, e te sacrific io é apenas a acção de preferir estas 6quellas pd. oas.no S'eu iuteresse individual, não é o amor. Aotes de tornar se um sentimento activo, o verdadeiro– amor deve ser um estado da al ma. O prin cipío do amor , a sua raiz, não é como se iman ina um impulso de paixão que, oboonroce a ~-azão; é pelo c9ntrario o estado da alma tnai. racional e luminoso A, portanto, o mais sereno e ale~re; 6 o e~tado- proprio das crea nças e dos sabios. E sse e~do é natural na cre11 n9ai no bom"m fei to só apparece e órc~ce na 1 roporçiio da re– nunci...\. no bem du. individualidade. O amor que não se baseia na individualidade e oa cons_e11uente benevolencia pam o, outros não é 'llaIB d9 que a vida animal; e está vida cst:i. exposta aos mesmos males o n malc,, ainda ma io?e ' que a vida sem Cblt:l pret.ei; idido amor. E te sentimento de parcialidade, qu e se cb:)mn amor , nrio. sómente mantém a lu ta pela existcn– cia e o esforço pelo praz.er inclividu:11 1 mas ob curece a vida, actirn a lucta, aug mouta a .sede de gozos para si e par a. outrem e o u:mo da morte pTopria e da morte de out rem. Ant<:8 de amar é preciso deixar f,le' odiat , ist-0 6, de fazer mal; devewos deixar de prof~rir un.e aos outros pelo bem d-a nossa indi vidualidade. Da mesma maneira que n plan ta não pôde pergun– ta}' e não perg lJ.nta. de que lado deve crescer, si a. luz é boa. e i não d-eve cs~ ·ar Úntra melhor, mas aproveita 1t uni ca lu z que' flC e.~pnJh,1 pd o mundo e cresce 11am ell:i.- assim o homem que renunciou ao bem da individuafüladc nllo se inqu ieta a saber qua nto deve r , tituir do que tirou aos outros h omens e a que aêl'ffi amados deve restituil -o, não si inquiotn a saber si ba um amor preferível ao que o solicita ; mus abando na se e consagra a sua existcne:ia ao amo~· que ostá ao _seÜ olca_nce e ,,ue v1! ~ •ant€ de s1. E ste é o unwo amor que pód.e s..1.t1 ·fazer– plenamento a natureza r;icional <lo homem. Esta r elação -ra cional do h om.em com o mun– <l.o, que se m,mifosta. pelo amor, eis a vida, !1 vida eterna. ,A. vida é um movimento in ce~ ante. O homepi que não mud.a as suas reL'lçõe~ com o mundo, que fica no mesmo gráo de amor· que tinha. quando entrou na vida , sont_i; a morte. Tod-a a su:l, el!istoocia 6 lllll,'t morte 'Conti.nnai vê a; e , teme- a, nAo só xw fllturo, was no preaente, cada . •

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