Casos Forenses

.. • .. .. • ., .. • • • • XLI Legitima, defeza. da. honra ultraja.da. . De todos quantos até aqui tiveram em mãos este processo, só uma voz so ouvio contra o appellado, a do Sr. Desembargador Procurador Geral do Estado, pedindo a reforma da sentença e a pronuncia do réo no art. 294 § 1 . 0 do Cod. P enal por ter elle procedido por vingança, e não em legitima defeza de sua honra ultrajada. Apesar da r espeitabilidade desse requisitorio, eu peço licença para d'elle divergir, attenta a prova irre– cusavel, compl eta e plenamente feita, de que o r éo fora profundamente ferido em sua honra por 1\1. L ., seu visinho, que, seduzindo sua mulher, com ella se amasiou, procurando sempre occasião de, passeiando com ella, encontrar-se com o r éo a quem dil'igia olha– res de despreso, que o iam offender fundo em seu coração. Entretanto o réo vivia com sua mulher ha vinte annos na mais invejavel harmonia, tendo tido com ell a quatro filhos, que por ell a foram cruelmente aban– donados. O marido infeliz não se podia conformar com a perda da esposa, vasio o seu lar, acompanhado dos seus filhos supportando a triste orphandade, quando ella ali vi via a dous passos de distancia nos braços criminosos de outrn homem. Todos sabemos que nos tempos primitivos a de– feza e a pena se confundiam, não existindo um ex– tremo justo entre urna e outra, • • -

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