Casos Forenses

• - 234 - uma mulher cuj a menopausa da ta de cerca de qua– renta annos, ella sacrifi ca o amor de suas irmãs, de seus sobrinhos por ella cri ados e educados co1,110 fi– lhos, de seus parentes que lhe tri butavam aca tamen to e respeito, e que por ella só tinh am carinhos e affectos. E ter quem lhe dedique am isade since ra e desin te r es– sada, lhe communique esse calor de que ca rece a Ye – lhice, deve ser a unica aspiração do ve lho que b em perto vê se abrir um tumulo para recebei-o. Elia, porém, isso não comprehende; sua razão não vislumbra sequer essas considerações, e só vê o ob– jecto de sua ignobil paixão. E entr13tanto se ella estivesse em seu es tad o nor– mal, deveria ver que o que pretende o seu ex-cr iado é a posse de sua fortuna . Já de agora ella o sustenta, enviando-lhe uma parte de sua mensa lidade que ell a considera exígua, justamente porque fica desfalcada com essa dadiva mensal a quem já se considera em estado de não precisar mais de ~rahalhar, que pa– rece a sua unica aspiração. E essas liberalidades não se limitam a esse seu es• poso, como se tratam, estendem-se aos parentes d'ell e, uns pobres velhos de Portugal, que viram no casa– mento do filho com uma viscondessa a maior ventura que poderia caber-lhes e a seu filho, a quom ella ti– rava do nada (carta de f.), para de um para outrn momento fazel-o millionario, senhor de colossal fortuna, que elle herdará amanhã pela ausencia de ascendentes e descendentes do conjuge . Nada disto ella vê, tudo esquece, supplanta os mais sagrados sentimentos para a realisação de um sonho extravagante, ridiculo, baixo pelo movel que a inspira. .. Tão vê que o que a espera é o abandono pelo eRposo, o despreso, logo que a lei o invista da admi• nistração dos bens da mulher, elle que ficará. possuidor

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