Annaes da Assemblea Legislativa Provincial do Pará- Sessão de 1867
132 SESSÃO ORDINARIA E:\1 3 DE OllTCBRO lJE 1867 . melhoramentos, para estas reformas; quando não, nada se consegue. Chego finalmente ao ponto em que considero o projecto perigoso a socie– dade parsensc, é quando di_spcnsa pelo art. 11, uma condiç:1o requerida para o exercício do magislerio, professar o candidato a religião do Estado. Sr, presidente, sou scctario da to– lerancia religiosa, entendo que deve ser Ji,·re a cada um professor o culto da religião que approuver, porque a religião não se 1mpõc pela ,·iol cncia; mas quand') cu vejo que pela consti– tuição do Impcrio, a Religião Gatho-– licã Apostolica R.om :rna é considerada como 11 Religião do Estado, não posso consentir que nas csc6\as publicas se ensinem outras doutrinas re]igiosns que n.fo sejam aquellas da r çligião professada por todos os br,1.~ilciros. O SR. Fu1x:-O cxm: sr. D. An – tonio de l\racedo Costa, não cede cm catholicismo a pessoa alguma, no en– tanto o nobre deputado sabe, que elle não julgou inconveni~ntc nomear um protestanle para lente do seu semi• nario. O sn. Ammco:-Sr. presidente, conr~do que nas escólas p2rticul arcs sc',ja livre o ensino de qual que r 1:eli gié1o, porque os pais zeloso-, pela edu– cação religiosa de seus filhos, não hão de consentir que , ão heLcr outras doutrinas <Jlle não ac1 t1C1las cfa r c1igião 1H~ lhes tem c11sinado ; mas 11as escó– h ~ 11uhlicas, onde o pobre vai saciar a sede de saber, não <leYem ter cn1 ra– (fa os adeptos de outro culto. Pelo modo porque está redigido o art. l l do pl'ojccto, entende-se não só o ma – gistcrio publico como o particular p<>· <l~ estar incumLiclo a qualquer indi– viduo, de qualquer religião quP <.1•j::i. O SR- Ac:c:A.c10:-E' só o particular. O SR. A MEmco:- P<'m,o que se não era o pensamento dos i\lnstrcs autho– res do project-0, era pensamento de muitos, que fossem soLsi<liadas pelo governo cscólas de culto <liffcrcntc do nosso. O sn. GvrnARÃES:-E porque não dere ser nas colonras estrangeiras : 1 o sn. A~IERICO:-Sr. presidente, não forcemos as comicções alheias, mas tamhcm devemos consenar in. ta cto o deposito da fé de nossos pais, · porque nós i:crlos que temos YiYiclo na Religião Calholica Apostolica Roí-na– na , que estamos conwncidos que esta é a unica e verdadeira religião, deve– mo-nos esforçar pela sua propogaçào, ( apoiados) e não pela propagação de outras seitas que lhe fazem guerra de morte. ( Muito bem, apoiadissimo), O sn. GmJI.ARÃ.Es.- Compele a conscicncia de cada um. O SR. Aiirn1co:-Promelti, sr. pre– sidente, não aLusar por muito tempo da paciencia da caia, mas está mo parecendo que faltei á minha pro– messa. A caza me desculpariÍ ; o assumpto é graYe e imporlantc e cu não po<lia. deixar de descer a cerras considera– ções; ainda assim muitas ficarão para a segunda discussão. O sn . AccAcIO:-Eu acompanhal-o– hci cntJo. O sn. Am:n1co:-Justiíiquei o meu voto e despert ei a alten~Jo da caza sobre urn pr~jecto que considero um perigo para a instruc<_:ão e para a so– ciedade; t enho pois conseguido o meu fim; se as minhas opiniões são uro– ncas, as conv icções são puras e since – ras e isto me ha<le ab!>o lvcr perante a opi11iJo publica, e a província, que tão de~accrtadamcote me cscolheo para cura r de seus interesses. (Nii.o apoia– dos.) O !i!r• HnJcJ1c1•1_s 1, pre 'd t , SI (·11 C, o sr . deputado discuti o muito bem; mas não o acompanharei; porque cn- •
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